Paradis

Huit

RainbowTU: Oir! :B

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Os enteados e filhos de Seokjin eram crianças comuns, como quaisquer outras. Também conseguiam notar quando havia algum desbalanço no ambiente, quando o pai e/ou padrasto estava carregando uma energia diferente, ou a mademoiselle Beaufort, Le Blanc e demais empregados. Já tinham convivido o suficiente com Namjoon para identificar nele, igualmente, sinais de que havia algo de estranho acontecendo, quando era o caso. Podiam não saber o nome do que ocorria, os motivos, a gravidade, mas eram perfeitamente capazes de visualizar uma falha.

Nos dias que se sucederam ao festival, eles perceberam que algo de esquisito tinha se instalado na família. A princípio não souberam identificar de onde vinha, contudo, cada um foi fazendo suas próprias ponderações e chegando a resultados. Sem saberem que absorviam a situação de forma igual, os pequenos faziam análises, comparavam momentos e, aos poucos, foram desenhando uma situação: alguma coisa tinha ocorrido entre Seokjin e Namjoon, e tinha sido bem desagradável, ao ponto de se criar um clima nublado quando ambos estavam juntos. Parecia partir muito mais de Seokjin, porém Namjoon não estava cem por cento isento. O que era, com toda a certeza, não sabiam, mas era algo que estava atrapalhando a nova forma de viver com a qual tinham tão rápido se acostumado. 

A chegada de Namjoon tinha sido um marco e tanto na vida dos garotos e da menina. Finalmente tinham conquistado, outra vez, a sensação de união familiar que havia se perdido quando a mãe faleceu e o pai se distanciou demais. Com o professor de alemão por perto, as crianças passaram a ter alguém que estava constantemente cuidando delas, não como filhos do patrão, mas como alguém que demonstrava um carinho para além disso, por elas e puramente por serem elas. Por causa de Namjoon, até Seokjin passou a ser mais presente e menos sério. Ver de novo a aura de alegria se dissipar foi algo inesperado, uma surpresa ruim. Já tinham que aceitar o fato de que ao se mudarem para a Alemanha, perderiam a companhia de Namjoon. Não queriam ter que sentir aquela sensação pesada que se instalara após o festival, porque na mudança de país, tudo o que teriam eram lembranças, e queriam que elas fossem as melhores de todas.

Sabiam que precisavam fazer alguma coisa, porque depender dos adultos não lhes renderia bons resultados. Não tinham ideia do que poderia ser feito, porém não ficariam de braços cruzados esperando que o pai e o professor se resolvessem sozinhos. Foi assim que, num dos intervalos da escola, Yoongi foi catando irmão por irmão em suas turmas e levando para uma área menos movimentada do pátio, alegando que precisavam conversar. Pelo meio do caminho, tiveram que enfrentar os alunos que gostavam de os atormentar, mas diante do que tinham a definir, não chegou a ser uma grande questão. Hoseok e Jimin se encarregaram de os dispersar, enquanto Yoongi encaminhava a todos para o ponto em que pensava ser melhor para a reunião. Depois de colocar as crianças implicantes para correr, Hoseok e Jimin se juntaram aos demais, tomando seus lugares no círculo que formaram no chão.

— Eu acho bom que você tenha um motivo bem importante pra ter trazido a gente pra cá, Yoon. — Hoseok, com os braços cruzados como de costume, falou. — Eu tinha coisa séria pra fazer agora, viu?

— Tipo o quê? — O mais velho perguntou. — Tentar impressionar a Marion com esses seus truquinhos bestas de skate pra ver se ela te dá bola?

— Que impressionar a Marion o quê! — Ficou vermelho ao gritar. — Eu só tô ensinando ela, tem nada demais nisso!

— Ah, tá legal então, Seok! Todo mundo na escola já percebeu!

— Ninguém percebeu nada porque não tem nada! — Começou a balançar as pernas, ainda corado. — Fala logo a merda que você tem pra falar, isso sim!