Capítulo II

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[sem revisão]


Emma vinha de uma típica família tradicional rica da cidade, que escondia muitos problemas familiares e, infelizmente, financeiros por trás de uma fachada. Na infância, isso talvez não a incomodasse tanto, mas na adolescência, mesmo sendo a garota mais linda e respeitada da escola, aparentemente tendo tudo o que queria, ela sabia que algo faltava.

— Eu cansei dessa sua arrogância — então, mais um copo foi arremessado na imensa sala da família Sinclair — Sua ingrata.

Esse era o pai, James Sinclair, o famoso herdeiro da cidade que, no final, não era mais herdeiro de nada, pois tinha gastado todo o dinheiro. Um homem agressivo, que quando misturava bebida com os pós que cheirava, as coisas pioravam.

— Para! — Emma gritava chorando, correndo em direção à porta.

— Volta aqui — sentiu um puxão em seu braço.

Emma estava prensada na porta, de frente para o homem que lhe dera a vida, e nesse momento, ela poderia jurar que o mesmo a tiraria. Eles se encaravam, e enquanto James torcia o nariz mais uma vez devido ao pó, Emma engoliu em seco e arriscou dizer.

— O que foi? Vai me bater? — alguns segundos de silêncio, e James soltou os braços da filha — Eu só quero sair daqui.

A voz de Emma saiu falhada em sua última fala, mas era seu maior desejo. Sair daquela vida de marionete e poder viver livre daquela família que a sugava.

— Sai daqui — James disse, voltando até a garrafa de whisky e, agora sem copo, virou a mesma no bico.

Emma pôde então respirar fundo, mas ainda paralisada, secou as lágrimas e olhou pela última vez para a casa onde cresceu. Voltou a atenção para seu pai quando ele se jogou no sofá e a encarou.

— Livre? — riu — Vamos ver até onde você vai sem o dinheiro e a proteção do papai.

Nojo e raiva eram tudo que constituía os sentimentos de Emma nesse momento. Ela puxou um cuspe e ainda olhando para seu pai cuspiu no chão da sala. Assim que ele ameaçou levantar, ela já tinha saído da casa.

Essa foi a situação que aconteceu semanas antes de Emma chegar até o ponto em que está hoje. Perdida na própria vida com uma amiga mais perdida que ela.

— Por que a gente tá no México, Molly?

— Eu já disse, tenho um amigo que vai ajudar a gente — tentou forçar um sorriso — Tá tudo bem.

Molly fazia jus à má fama das mulheres loiras, mas, no fundo de toda a burrice, tinha um coração bom. Ela estava aparentemente mais nervosa e ansiosa que a amiga Emma, cada passo que dava em cima de seus saltos, ela apertava mais ainda as pontas dos dedos.

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