ADAM
[sem revisão]
Ficamos parados alguns segundos nos encarando, sem entender o momento que estávamos e, principalmente, como isso estava acontecendo. A música que tocava acabou, e o silêncio me trouxe de volta à realidade.
— Tudo bem? — perguntei a soltando, e minha voz saiu mais fria do que eu talvez queria — falo do tombo.
— É, sim — ela falou sem jeito e olhou para os cacos — preciso limpar isso.
Fechei a porta, e ela se ajoelhou, colocando os cacos na bandeja que carregava. Felizmente, apenas um copo quebrou.
Emma Sinclair estava na minha frente ajoelhada como garçonete, juntando cacos de vidro. No México!
— Eu te ajudo — falei, me abaixando, e ela me olhou rapidamente.
— Não, Adam... Sr... Sr. Adam, é meu trabalho. Eu derrubei.
— Trabalho? — perguntei ainda confuso, e vi seu corpo se retrair. Me abaixei e terminei de juntar os cacos com ela.
Nos levantamos, e ela ainda tentava evitar o contato visual comigo. O copo que restou inteiro ela colocou na mesa com o whiskey e seguiu até a porta.
— Já trago seu gelo. Ainda vai precisar de outro copo? — ela perguntou, e logo no final de sua frase vi um pouco de desgosto — o Sr já devia estar acompanhado. Se quiser, eu posso chamar sua acompanhante.
Acabei soltando um meio sorriso por entender o motivo do tom de desgosto em sua fala.
— Você bebe whiskey? — perguntei, a deixando confusa — se sim, traga mais um copo, se não, apenas o gelo.
— Eu estou trabalhando — ela disse séria — e como garçonete!
— Eu não quis dizer o contrário. Apenas te convidei pra beber comigo, antigamente você gostava de fazer isso.
— Apenas o gelo, então. — Emma disse de maneira direta e saiu pela porta, a fechando com força.
Caralho. Emma Sinclair, o que aconteceu com você?
Coloquei mais uma música e sentei na poltrona; de repente, todas as lembranças estavam ali em minha mente de novo. Os olhares, toques, beijos, a nostalgia da adolescência.
Meu primeiro amor. Amor. Palavra forte para dizer, mas talvez simplesmente Emma. Ela era uma sensação completa, um momento vivido e tudo mais que o amor poderia ser. Para mim, ela foi Emma Sinclair, a intocável, mas que era minha.
Bateram na porta, e meu corpo eufórico entregou estarmos esperando que Emma tenha mudado de ideia em relação ao convite. Me ajeitei na cadeira e permiti a entrada. O corpo passou pela porta, e não, não era Emma. Era a loira de mais cedo.
— Nossa, é você mesmo.
Molly! Eu sabia que a conhecia. Mas o que caralhos aconteceu aqui? Eu to no México, não nos Estados Unidos. Ela se aproximou e despejou o gelo no meu copo em cima da mesa onde ele estava com o whiskey.
— Molly — falei rastejado ainda ligando seu nome a essa imagem nova dela — onde ela está?
— Olha, isso tudo — falou gesticulando com as mãos apontando para o quarto — foi muita informação pra ela. Tipo, vocês são adultos agora!
Ela suspirou de maneira triste, e ficamos em um silêncio constrangedor. Admito que eu estava decepcionado; achei que tinha esquecido dela, mas ver e tocar ela me deixou com a sensação de que agora temos algo pra resolver.
— Ela vai me matar — ela disse em negação — ela ta lá em cima no terraço. Vai, vai.
Me levantei, peguei a garrafa de whiskey e saí do quarto. Tive que perguntar a algumas pessoas onde era o acesso pro terraço até encontrar a maldita escada. Uma pontada, travei na escada. O que eu tô fazendo? Já no meio da escada comecei a analisar a situação, eu estava com a roupa toda frouxa e o sapato amarrado de qualquer jeito. A garrafa na minha mão ainda estava aberta; a abri e dei um gole longo. Coragem!
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This is not Everything
Romance[Adam Foster(26 anos) é um homem bem-sucedido que teve que lutar muito para hoje estar na posição que ocupa, ele viaja o mundo trabalhando e experimentando os mais variados prazeres da vida carnal. Em uma de suas viagens, após um dia longo de reuniõ...