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Simone POV

Quando a manhã de quinta-feira chegou, eu sabia que nós precisávamos ter algum tipo de conversa. Eu não ficaria no escritório na sexta, então aquele seria o último dia em que nos veríamos antes que ela deixasse a cidade. Ela esteve com seu supervisor do MBA a manhã inteira, e eu me sentia cada vez mais ansioso sobre... tudo.

Eu tinha certeza que a interação na minha sala no dia anterior revelou que ela estava lentamente tomando mais e mais de mim. Eu queria estar com ela quase o tempo todo, e não apenas para o sexo. Eu apenas queria estar perto dela, e minha necessidade de autopreservação estava me matando.

O que foi que ela disse daquela vez? Eu não quero querer isso. Isso não é bom para mim. Foi apenas quando a Fernanda nos descobriu que eu realmente entendi o que a Soraya quis dizer. Eu odiava meu desejo por ela porque era a primeira vez em minha vida que eu era incapaz de tirar algo da cabeça para poder focar no trabalho. Mas ninguém - nem mesmo minha família - iria me condenar por ser atraído pela Soraya. Ela, por outro lado, ficaria para sempre marcada como a mulher que transou para chegar ao topo. Para alguém tão brilhante e determinada, essa associação seria um constante e doloroso espinho.

Ela estava certa em querer manter distância. A atração que sentíamos quando estávamos juntos era totalmente doentia. Nada de bom poderia sair disso. Eu decidi mais uma vez usar esse tempo longe dela para recompor meu foco.

* * *

Quando entrei no escritório após o almoço, fiquei surpreso ao encontrá-la em sua mesa, trabalhando no computador.

-Eu não sabia que você estaria aqui na parte da tarde - eu disse, tentando manter qualquer emoção longe da minha voz.

-Pois é, tive de fazer alguns ajustes de última hora para San Diego, e ainda preciso conversar com você sobre minha ausência- ela disse, sem tirar os olhos da tela.

-Você prefere fazer isso na minha sala? - eu perguntei.

- Não - ela respondeu instantaneamente. - Acho que podemos fazer isso aqui mesmo com uma rápida olha dela em minha direção, ela acenou para a cadeira à sua frente. - Você prefere sentar, sra. Tebet?

Ah, a vantagem de jogar em casa. Sentei na cadeira que ela me ofereceu.

- Já que você ficará fora amanhã, não há razão para eu estar aqui. Sei que não gosta de ter uma assistente, mas arranjei uma temporária para as próximas duas semanas, e já entreguei para a Janja uma lista detalhada da sua agenda e das coisas que você precisa. Tenho certeza que não haverá problemas, mas, só por precaução, ela prometeu ficar de olho em você.- Ela ergueu uma sobrancelha e eu revirei os olhos.

-Se precisar de alguma coisa, você tem meus telefones, inclusive o número da casa do meu pai em Bismarck- ela começou então a descrever uma lista que estava à sua frente, e percebi o quanto a srta. Thronicke era calma e eficiente. Não que eu já não estivesse ciente dessas coisas, mas, de algum jeito, agora isso estava ainda mais aparente. Nossos olhos se encontraram e ela prosseguiu: - Vou chegar na Califórnia para a convenção algumas horas antes de você, então planejo te pegar no aeroporto.

Continuamos a olhar um para o outro por alguns instantes, e tenho quase certeza que pensávamos o mesmo: San Diego seria um teste colossal.

O clima na sala começou a mudar lentamente, o silêncio dizendo mais do que qualquer palavra. Apertei o queixo quando percebi que sua respiração estava acelerando. Tive de usar cada gota da minha força de vontade para não dar a volta na mesa e beijá-la.

-Faça uma boa viagem, srta. Thronicke– eu disse, aliviado por minha voz não mostrar o drama que se passava dentro de mim. Fiquei de pé e esperei por um momento, acrescentando: - Então, te vejo em San Diego.

Minha irresistível chefe -SIMORAYAOnde histórias criam vida. Descubra agora