HENRI ME ESPERA EXATAMENTE ONDE DISSE QUE ESTARIA. EU ENTRO NA caminhonete ainda sorrindo.
—Dia bom? — ele me pergunta.
—Nada mau. Recuperei meu celular.
—Sem brigar?
—Sem nada muito importante.
Ele me estuda desconfiado.
—Acha que vou querer saber o que isso significa?
—Provavelmente não.
—Suas mãos brilharam alguma vez?
—Não — minto. — Como foi seu dia?
Ele segue pelo caminho que contorna a escola.
—Foi bom. Depois de deixá-lo na escola, dirigi por uma hora e meia até Columbus.
—Por que Columbus?
—Porque há bancos grandes lá. Não queria despertar suspeitas com uma solicitação de transferência de um valor maior do que o saldo da cidade inteira.
Eu concordo, movendo a cabeça.
— Sensato.
Ele pega a estrada.
—E, então, não vai me dizer o nome dela?
—O quê?
—Deve haver uma razão para esse seu sorriso ridículo. E a razão mais óbvia é uma garota.
—Como sabe?
—John, meu amigo, em Lorien este velho Cêpan era um conquistador.
—Está brincando — respondo. — Isso não existe em Lorien.
Ele assente com ar de aprovação.
—Ah, esteve prestando atenção.
O povo lórico é monogâmico. Quando nos apaixonamos, é para sempre. O casamento costuma acontecer por volta dos vinte e cinco anos e não tem nada a ver com lei. É mais baseado em promessa e compromisso do que em qualquer outra coisa. Henri era casado havia vinte anos quando partiu comigo. Dez anos se passaram, mas sei que ele ainda sente falta da esposa todos os dias.
— Então, quem é ela? — Henri pergunta.
— O nome dela é Sarah Hart. Ela é filha da corretora de imóveis de quem você comprou a casa. Faz duas aulas comigo. É caloura.
Ele move a cabeça em sentido afirmativo.
—Bonita?
—Muito. E inteligente.
—Sim — ele responde devagar. — Estou esperando por isso há algum tempo. Só não esqueça que podemos ter de partir de uma hora para outra.
—Eu sei — digo. E o restante do trajeto até em casa é percorrido em silêncio.
Quando chegamos em casa, a Arca Lórica está sobre a mesa da cozinha. Ela tem o tamanho de um micro-ondas, é quase perfeitamente quadrada, meio metro por meio metro. Uma onda de entusiasmo me invade. Eu me aproximo dela e seguro o cadeado.
—Acho que estou mais animado com a possibilidade de descobrir como isto é destrancado do que com o que há dentro dela — confesso.
—É mesmo? Bem, posso mostrar como abrir o cadeado, e depois voltamos a fechá-lo e esquecemos o que há dentro da arca.
Eu sorrio para ele.
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Eu Sou o Número Quatro - Os Legados de Lorien 1 - Pittacus Lore
Science FictionNOVE DE NÓS VIERAM PARA CÁ. Somos parecidos com vocês. Falamos como vocês. Vivemos entre vocês. Mas não somos vocês. Conseguimos fazer coisas que vo cês apenas sonham fazer. Temos poderes que vocês apenas sonham ter. Somos mais fortes e mais rápidos...