ARRASTO-ME ATÉ A PORTA E A DESTRANCO. ELA SE ABRE. HENRI ESTÁ COM roupas de jardinagem, coberto de terra, como se estivesse trabalhando no quintal da casa. Fico tão feliz por vê-lo que sinto vontade de pular e abraçá-lo, o que até tento fazer, mas estou tonto demais para ficar em pé e caio novamente.
—Tudo bem aí? — pergunta o Sr. Harris, que está atrás de Henri.
—Tudo bem, só precisamos de um minuto, por favor —Henri responde.
—Devo chamar uma ambulância?
—Não!
A porta se fecha. Henri olha minhas mãos. A luz na direita brilha intensamente, mas a na esquerda tremula, fraca, como se tentasse adquirir confiança em si mesma. Henri sorri, e seu rosto se ilumina como um farol.
— Ah, graças a Lorien! — Ele suspira e tira do bolso traseiro um par de luvas de jardinagem. — Sorte que eu estava trabalhando no jardim! Ponha as luvas.
Faço o que ele diz, e as luvas escondem completamente a luz. O Sr. Harris abre a porta e espia dentro da sala.
— Sr. Smith? Está tudo bem?
— Sim, tudo bem. Só precisamos de trinta segundos —Henri responde. Depois ele olha para mim. — Seu diretor é intrometido.
Respiro fundo.
—Entendo o que está acontecendo, mas por que isso?
—Seu primeiro Legado.
—Eu sei, mas por que as luzes?
—Falaremos sobre isso no carro. Pode andar?
—Acho que sim.
Ele me ajuda a levantar. Estou cambaleante, ainda trêmulo, e me agarro ao braço dele para me apoiar.
— Preciso pegar minha mochila antes de irmos — falo.
—Onde está?
—Deixei na sala de aula.
—Que sala?
—Dezessete.
—Vou levá-lo para a caminhonete e volto para pegar a mochila.
Apóio o braço direito nos ombros de Henri, que me sustenta passando o braço esquerdo por minha cintura. O segundo sinal já soou, mas ainda escuto a movimentação de pessoas no corredor.
— Você precisa andar do jeito mais normal e ereto que conseguir.
Respiro fundo. Tento reunir toda a força que ainda me resta a fim de percorrer o longo caminho até a saída da escola.
— Vamos lá — digo.
Limpo o suor da testa e acompanho Henri para fora da sala escura. O Sr. Harris ainda está no corredor.
— É só uma crise forte de asma — Henri informa ao passar por ele.
Cerca de vinte pessoas, mais ou menos, continuam no corredor, a maioria delas com câmeras fotográficas penduradas no pescoço, esperando para entrar na sala onde são as aulas de fotografia. Felizmente, Sarah não está ali. Caminho tão ereto quanto posso, um pé à frente do outro. A saída da escola é a trinta metros. São muitos passos. As pessoas cochicham.
"Que cara esquisito."
"Ele estuda aqui?"
"Espero que sim, ele é bonitinho."
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Eu Sou o Número Quatro - Os Legados de Lorien 1 - Pittacus Lore
Science FictionNOVE DE NÓS VIERAM PARA CÁ. Somos parecidos com vocês. Falamos como vocês. Vivemos entre vocês. Mas não somos vocês. Conseguimos fazer coisas que vo cês apenas sonham fazer. Temos poderes que vocês apenas sonham ter. Somos mais fortes e mais rápidos...