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Dias atuais

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Dias atuais

As passadas de Esther pareciam ser longas demais para pernas tão pequenas como as dela. Mesmo em uma cidade tão agitada como Nova York, seu andar desengonçado era digno da atenção dos nova-iorquinos, que quase sempre se encontravam focados nas próprias vidas sem olhar muito para os outros.

Mas para uma mulher de cabelos bagunçados ao vento, roupas apressadamente colocadas e um copo de café ao ponto de derramar, um andar desengonçado era o menos preocupante. E ela sabia que chamava atenção — de uma maneira nada positiva. Naquele momento, no entanto, ela não se importava. Já estava atrasada para o trabalho e não podia se dar ao luxo de dar atenção aos olhares que recebia.

Seu chefe já havia dado indiretas para ela: "Você está na corda bamba, e eu estou segurando essa corda!" ele disse. Esther tinha a plena certeza de que ainda era uma mulher empregada porque acontecia de seu chefe ser seu primo.

Há três anos ela trabalhava como revisora em uma das editoras mais reconhecidas de Nova York; seu primo era o Editor-chefe. Ele tinha se mostrado muito bondoso e paciente com ela, em especial no último ano, no qual sua vida teve uma grande mudança. Perder a mãe, que era toda a sua família, deixou mais dores do que ela poderia imaginar. Era difícil comer, fazer qualquer tarefa cotidiana sem lembrar de sua mãe. Logo, trabalhar era também difícil; sua concentração se dissipava facilmente, o que arruinava completamente o seu trabalho, que exigia atenção. Viver para Esther havia se tornado uma tarefa dolorosa e arrastada, mas ainda assim ela sabia que desistir de tudo era algo que sua mãe jamais desejaria para ela.

Em poucos metros, Esther podia ver a grande porta de vidro que dava para seu trabalho e a enorme placa com o nome "TimesNow", reluzindo à luz do sol.

Esther tentou apressar ainda mais seu passo, o que levou seu pé a desequilibrar-se levemente; não demorou para que sentisse um líquido quente descer-lhe as mãos.

"Droga! Esse negócio vem com tampa e mesmo assim me sujei! Aguarde-me Starbucks!", ela resmungou para si mesma, balançando a mão para tirar o café. "Ótimo! Já começamos bem."

Ela chegou à porta, que foi aberta por Frank, o segurança.

"Bom dia, Frank!"

"Bom dia, Srta. Counte!"

Esther entrou no elevador, rezando para que ele lhe levasse o mais rápido possível para o terceiro andar. Assim que chegou onde desejava, ela pôde ver a agitação no lugar: uma mistura de revisores, designers, editores, ocupando-se das muitas obras que chegavam. Estavam todos tão ocupados que nem mesmo notaram a chegada de Esther. Mas claro que aquilo não a incomodava; todos os dias eram assim.

Ela chegou a sua mesa que, como a dona, encontrava-se uma bagunça. Ela colocou a bolsa em um cabideiro juntamente de seu casaco. Em seguida, com um lenço, limpou o copo de café antes de colocá-lo em meio aos papéis espalhados na mesa.

When I Saw Him AgainOnde histórias criam vida. Descubra agora