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Na segunda-feira de manhã, eu estava uma pilha de nervos enquanto entrava no prédio da empresa. Tinha tomado uma decisão: não iria sacrificar meu emprego por causa da nossa falta de juízo.

Eu queria encerrar essa posição com uma apresentação perfeita para a banca examinadora do MBA, e então sair e seguir com a minha carreira. Chega de sexo, chega de fantasias. Eu poderia tranquilamente trabalhar apenas profissionalmente - com a Sra. Tebet por mais alguns meses.

Sentindo necessidade de incrementar minha confiança, usei o vestido novo que a Leila me deu (capa) e coloquei um casaco por cima. Ele acentuava minhas curvas sem ser muito provocativo. Mas minha arma secreta era minha calcinha. Sempre gostei de lingeries caras, e desde cedo aprendi onde encontrar os melhores preços.

Vestir algo sexy debaixo das minhas roupas faz eu me sentir poderosa, e a calcinha que eu estava usando com certeza cumpria essa função. Na frente, era de seda preta enfeitada com bordados, e a parte de trás era formada por uma série de fitas de tule que se entrecruzavam no centro, onde havia um gracioso laço preto. Com cada passo, o tecido do vestido acariciava minha pele.

Hoje eu poderia aguentar qualquer coisa que a sra. Tebet dissesse e poderia dizer tudo de volta se fosse preciso.

Cheguei cedo para ter tempo de preparar apresentação. Não fazia exatamente parte do meu trabalho, mas a sra. Tebet se recusava a ter uma assistente exclusiva para isso e quando ela fazia as coisas sozinho as apresentações acabavam sendo um desastre no campo das amenidades: nada de café ou comida, apenas uma sala cheia de gente, slides e folhetos perfeitos e, como sempre, trabalho sem fim.

O saguão do prédio - um vasto espaço com a altura de três andares, que reluzia com granito polido no chão e mármore nas paredes- estava vazio. Quando as portas do elevador se fecharam atrás de mim, comecei a me preparar mentalmente, lembrando de todas as discussões que tivemos e dos comentários maldosos que ela fazia.

"Digite, não escreva nada à mão. Sua caligrafia parece a de uma criança da terceira série, srta. Thronicke."

"Se eu quisesse ouvir toda a sua conversa com sua conselheira de graduação, eu deixaria minha porta aberta e pegaria um balde de pipoca. Por favor, fale mais baixo."

Eu conseguiria fazer isso. Aquela cretina escolhera a mulher errada para maltratar, e eu não iria deixar ela me intimidar. Passei a mão pelas curvas da minha bunda e sorri determinada.

Calcinha do poder.

Como eu já esperava, o escritório ainda estava vazio quando cheguei. Juntei tudo o que seria necessário para a apresentação e me dirigi à sala de conferência. Tentei ignorar as imagens que surgiram em minha mente ao rever as grandes janelas e a enorme mesa.

Pare com isso, corpo. Cérebro, faça alguma coisa.

Olhando ao redor da sala ensolarada, preparei os arquivos e o laptop na mesa e ajudei os funcionários que serviam a comida a arrumar o café da manhã junto à parede do fundo. E vinte minutos depois as propostas estavam engatilhadas, o projetor estava preparado e as bebidas também. Com tempo sobrando, acabei me aproximando das janelas.

Estiquei o braço e toquei o vidro liso, arrebatada pela lembrança das sensações: o calor de seu corpo contra minhas costas, o frio do vidro contra meus seios e o som animalesco de sua voz no meu ouvido.

"Apenas diga. E eu prometo que vou fazer você gozar."

Fechei os olhos e me inclinei, pressionando as palmas das mãos e a testa contra a janela, e permiti que o poder das memórias tomasse conta de mim.

Fui arrancada de minhas fantasias pelo som de alguém limpando a garganta.

- Sonhando acordada no trabalho? Sra. Thronicke - engoli em seco, minha mente começando a girar.

Minha irresistível chefe -SIMORAYAOnde histórias criam vida. Descubra agora