Esther e Jack tiveram uma conexão instantânea ao se conhecerem na biblioteca durante uma tarde chuvosa. No entanto, o que poderia ter sido o início de uma linda amizade, tornou-se uma separação sem data para retorno. Sem trocarem nomes ou números, E...
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Depois do fiasco com o escritor, Esther só conseguia pensar em deitar numa cama macia e chorar até o mundo acabar. E pensar que aquele era apenas o começo de sua trajetória para se manter no emprego a deixava ainda mais assustada. Ela já sabia que encontraria dificuldades, mas não imaginava que seria tão cedo.
"Juro, Sniff, ele sequer me ouviu!", ela desabafou para o gato, que apenas a olhava com sua expressão rotineira. Mas Esther ainda ficava feliz por teu seu gato, um ouvinte fiel; ela acariciou o felino, que apenas deitou a cabeça e fechou os olhos.
O som de campainha distraiu Esther, que estranhou o fato de receber uma visita - sem mencionar o fato de que passavam das dez da noite. Ela levantou-se do sofá, e caminhou até a porta. Sem olhar pelo olho mágico, Esther abriu.
Era seu mais novo vizinho, James.
"Boa noite", o homem sorriu sem graça; Esther apenas lhe deu olhar confuso. "Me desculpa por perturbar a essa hora mas, acabaram de entregar uma das minhas poltronas que não veio no dia da mudança", ele falou apressado, quase com medo da reação de Esther, que ainda estava confusa com toda aquela aparição de James. "Ela é muito pesada para eu carregar sozinho", ele fechou os olhos, parecendo envergonhado. Esther sorriu. "Você a única que conheço do prédio", ele sorriu, mais aliviado por perceber que não estava incomodando.
"Ok", Esther fechou a porta atrás de si e acompanhou James até o primeiro piso do prédio, onde uma poltrona grande e azul-marinho esperava para ser carregada. "Eu pego por cima e você carrega ela por baixo, ok?", ela disse, já segurando uma das laterais da mobília.
Subir os primeiros degraus não foi uma tarefa tão difícil quanto esperavam, mas na metade do caminho, Esther sentia seus braços perderem a força.
"Com toda honestidade, o que tem dentro dessa sua poltrona?", ela perguntou com uma expressão de cansaço, e James riu alto.
"Desculpa fazer você passar por isso", ele sorriu sem graça.
"Você sabe que vou cobrar, certo?", Esther falou e James a olhou com um certo medo; ela riu. "É brincadeira"
Depois eles seguiram em silêncio - com exceção de algumas reclamações que ambos soltavam nos momentos em que a força lhes faltava.
Quando enfim chegaram ao andar que queriam, Esther deslizou pela primeira parede que viu, deixando seu corpo seguir a gravidade.
"Com certeza perdi toda a minha dignidade agora", ela disse com os olhos fechados e o corpo quase que esparramado no chão. James riu. Mas naquele momento, Esther não estava se importando se parecia um morto-vivo no chão; a lembrança de seu fracasso do dia voltara a assombrá-la.
"Não quero ser invasivo mas, você parece bem cansada e tenho certeza que não é apenas pela poltrona", James pontuou, sentando-se ao lado dela.
Esther abriu os olhos e olhou para ele; os olhos escuros do homem eram cativantes e dóceis, e pareciam convidá-la a desabafar.