Capítulo 7

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Narrador

Simone e Soraya caminhavam em direção a casa envoltas por um silêncio confortável.

Soraya ainda sentia a adrenalina correr seu corpo após ver a filha correr naquele enorme animal com desenvoltura, já havia visto a jovem fazer aquilo e sempre era envolta pela mesma sensação, medo, adrenalina, êxtase e orgulho. Carregava um orgulho sem igual daquela jovem travessa que alegrava seus dias desde que nasceu, a menina foi um sopro de luz e ar fresco na vida de Soraya.

Simone observava tranquilamente o pasto onde um potro corria ao redor da mãe, a mulher riu assim que o pequeno animal trombou nas patas traseiras da mãe e caiu sentado, a risada leve chamou atenção de Soraya que levou sua atenção na direção que Simone estava olhando.

Se afastou da morena e se aproximou da cerca, o pequeno animal branco com preto correu ao seu encontro e ela riu, levou a mão até a cabeça do bichinho e fez carinho recebendo barulhinhos fofos em resposta. Ouviu Simone se aproximar e a morena se posicionar ao seu lado, olhou para a morena e sorriu de lado ainda fazendo carinho no potro.

- Como é o nome dele?- perguntou e sentiu a mão da outra cobrir a sua.

- Ela ainda não tem nome, nasceu a poucos dias, você pode por um se quiser!- Simone disse entrelaçando os dedos com os da loira enquanto faziam carinho no pequeno potro.

- Tem certeza? Você viu o nome que eu coloquei na Deusdete?- a loira questionou e Simone sorriu, achava criativo o nome da cadelinha.

- Foi criativa, mas, por favor, seja bondosa com a pequena!- Simone falou rindo e Soraya fez bico, inclinou a cabeça para o lado como se pensasse.

- Hm.. que tal Tequila?- perguntou olhando para a morena que sorria de lado olhando para ela.

- Bom nome, você gostou peque..- sua fala foi interrompida pelo barulho forte de cascos batendo no chão e cada vez mais próximo, Simone levantou os olhos e encontrou a égua,  mãe da pequena potra, correndo na direção de ambas com uma certa fúria nos olhos, agarrou o corpo pequeno de Soraya e a puxou rapidamente dando alguns passos para trás fazendo a loira se agarrar nela assustada.

A égua parou abruptamente assim que chegou próximo a cerca e empinou, elevando suas patas o mais alto possível.

Soraya agarrou-se mais em Simone e escondeu o rosto em seus seios, a respiração da loira estava desregulada devido ao grande susto.

- Tudo bem aí, dona Simone?- um rapaz apareceu correndo e se aproximou das mulheres, Simone deslizava a mão com carinho pelas costas de Soraya enquanto a loira tentava controlar a respiração.

- Foi só um susto, João! Ela só estava protegendo a filha dela!- Simone disse enquanto deslizava os dedos pelas costas da loira.

- Desde que deu cria ela ficou impossível, quase o pisoteou Antônio a dois dias, tivemos que soltar os cachorros para espantar ela!- João falou se aproximando da cerca onde a égua andava agitada de um lado para o outro.

- Ela está fazendo jus ao nome que lhe foi dado! Tomem cuidado com ela, não quero nem vocês e nem ela machucados!- Simone disse por fim e saiu dali abraçada com Soraya, a respiração da loira se acalmava aos poucos mas ela ainda mantinha o rosto escondido em Simone.

Adentrou com a loira pela porta da cozinha e a colocou sentada, se dirigiu até a geladeira e serviu um copo de água, voltou-se para a loira e entregou o copo que a mesma pegou tremendo.

- Vi tudo lá de cima, vou pedir agora mesmo para colocarem ela em um pasto mais afastado, ela quase machuca Antônio e agora vocês! Está fazendo jus ao nome!- Fairte entrou na cozinha feito bala, observou Soraya tomar água calmamente enquanto Simone fazia carinho em seus cabelos loiros.

Por Acaso Onde histórias criam vida. Descubra agora