Adoração

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Que bom, namorada. – eles sorriram um para o outro – Parece besteira, mas eu gostei muito de te chamar assim.

— Também gostei. – Chat Noir puxou Marinette mais para perto de si e ela encostou a cabeça no peito dele, ouvindo os batimentos acelerados do coração do herói. Mesmo com o traje entre eles, ela sentia-se tão próxima quanto se estivesse tocando sua pele. – Me conte alguma coisa sobre você.

— Marinette... – Adrien queria tanto dizer tudo a ela, mas simplesmente não podia, mesmo que agora fossem oficialmente namorados.

— Não quero saber nada que revele a sua identidade. Quero saber algo sobre você. Algum pensamento, algum sentimento, algo mais profundo do que a pessoa que está por trás da máscara. – ela não sabia se Chat Noir estava disposto a fazer isso, mas no momento que Marinette decidiu afundar nesse amor que sentia por ele, esperava que ele pudesse estar disposto a fazer o mesmo. Se não tivesse, tudo bem, não era algo que ela poderia controlar.

Adrien refletiu sobre a fala dela. Era uma coisa difícil de colocar em palavras, porque nem ele sabia direito. Tudo sempre foi sobre a pessoa que está por trás da máscara. E nos raros momentos em que não era, então só poderia ser sobre a pessoa que ele era quando usava a máscara. Mas ele nunca, nunca, teve a chance de falar sobre quem era de verdade. Sobre aquela pessoa que era quando estava sozinho no quarto, sobre os pensamentos e ideias que tinha quando ninguém mais estava olhando – ninguém, nem mesmo Plagg.

Ele respirou fundo, procurando as palavras.

— Eu sempre me senti muito solitário, mesmo antes de ser o Chat Noir. Não é que eu não tivesse amigos, o problema é que eu nunca tive oportunidade de colocar as minhas emoções para fora, como estou fazendo agora. Eu nunca soube como me expressar sozinho, como me sentir, como reagir e qual era a intensidade que estava dentro de mim. – e até mesmo quando sua mãe estava aqui para apoiá-lo, Adrien era uma pessoa que achava que havia emoções corretas a serem sentidas, como a resposta correta de uma pergunta.

A parte boa é que Adrien aprendeu mais sobre si mesmo, quando começou a frequentar a escola, como um adolescente normal. E também logo depois, quando recebeu o Miraculous de Mestre Fu e pôde ver o mundo por outra perspectiva – um luxo que não tinha antes. Embora, ainda assim, estivesse no processo para cavar mais fundo dentro de si.

— Acho que a primeira vez que eu soube como lidar com minhas emoções, foi quando me apaixonei pela Ladybug. – porque quando se apaixonou por Ladybug, não podia contar com ninguém, além dele mesmo, para agir de acordo com o que sentia. Adrien sabia que era um assunto perigoso de tocar com a sua atual namorada, mas ele também sabia que Marinette era madura o suficiente para entender o que ele estava querendo dizer. – Desde então, acho que estou melhorando nisso.

— Isso é... Nunca imaginei que você pudesse se sentir assim. – e era verdade. Porque Marinette tinha inveja de como Chat Noir expressava seus sentimentos por Ladybug, sempre da maneira mais clara o possível. Ele sempre pareceu alguém seguro sobre o que sentia e descobrir que quando se apaixonou por sua parceira, foi a primeira vez que soube lidar com seus sentimentos, era chocante.

— É esquisito, né?

— Não. É só diferente do Chat Noir que eu esperava conhecer. – ele a encarou com expectativa, pensando se aquilo era bom ou ruim. Marinette sorriu – Apesar de não saber como é, eu entendo. Sentimentos e emoções às vezes podem ser mais complexos do que imaginamos. – a garota suspirou, relembrando do que sentia por Chat Noir, se misturando ao que ainda sentia por Adrien. – Fico feliz que se sinta seguro o suficiente para me contar. – ela voltou a se aninhar no peito dele.

Love (Sweet Love)Onde histórias criam vida. Descubra agora