Comecei a postar esse livro há um tempo, mas agora estou reescrevendo, e vou postá-lo novamente completo aqui.
Boa leitura!
***
Cameron
Eu não posso acreditar! É a quarta vez hoje que vou a uma entrevista, e em todas, sem exceção, sou dispensada! Que droga de azar é esse? Estou ficando sem saída!
Enquanto ando pela calçada da cidade, paro em frente uma loja de doces. Eu não deveria... Mas não resisto e acabo entrando, saindo em seguida com uma caixa com dois donuts, um de chocolate, outro de caramelo. Há mesinhas azuis no lado externo, e eu me sento-me para comer.
Me recrimino, porque estou descontando na comida novamente minhas frustrações, o que não é bom. Uma freira me dizia; Quem vai ter querer se for gorda? Eu compreendo. Não é como se eu tivesse a maior auto estima de todas, mas também não é como se eu não tivesse. Me acho bonita, mas não atraente... Sinceramente? A quem estou tentando enganar?
Enquanto termino de comer, noto que há um jornal em cima da mesa, e penso que talvez, apenas talvez, eu possa dar uma olhada na sessão de empregos. Quem sabe? Procuro algumas vagas... Costureira? Não sei nem pregar um botão! Cozinheira? Péssima nisso! Mecânico... Açougueiro? E terminar sem dedos? Não. Eu ainda vou precisar deles. Babá? Hum... Eu poderia... Olhe esse salário! Meus olhos quase saltam das órbitas! Deve ser uma mãe muito rica procurando alguém para cuidar do pirralho.
E veja bem, essa sou eu, nesse exato momento, tomando uma atitude que eu sei que em breve me arrependerei.
Mas sim, estou indo até lá. Peguei o endereço e me dirigi aos táxis. Pelo que vi, fica na parte mais rica da cidade, o que me deixa um pouco nervosa. Está aí mais um pouco sobre mim: fico desconcertada quando estou perto de ricos.
Mas, como nada na minha vida dá certo, precisamente no momento que vou entrar no táxi... Piso em um cocô de cachorro! Faço ânsia, enquanto limpo na calçada. Entro no carro sorrindo, enquanto meu pé cheira mais que um lixo. Não sei como o motorista não reclamou. Ou melhor, reclamou sim, durante a viagem me perguntou se eu estava sentindo aquele cheiro. Apenas disfarço e digo que não tenho ideia de onde vem.
A viagem não demora, e quando o carro para em frente da grande casa, de três andares, toda branca, eu penso que fui longe demais. Terreno arriscado, Cameron!
Pago o táxi e desço. Há uma fila de mulheres na porta, e presumo que são outras candidatas. Quando me aproximo, elas torcem o nariz, mas disfarço. Sento elegantemente na cadeira de madeira, com meu vestido xadrez e meu tênis branco, agora marrom.
E espero. Eu sou a última, então aproveito para pegar meu celular e ler alguma coisa, isso me distrai. Sou uma apaixonada por livros, o que tira algumas consideráveis horas do meu tempo.
Já estou quase dormindo e babando na cadeira quando ouço uma voz masculina me chamar. Me levanto, arrumo-me e entro na casa, surpreendendo-me com o luxo do interior daquele lugar. Senhor, parece coisa de filme!
E depois, meu olhar é direcionado para o mordomo, acredito eu, vestido como um pingüim, todo de preto e branco. E tão careca que brilha, e tão magro que se não tomasse banho de pernas abertas, cairia no ralo. Mas parece tão gente boa!
Sento-me onde ele indica, e noto então que meu vestido é muito curto, e que preciso ficar cruzando as pernas.
E bem, o homem parece desconfiado sobre o cheiro, então eu tento disfarçar... Sorrindo. Sou boa nisso.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Apenas Sua: O CEO e a Babá
أدب نسائيCameron Preciso urgente de um emprego! Desde que saí do abrigo em que vivia desde criança, o que mais desejo é trabalhar, ter uma casa, e claro, uma família. Mas a verdade é que as coisas não andam bem para mim. Na cidade de Nova York, nada surge...