Nem todas as cores do mundo superam você

12 0 4
                                    

Atenção: Esse conto contém só alegria e algumas menções de sangue, mas nada que vá assustar alguém. Espero que gostem e boa leitura!  AH, antes que eu me esqueça (de novo), eu queria agradecer do fundo do meu coração aos meus amigos que me emprestaram uma parte da imaginação deles para fazer esse conto. Sem dúvida, eu amei escrever a história do personagem de vocês e obrigada por confiar eles a mim!

🔗

Ash estava em segurança no castelo de sua família com suas vestimentas militares que continham algumas pedras preciosas azuis como detalhes que sinalizavam sua casa real. Ele andava de um lado para outro, sozinho, em seu quarto. Ele sabia que, neste momento, Connor estava no campo de batalha exercendo muito bem suas funções de soldado. Ash tentou persuadir Connor com beijos e outros argumentos para que ele não fosse para luta, mas seu amado era um soldado de suma importância no exército e com certeza perceberiam se ele não fosse para o combate.
Isso resultou num Ash preocupado e um milhão de pensamentos em relação a situação atual de Connor. Na noite passada, quando os dois estavam juntos, o moreno deu seu anel de esmeralda para Ash e eles prometeram que, se qualquer coisa acontecesse com Connor, Ash faria um feitiço de localização para socorrê-lo.
O príncipe parou de andar e se sentou na cama do quarto real e olhou para seu antebraço, as linhas pretas que desenhavam a marca de sua alma gêmea. Apesar de sua nobreza, Ash não conhecia muitas pessoas, ele não gostava de multidões e não conseguia se comunicar muito bem com pessoas que ele desconhecia.
Então, quando essa tatuagem apareceu, Ash tinha a certeza de quem era sua alma gêmea porque, coincidentemente, foi no momento em que Connor o olhou sorrindo, na primeira vez que se falaram. Desde então, Ash vem se apaixonando pelo moreno carismático que o ajudava com seus problemas e conseguia, de alguma forma, arrancar sorrisos dele.
Sorrisos de verdade, de felicidade genuína.
Ele passa a mão por aquela marca e teme a sensação de queimação que sempre aparece quando sua alma gêmea está morrendo. Ela some caso a pessoa falece. Costumava ser assim com todas as pessoas que nasciam no seu reino.
Ash se surpreende e quase ri, como se o medo constante na sua mente tivesse sido interpretado errado por quem quer que escute seus desejos, quando ele sentiu a queimação.
Ele sentiu. Connor estava morrendo.
Ele paralisou durante alguns minutos, tentando processar o que estava acontecendo, mas logo se levantou e passou pelo seu quarto correndo. Ele desceu as escadas sem que o vissem – seu pai jamais o deixaria sair para o campo de batalha. Mas o amor de sua vida estava morrendo e eles zeram uma promessa.
Connor não estava falando sério sobre essa promessa, porque, na mente dele, Ash não teria como saber se Connor estava precisando de ajuda. Mas Ash não estava brincando quando disse que de alguma forma ele sentiria.
Ele tinha certeza que sentiria.
Ash pegou o anel com a pedra esverdeada na ponta e segurou com toda força em suas mãos, antes de recitar as palavras do feitiço. No mesmo momento em que terminou, ele viu onde Connor estava como uma projeção em sua mente. O moreno estava caído, encostado numa pedra e escondido, ao lado de um vale.
Ash o xingou mentalmente e desejou que Connor o tivesse ouvido, por conta de sua irresponsabilidade. Por que ele insistia em ser inconsequente até nesses momentos?
Ash sai do palácio pela entrada dos fundos e lá ele encontra o cavalo que havia deixado ali na noite passada. Ele sobe com pressa e logo vai em direção a Connor.
Depois de minutos cavalgando, ele o encontra.
Ele está sozinho e quase inconsciente quando percebe Ash. O príncipe desmonta de seu cavalo com pressa e vai até Connor.
Ash se assusta com a quantidade de sangue no abdômen de Connor. Ele não quer pensar que essa pode ser a última vez que ele verá o amor de sua vida porque ele não quer se despedir. É cedo demais.
A cada momento que essa guerra entre os reinos dura, Ash odeia ainda mais sua família. Foram eles que começaram com isso tudo e se o príncipe perdesse Connor por isso, ele jamais perdoaria aquelas pessoas.
— Ei, Connor! Fala comigo! – Ash agacha ao lado do homem e envolve o rosto dele com as duas mãos, levantando levemente para que pudesse ver as orbes castanhas dele.
Connor abre os olhos e algo se aquece em seu coração ao ver os olhos de diferentes cores o encarando. De um lado, um azul intenso e escuro. Do outro, um castanho cor de mel, agora levemente iluminado pelo sol que já começava a se pôr. Ash era o ser mais lindo que Connor já viu.
O príncipe estava com o rosto preocupado e com a voz grave.
— Connor, responde por favor!
— Ash...– Connor começa mas logo é interrompido pelo sangue que subiu em sua
boca, o fazendo cuspir. — O que você está fazendo aqui?
Ash percebe a voz cansada de Connor. Isso não é nada do que ele está acostumado.
— Eu não sei...eu meio que senti que precisava vir e acho que estava certo – Ash diz, com um pequeno sorriso tímido, incapaz de falar a verdade. O soldado não sabia sobre a tatuagem de Ash e eles nunca chegaram nesse assunto, apesar de Ash já ter visto a de Connor quando viu as costas nuas dele pela primeira vez.
Connor o olha, um sorrisinho no lado da boca se formando.
— Você sempre vem até mim, não importa em qual circunstância, não é? – Connor diz.
— Claro, idiota, você é inconsequente. Não posso te deixar. – Ash diz, nunca desviando os olhos dos de Connor.
Connor soltou um gemido ao se mexer levemente. Ash analisou o ferimento na barriga. Não era uma cena muito boa.
— E então? Quanto tempo eu ainda tenho de vida? – Connor pergunta, com um tom irônico.
Os olhos dele não acompanhavam as piadinhas. Connor estava cansado demais, ferido demais, mas ele precisava dizer a Ash algumas coisas. Ele não queria o deixar, mas se tivesse que fazer isso, que fosse depois de Ash saber seus sentimentos.
— Ash, olha pra mim – Connor diz, colocando uma das mãos ensanguentadas na mandíbula do príncipe.
Ash o olhou. Seus olhos estavam brilhando e Connor estava muito apaixonado por esse homem.
— Eu preciso te falar algumas coisas antes...– a voz de Connor vacila, junto de sua respiração.
Ash balança a cabeça.
— Não, Connor, não quero ouvir suas despedidas. A gente vai sair daqu...
— Ash, eu te amo. – Connor o interrompe.
O príncipe o olha, em choque. É isso mesmo que ele ouviu?
— O que? – ele pergunta.
— Ash, eu te amo. Eu não te contei, mas apareceu a marca em mim e eu não faço
ideia de quem seja. Porém, isso não importa porque eu quero você. Só você. – Connor diz, olhando nos olhos do homem à sua frente. — Eu não ligo pra quem for que esteja destinada a ser minha alma gêmea. Se não for você, eu não quero ninguém.
Ash tenta falar, mas está chocado demais para isso.
— Eu não quero que isso seja uma despedida. Eu só precisava aproveitar essa dose de coragem que essa situação está me dando para te falar isso e você está lindo demais nessa luz pra eu perder qualquer oportunidade de dizer que você é meu. – Connor diz, com um leve sorriso nos lábios.
Ash quer matar Connor por estar falando essas coisas agora. Ele não vai morrer, então porque ele insiste em fazer isso como uma despedida?
— Connor, eu...– Ash começa. — Eu senti a queimação no meu antebraço. Nas linhas. É você. Você é a minha alma gêmea e é por isso que eu te encontrei e quer saber de uma coisa? Eu iria até você em qualquer lugar desse maldito planeta. E se essa marca de algum jeito não lhe pertencer, não importa porque eu também amo você.
Os olhos de Connor brilham. Ash vê a tensão sair dos ombros dele, mas não relaxa o próprio corpo.
— Ash...– Connor é interrompido por uma tosse. — Nenhuma das cores que você tanto gosta chegam perto da preciosidade de seus traços...
Connor diz, acariciando as maçãs do rosto do príncipe, que corresponde ao carinho. Ash sente seus olhos umedecerem e logo algumas lágrimas já estão caindo.
— Cala a boca, Amas, você vai sobreviver, seu babaca!– Ash sempre o chama pelo sobrenome quando está chamando atenção dele e, agora, com a voz embargada ele tenta levantá-lo mas Connor o impede.
Connor sorri. Aquele sorriso que Ash tanto ama. O mesmo sorriso que revelou sua tatuagem. O mesmo sorriso que Ash nunca vai esquecer.
Connor limpa uma lágrima no rosto do príncipe.
— Se você me elogiar mais uma vez, eu prometo que eu te deixo aqui sozinho. – Ash diz, em meio as lágrimas silenciosas e Connor ri.
— Você não está pronto pra me deixar ainda, não é? – Connor pergunta, a voz falhando.
— Connor, não...
— Ainda bem, porque você vai ter muito tempo pra me aproveitar – o moreno fala e Ash ergue uma sobrancelha. — Ash, eu não to morrendo. Esse corte foi profundo, mas não chegou a atravessar meu corpo. Estou fazendo esse drama todo porque foi muito romântico da sua parte vir me salvar. Mas a parte do eu te amo é real, tá bom? E você ainda consegue ser a melhor imagem que eu gostaria de ver antes de morrer.
Ash o olha incrédulo.
Ele está feliz, mas agora quer matar Connor por deixar um rubor crescer em seu rosto.
— Connor, eu te odeio muito e eu espero que esse corte esteja doendo bastante. – Ash diz, tentando se levantar, mas Connor é mais forte e agarra o braço dele.
— Não, Ash, você não vai me deixar aqui!
— Nada me impede de fazer isso! — Ash diz, emburrado.
Connor sorri e se aproxima do rosto do príncipe o suciente para beijar sua bochecha.
— Agora que você quase me perdeu, é um ótimo motivo pra você me assumir pro seu reino ou no sigilo é mais gostoso? – Connor diz, um tom de brincadeira na voz.
Ash quer matar esse homem.
— Para de falar merda e vem logo, antes que você morra de verdade! – Ash ri, com vergonha e ajuda Connor a se levantar.
Eles voltam pro palácio e lá Connor recebe os devidos cuidados. Ele dorme no quarto do príncipe, enquanto Ash o observa. Ele não consegue dormir por conta da ansiedade em seu peito, então ele tenta mudar seu foco para quem o acalma de verdade.
E por fim, Ash percebe que vai amar esse idiota pro resto de sua vida.



(Me perdoem por qualquer erro ortográfico ou quebra de expectativas! Ainda não recuperei o sono que estou devendo ao meu organismo. E, caso queira, eu serei imensamente grato por elogios e críticas construtivas. Obrigado por ler e até a próxima!)

nic.🍭

Pequenos delírios de um escritor e outras coisas mais!Onde histórias criam vida. Descubra agora