Café em família

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Estava fazendo muito, muito frio. mesmo com a lareira acesa e os grossos cobertores não era o suficiente para se sentir aquecida. Simone não se lembrava de sentir tanto frio em sua vida, nem mesmo quando fugia de casa e passava a noite perambulando pelas ruas de NY.

Simone se senta na cama, estava com os pelos arrepiados e não parava de tremer, sentia-se fraca também, os olhos ardendo e as orelhas queimando, o ar lhe faltava nos pulmões, sendo obrigada a tirar as cobertas de cima dela para respirar melhor.

O quarto estava iluminado pela fogueira e pela luz do sol que atravessava as frestas das persianas escuras e grossas que tentavam escurecer o ambiente durante a "noite" do Alasca, mas ainda assim sua visão estava muito embaçada, mal enxergava alguma coisa. Conseguiu raciocinar que deveria estar com uma febre alta, provavelmente por ter ficado exposta ao vento gelado por tantas horas sem estar acostumada.

Lembrou que trouxera remédios para essa ocasião, sempre andando com uma bolsa cheia, pois tinha alergia a muitas medicações e era mais fácil e seguro manter as que podia tomar sempre à mão. Simone se levantou com muita dificuldade, tanto para tirar os cobertores do caminho quanto para conseguir ficar em pé, provavelmente estava queimando até o limite.

A passos lentos, ela consegue chegar até sua mala, procurando por sua bolsinha de medicamentos, mas não a achava, pois quem reorganizou a mala no apartamento foi Soraya.

- Merda... - falava baixo enquanto tentava manter os pensamentos organizados - Onde está? Eu nunca viajo sem...

Por fim, Simone desiste de procurar, pensando que talvez no banheiro tenha alguma coisa para febre que ela possa tomar. Então se levantou e rumou devagar, tendo que se escorar na pia quando entrou, pois as pernas estavam falhando.

- Deve ter algo por aqui... - a morena falava baixinho enquanto procurava na prateleira, algum remédio que pudesse tomar sem causar uma crise alérgica - Não é possível que não tenha nada, eu vi um frasco de remédio aqui...

Sem querer, a mais velha vai derrubando alguns frascos de remédios e pasta de dente direto pro chão, não sabia quantos graus de febre estava, mas deveria ser alto o suficiente para deixá-la desnorteada.

-Mas que merda, Sisa!- Simone não sabia qual sensação era a pior, de ter seu corpo tremendo de febre ou de se sentir vulnerável naquele momento - É só uma maldita febre... Você já passou por coisa pior...

Simone se senta no chão do banheiro por não conseguir mais se manter em pé, mas aproveita para pegar os frascos de remédios que caíram e tentar ler o que cada um era.

- Dipirona... Omeprazol... Ibuprofeno...- Simone lia com dificuldade no banheiro escuro - Só tem porcaria....

Para a surpresa da mais velha, a luz do banheiro se acende de repente, fazendo o olhar escuro abatido procurar quem estava alí.

- Simone? Tá falando com quem? - a voz da loira estava embargada de sono e preguiça, tinha acordado com o barulho de algo caindo no banheiro e percebeu que a morena não dormia mais ao seu lado, mas só se levantou quando ouviu ela falar o nome de alguém estranho - Hey, o que aconteceu?

Soraya só percebeu que a mais velha estava sentada no chão gelado do banheiro quando conseguiu abrir bem os olhos, tomando um susto quando a viu com um potinho cheio de remédio na mão.

-Simone, o que está fazendo?! - a loira se abaixa para ajudar a levantá-la, se assustando mais ainda quando sentiu a temperatura da morena, parecia que estava pegando fogo - Por isis! Você está queimando de febre, Simone!

- Não é nada, Soraya... - com dificuldade, a morena responde a pergunta da noiva, pois estava começando a ficar com falta de ar - Só me fala onde está minha bols- SA!

A proposta - Simone e SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora