11. Diga-me, Lisa. Por que eu estou aqui?

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Por Jennie

O que é que eu faço agora?

Toda essa conversa sobre insistir em algo e sobre segundas chances de Manobal só me fez pensar em Roseanne. Não pensei que ela estivesse falando sobre... Ah, merda. E agora?

Eu não conseguia mais olhar para ela. A única coisa que me restava era correr atrás de Lalisa, dizer para ela como eu me sentia e esperar que ela sentisse o mesmo. Ela podia ter acabado de insinuar que queria algo mais comigo ou podia simplesmente estar preparando o terreno para sexo. As pessoas fazem isso, não fazem?

Como eu queria estar prestando atenção quando ela começou a usar o livro como analogia para a nossa situação. Mas eu estava pensando em Ballard e McCarthy e Roseanne. Não estava pensando nela. E agora, não importa o quanto eu me esforçasse, simplesmente não conseguia lembrar quais foram suas palavras exatas.

Subi as escadas e encontrei a porta do seu quarto fechada. Levantei a mão em punho para bater na porta.

Chega disso.

Diga que ficou com um homem casado. Diga que não sabia. Diga que está com tesão por ela. Aceite o que ela disser de volta e pronto.

Respirei fundo e ia bater na porta.

Mas lembrei de algo que fez meu coração se fechar em sua conhecida e confortável casca impenetrável.

E daí?

E daí que eu fiquei com um homem casado? E daí se eu sabia ou não? E daí se Manobal fosse ficar enojada?

Aquela semana inteira trancada naquele lugar infernal me fez baixar a guarda. Fez com que eu me importasse com um bocado de coisa e um bocado de gente. Mas uma verdade era inquestionável: quando o mês acabasse eu voltaria para a minha casa, para o meu trabalho, para a minha vida. Bem longe de Manobal e Kai e Roseanne e toda a sorte de loucuras que aquela vizinhança escondia.

De que adiantaria aquele trabalho todo? Só pKiransar com Lalisa?

Eu ainda ficaria ali por mais algum tempo. Se a oportunidade se apresentasse eu transaria com ela. Se não se apresentasse, meus vibradores ficariam bem ocupados quando eu voltasse para casa. E pronto.

Já basta de congelar, de ficar sem saber o que dizer, ficar envergonhada e constrangida diante dela.

Joguei a mão com força em três batidas seguras contra sua porta.

- O que você quer?

- Sou uma convidada na sua casa e você está sendo grossa.

- Eu não sei o que fazer com você, Kim.

- E nem precisa. Eu sei o que fazer comigo mesma bem o suficiente. Obrigada.

- Queria que você falasse comigo. Mas não desse jeito - disse, apontando para mim.- Queria que falasse como um ser humano.

- Não te devo satisfações, Lalisa. - Não fui grosseira, apenas objetiva - Você me beijou. Eu te beijei de volta. Não estava no clima para transar e te interrompi. Não quis ofender seus sentimentos. - Ela olhava para mim com um sorriso ultrajado e descrente nos lábios. - Não me entenda mal. Você é muito bonita e sedutora. Mas eu não estava com vontade.

Ela mordeu o lábio com raiva enquanto balançava a cabeça afirmativamente.

- Mais alguma coisa?

- Vou até a casa da vizinha devolver as coisas dela.

- Se demorar, pode ser que quando voltar eu tenha saído. Não me espere para jantar.

- Eu não ia mesmo.

4 Weeks of PleasureOnde histórias criam vida. Descubra agora