Capítulo III

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ADAM

[sem revisão]


Não me importei em escolher a garota, eu provavelmente a mandaria embora. Deixei a escolha para Hank, pedi uma garrafa de whiskey no bar e fui até o quarto. No quarto a grande janela me chamou a atenção, caminhei e apoiei meu corpo com o braço esquerdo, fiquei observando o tráfego de carros lá em baixo.

Senti meu celular vibrar no bolso e o peguei já frustrado. Mais uma ligação da minha mãe, joguei o celular na cama. Me sentia pressionado com isso, tirei meu paletó e afrouxei a gravata. Alguém bateu na porta e eu permiti a entrada, esperei apoiado no grande vidro da janela.

O barulho da garrafa de whiskey estralou na pequena mesa de vidro, chamando minha atenção.

— Desculpe.

Era uma moça loira nitidamente nervosa e apressada. Sua cabeça estava inclinada para baixo, e não pude ver seu rosto, pois o rabo de cavalo desajeitado o cobria. Mas o sotaque dela ao pedir desculpas me deixou intrigado.

Ela já estava virada em direção à porta, prestes a sair, e o fato de eu não ter visto seu rosto me deixou estranhamente frustrado.

— Espere.

Falei, ela parou e virou lentamente subindo a cabeça para encontrar meu olhar. Que sensação estranha, sinto que já a vi, mas não aqui. Seus olhos estavam fixados em mim também, ela aguardava minhas falas.

— Pode me trazer dois copos com gelo, por favor?

Falei em inglês, e ela tentou disfarçar seu suspiro de alívio. Sua reação me pareceu engraçada.

— Claro, senhor. Com licença.

Ela saiu fechando a porta. Essa voz, não é estranha. Por que estou tão intrigado com uma garçonete? Acho que preciso descansar minha cabeça.

Tirei meus sapatos e a gravata, me deitei na cama, e ainda escutava os pensamentos atordoarem minha cabeça. Me levantei para colocar uma música, Billy Joel. Talvez "Piano Man" seja minha música preferida.

A porta se abriu, e pelo cheiro ardido do perfume, sem ao menos olhar posso afirmar, ela chegou. Abaixei o volume da música e me virei. A morena alta com suas pernas e troncos à mostra me encarava sorrindo com um forte batom vermelho marcando sua boca.

— Hoje irei passar a noite sozinho - caminhei até a porta - Pode aproveitar nosso tempo para descansar.

— Como assim, lindo? Eu sou sua companhia, vamos nos divertir um pouco.

Tentei um sorriso amigável, mas realmente não era o que eu queria. Puxei minha carteira do bolso e tirei alguns dólares e entreguei em direção a ela, que bufou, pegou o dinheiro da minha mão, e eu abri a porta para ela sair.

Finalmente sozinho. Assim que fechei a porta, alguém a bateu de novo, parei e tentei respirar fundo algumas vezes pra me acalmar, já frustrado, abri com força, e isso acabou derrubando a moça que estava do lado de fora. O barulho dos copos quebrando foi o primeiro som alto após o estalo do corpo dela encontrar o chão.

— Porra!

Ela gritou, e nesse momento eu só estava preocupado se ela tinha caído nos cacos do copo. Me inclinei e rapidamente a puxei tirando do chão. Seu corpo era pequeno e leve, busquei seus olhos e os encontrei. 

— Adam?

— Mas que porra... Emma?

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