Capítulo 3

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Após sair da sala de Brian, continuo seguindo pelos corredores do galpão observando as pequenas mudanças feitas desde a última vez que estive por ali

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Após sair da sala de Brian, continuo seguindo pelos corredores do galpão observando as pequenas mudanças feitas desde a última vez que estive por ali. Avisto o antigo escritório de meu pai, com a porta fechada, e no mesmo instante sento meu peito apertar. Me pego imaginando, por alguns segundos, parada em frente a porta, ele alegrando o lugar com suas brin cadeiras e palhaçadas. Uma lágrima escorre no canto de meu olho esquerdo, aquecendo minha bochecha. A limpo antes que percorra todo o meu rosto.

Devagar, giro a maçaneta e adentro o local, podendo sentir o cheiro de poeira percorrer minhas narinas. Olho para todos os cantos e noto que nada foi mudado, os quadros pintados por minha avó ainda preenchem as paredes, algumas obras de artes se destacam na prateleira, os retratos em destaque na mesa e o sofá no canto de sempre. Me aproximo da mesa e pego em minhas mãos um retrato de eu, minha mãe e meu pai enquanto sento na cadeira de meu pai e fico lembrando do dia em que aquele retrato foi tirado: uma viagem nossa, quando eu tinha 14 anos, em Fernando de Noronha no Brasil.

Minhas lembranças são interrompidas por uma batida na porta. Volto a minha atenção a ela e vejo tio Ben entrar com algo pequeno em suas mãos. Coloco o porta retrato de volta ao seu devido lugar enquanto ele se aproximava.

- Tem algo que quero te entregar já faz alguns dias, mas não achava um momento certo. – afirma com um sorriso singelo, enquanto me entrega a caixinha.

Pego o objeto de suas mãos e encaro por um tempo ja imaginando o que seja.  Meus dedos percorrem as ondulações ao mesmo tempo em que trabalham para abri-la. O vermelho do rubi se destaca no meio daquele emaranhado dourado das correntes que compõem o colar. Aquele era o último presente que meus pais me deram. Todo o seu significado e simbolismo agora o tornava ainda mais especial.

Levanto o olhar para observar meu tio e o vejo encarando seus próprios sapatos, imóvel. Me pego imaginando como aquele colar havia deixado meu pescoço. Mas, mais ainda, como eu não tinha reparado nisso. Como eu tinha esquecido completamente dele. Levanto o olhar novamente, buscando encontrar alguma resposta.

- No dia do incidente, o seu colar ficou perdido pelo chão. – responde a minha inquietação ao passo em que se apoia no encosto da cadeira - Logo que te levaram para o hospital eu o vi e guardei para te devolver. Sei como ele é especial para você. – abriu um sorriso aconchegante.

- Muito obrigada, tio!

Tiro, então, o colar da caixa e com cuidado o coloco de onde nunca deveria ter saído. Posso sentir o frio da joia de rubi em forma de coração se aconchegar no traço inicial de minha cicatriz.

- Cathie, eu imagino que o que você esteja passando não seja nada fácil. –diz percorrendo suas mãos pela cadeira – Mas quero que saiba que eu estou aqui pra tudo. Minha intenção não é ser um substituto do seu pai, apenas ser o seu tio que você pode confiar.

- Eu sei tio, não se preocupe. - me aproximo dele e seguro em suas mãos - É bom poder tê-lo aqui.

Ele me envolve em um abraço aconchegante. Me deixo envolver no conforto de seu colo e de sua proteção.

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