Sensação

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Marinette tinha acabado de voltar para casa após um ataque de um mega akuma, justamente no horário que tinha marcado de se encontrar com Chat Noir. Ela só esperava ter sido mais rápida do que ele.

— Marinette? Você está aí? – a voz do herói causou um alívio na garota, ao constatar que tinha conseguido chegar mais cedo do que ele. Mas logo o nervosismo veio, pois a pessoa que ela amava, estava agora sentada na sua janela a encarando com uma expressão carinhosa. – Posso entrar?

— Oi, Chat. Claro. – o herói andou em passos lentos até ela – Deu tudo certo na luta?

— Sim. Tudo certo. – disse, segurando a mão dela e depositando um beijo logo em seguida. Ele não sabia bem como agir e era estranho se aproximar assim de Marinette com o traje. O desconforto da noite anterior não era nada comparado ao momento de agora, com os dois sozinhos ali no quarto. – Como você está?

— B-Bem. Eu estou bem. – Marinette piscou meio atordoada. Ela conhecia o tom que voz que Chat Noir estava usando. Era um tom de voz carregado de doçura e delicadeza. Um tom de voz que fazia parecer que as borboletas de Monarch estavam na barriga de Marinette. – Mas quem deveria perguntar isso, sou eu.

— Não há necessidade. Eu estou sempre bem. – fez uma expressão convencida e Marinette não pode deixar de rir. – Tenho que confessar que não sei muito bem o que fazer. – Chat Noir falou, agora com uma expressão vaga.

— Mas eu sei. Eu preparei algo. Fica aí. – Marinette desceu as escadas do quarto dela correndo, deixando o herói sentado no seu divã.

Com a ajuda de Alya, passou a tarde pensando um plano elaborado para conseguir ter um encontro decente com Chat Noir. O fato de que seria perigoso eles serem vistos em público de novo e que eles não podiam conversar sobre as suas vidas pessoais de maneira clara, limitava um pouco as opções do que poderia ser feito. Porém, mesmo com esse grande empecilho, as duas conseguiram pensar em algo que funcionasse.

Marinette voltou para o quarto segurando uma bandeja e quase deixou a mesma cair, ao tropeçar no último degrau da escada. Felizmente Chat Noir a segurou rápido o bastante pare evitar a tragédia.

— Opa!

— Desculpa. Eu sou tão desastrada!

— Não se preocupe com isso. Algum defeito você tinha que ter, não é? – Chat Noir segurou o rosto de Marinette e roçou os lábios sobre os dela, bem de leve.

— Se você não quer que eu derrube isso de vez, é melhor se afastar. – ela disse baixinho.

— Você quem manda. – rindo, o herói se afastou e Marinette seguiu para o divã, colocando a bandeja em cima do móvel.

— Sei que não temos uma lista muito grande de atividades para fazermos juntos. Mas eu estou me esforçando, porque quero que a gente dê certo. – a garota admitiu de costas para ele, enquanto estendia um cobertor fofinho no chão. Ela colocou algumas almofadas ao redor e sentou-se. Em seguida, tirou o pano que cobria a bandeja, revelando uma série de doces e salgados da padaria dos seus pais – O que acha de um piquenique dentro de casa? – Chat Noir ficou paralisado por tantos segundos, que Marinette pensou que ele não tinha gostado da ideia tanto quanto ela imaginou que gostaria – Se você não quiser fazer um piquenique dentro de casa, eu posso pensar em outra...

— Isso é perfeito! – o loiro sentou de frente para Marinette. Era tão incrível que ela tivesse pensado nisso, já que ele estava ocupado demais questionando a si mesmo sobre sua escolha de estar com ela como Chat Noir, para pensar em algo útil. – É uma pena eu precisar usar o traje.

— Quanto a isso... – ela tirou do bolso um pedaço de pano cor-de-rosa, decorado com florzinhas bordadas à mão – Eu fiz essa venda para eu usar quando você quiser ficar sem o traje de herói. Não sou a melhor pessoa para ser vendada, afinal, eu já sou tão desastrada com os meus dois olhos abertos...

— Marinette, você não precisa usar uma venda.

— Não é o ideal, eu sei, mas assim você fica mais confortável.

— Mas e você? Garanto que não vai ficar confortável. – ela sorriu.

— Eu não preciso ver, Chat. Só saber que você está aqui, já é de bom tamanho. – Marinette colocou a venda sobre os olhos e amarrou firme o suficiente para não enxergar nada. – Futuramente, a gente pensa em outra coisa. Por enquanto, pode ser assim.

— Você tem certeza?

— Sim. – ela tateou e encontrou a mão dele, entrelaçando com a sua. O gesto foi o suficiente para Adrien sentir que precisava desfazer a transformação, pois queria sentir o toque da pele de Marinette contra a sua de novo.

— Plagg, claws out! – o brilho verde tomou conta do quarto e logo Adrien estava segurando a mão de Marinette e sentindo perfeitamente o calor da garota em sua mão.

— Eu trouxe um pouco de queijo. Caso seu kwami goste. – disse, apontando para onde imaginava estar a bandeja. Marinette sabia que Plagg amava queijo, porém precisava se fazer de desentendida.

— Sim, ele gosta. Pode comer, mas vai com calma, Plagg. – o kwami fez um gesto de desdém com a patinha, pegou o prato de queijos e se afastou do casal. Seu pensamento era encontrar Tikki, embora precisasse fazer isso sem seu portador perceber. Sua sorte é que Adrien estava muito ocupado agora para notar o que o kwami estava tramando. – Obrigado, Marinette. Não precisava.

— Não é nada demais. – Adrien se aproximou e segurou o rosto da garota com a outra mão.

— É tão bom sentir você sem o traje. – as bochechas de Marinette ficaram vermelhas e então Adrien se aproximou, a beijando. O mesmo frio na barriga de ontem estava lá, pois os beijos que trocavam sem o traje, faziam os dois se sentirem mais tímidos. No entanto, eles precisavam admitir que era melhor assim, com ambos podendo se sentir.

Marinette apertou levemente a mão do garoto e sentiu mais uma vez a familiaridade do toque. Ela sabia que já tinha segurado aquela mão em algum momento, só não sabia onde e como. E a perspectiva de conhecer Chat Noir por trás da máscara, era assustadora. Embora não fosse um assustador necessariamente ruim.

— Eu gosto muito de você, sabia? – Adrien disse assim que se separaram. Seus rostos continuavam próximos e suas respirações ofegantes.

— Eu também. Sou sua fã, lembra?

— Ainda me sinto mal pensando que posso estar me aproveitando da sua admiração por mim.

— Que isso! Eu não te admiro tanto assim. – eles riram. – Eu já disse que o que eu sinto por você, não é somente admiração, Chat. Vai bem mais além do que isso, é muito mais complexo, mas vale a pena o suficiente para me fazer ficar vendada enquanto conversamos. – Marinette acariciou o rosto dele, dessa vez acertando onde ele estava de primeira. – O que eu sinto por você é amor. Eu amo quem você é. Não quem você precisa ser.

Como alguém que precisou ser muitas coisas durante uma vida de passarelas, sessões de fotos e perfeccionismo, aquela foi a declaração mais bonita que Adrien ouviu. Naquele momento ele percebeu que não importava como, ele e Marinette ficariam juntos e ele faria tudo por ela. Adrien faria tudo pela garota que ele amava.


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Nos vemos no 4º capítulo (que sairá em breve hehe)!

Obrigada por terem lido e espero que tenham gostado <3

Love (Sweet Love)Onde histórias criam vida. Descubra agora