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SIMONE POV

Pânico.

O sentimento que tomava conta de mim enquanto eu praticamente corria para minha sala só poderia ser descrito como puro pânico. Eu não podia acreditar no que estava acontecendo. Sozinha com ela naquela pequena prisão de aço - seu cheiro, seus sons, sua pele - fizeram meu autocontrole evaporar. Eu estava me desintegrando. Essa mulher tinha um poder sobre mim diferente de qualquer coisa que eu já tivesse experimentado.

Finalmente, na relativa segurança da minha sala, eu desabei no sofá. Afaguei meus cabelos, tentando me acalmar e reduzir minha excitação. As coisas estavam indo de mal a pior.

Desde o segundo em que ela me lembrou da reunião daquela manhã, eu sabia que de jeito nenhum eu conseguiria formar qualquer pensamento coerente, muito menos realizar uma apresentação inteira, não naquela maldita sala de conferência. Não poderia nem sentar naquela mesa.

Encontrá-la inclinada contra a janela, mergulhada em pensamentos, fora suficiente para me deixar molhada novamente. Inventei uma desculpa qualquer para a reunião ser transferida para outro andar, e é claro que ela me repreendeu.

Por que ela tinha que brigar comigo sempre?

Fiz questão de lembrá-la quem era a chefe. Mas, assim como em todas as nossas discussões, ela jogou tudo de volta na minha cara. Tive um sobressalto quando ouvi uma batida alta do lado de fora do escritório. Seguida de outra. E mais uma. Que diabos estava acontecendo? Levantei e fui até
a porta, abri e encontrei a srta. Thronicke jogando suas pastas em diferentes pilhas. Cruzei os braços e encostei na parede, apenas assistindo por um instante.

A visão dela tão brava não estava melhorando nem um pouco a situação dentro das minhas calças.

- Você se importa em me dizer qual é o seu problema? - Ela disse e olhou para mim com se eu fosse o diabo em pessoa.- Você está louca?

-Nem um pouco. - digo a olhando.

-Desculpe se estou um pouco nervosa - ela disse rispidamente, pegando uma pilha de pastas e jogando em uma gaveta. - Eu não estou exatamente contente com...

Sisa! - disse meu pai interrompendo a mesma e entrando de repente em meu escritório. - Bom trabalho na reunião. Eduarda e eu acabamos de conversar com a Angelina e o Troy e eles estavam... - ele parou e ficou olhando para a srta. Thronicke, que estava toda tensa apertando os punhos até os nós dos dedos ficarem brancos. –Soraya, querida, você está bem?

Ela se ajeitou e esticou os dedos, assentindo. Seu rosto estava lindamente corado, seus cabelos, graciosamente desarrumados, por minha causa. Engoli em seco e me virei para olhar pela janela.

- Você não parece bem – meu pai disse, andando até ela e colocando a mão em sua testa. - Você está quente.

Apertei a mandíbula enquanto via o reflexo dos dois pelo vidro - uma estranha sensação subia pelas minhas costas.

De onde isso está vindo?

– Na verdade – ela disse -estou mesmo me sentindo um pouco estranha.

- Bom, você deveria ir para casa. Com uma agenda de trabalho como a sua, e tendo acabado de terminar o semestre na faculdade, sem dúvida você...

- Temos um dia cheio hoje - eu disse interrompendo meu pai e virando para encará-los. - Pensei em terminar a Beaumont, srta. Thronicke- eu disse entre meus dentes cerrados.

Meu pai virou seu olhar profundo para mim.

- Tenho certeza que você pode se virar sozinha, Simone . – então, virou-se para ela. - Você pode ir para casa.

Minha irresistível chefe -SIMORAYAOnde histórias criam vida. Descubra agora