Capítulo 2

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  Felizmente, minha casa ficava a exatos 4 quarteirões do parque. A mãe de Sosoh, junto com seu irmão mais velho, me levaram de volta.

-Obrigado... Eu acabei perdendo ela de vista e entrei em pânico. -Minha mãe falou para a mãe de Sosoh. Ela me apertava com força e não deixava eu me afastar dela. Minha mãe fechou a porta ainda me segurando com uma mão. -Você.. Por que você voltou!?

-Mamãe.. -Ela me apertou ainda mais forte. -Aii tá doendo!

-Que doa! -Ela me soltou bruscamente. -Eu devia ter te deixado ainda mais longe! -Ela continuou gritando coisas horríveis para mim. Eu corri para o meu quarto e fiquei lá, chorando. Em um dado momento, a porta da sala bateu. Então ouvi a voz do meu pai. Sai para fora do quarto. Antes ele estava no hospital comigo. Não sei o que a médica falou para eles sobre mim, só sei que foi depois daí que meus pais ficaram estranhos. Meu pai estava parado na porta. Seu corpo arqueava para os lados levemente.. Ele estava bêbado.

-Hum.. -Ele soluçou. -Você.. É culpa sua! -Ele disse para minha mãe. Ela se aproximou dele, acho que ia bater nele ou algo do tipo. Porém, meu pai sentou a mão na cara dela, fazendo ela cair em cima do sofá. -É tudo culpa sua! Sua família de m*rda! Ela é igual a sua avó maluca!

-Cala a boca! Cala a boca! -Ela avançou para cima dele. Os dois se embolaram no chão como dois gatos brigando. Eu fiquei alí, horrorizada. Até que em um certo momento, ela caiu aos meus pés. -Você.. Você! -Ela me puxou.

-Me solta! Mamãe me solta! -Pedi, já chorando. Ela estava cheia de arranhões e hematomas.

-É culpa dela! -Ela me empurrou. -Dela! Essa Aberração! -Ela me bateu.

-Ela é igual a você! -Meu pai me chutou, me fazendo cair. Então dali mesmo, virei um saco de pancadas. Apanhei tanto que demorei horas para me levantar de tanta dor. Meu pai saiu novamente quando se cansou. E minha mãe estava sentada no sofá enquanto fumava. Me arrastei lentamente até meu quarto. Consegui me apoiar na minha cômoda e me olhei no espelho. Lágrimas vieram aos meus olhos como um tsunami. Fui até o banheiro para tomar banho, e quando a água tocou na minha pele, parecia que eu tava levando várias f*cadas.

-Meus pais naum me amam mais..

°°°

Não demorou muito para meu pai virar um alcoólatra. Um dia ele não voltou para casa. Eu nunca mais o vi desde então. Eu já quase não ia para a escola e minha mãe continuava me agredindo. Queria pedir ajuda, mas eu tinha medo. Vez ou outra, alguém notava os hematomas, mas nunca buscavam saber o real motivo para as minhas manchas roxas. Meu pai não tinha parentes vivos, e os da minha mãe, moravam muito longe. Eu não sabia se eles iriam me ajudar, ou apoiar minha mãe no que quer que fosse que ela estava fazendo comigo, que era me bater todo santo dia. Então, me mantive calada.

Não demorou muito para minha mãe perder o emprego, por faltar ao trabalho. Logo, para ter alguém para sustentá-la, ela arrumou um novo marido. Eu não gostava dele. Ele me olhava estranho. Faziam dois anos que eu vivia nessa situação. O sujeito com quem minha mãe havia juntado os trapos, se chamava Pedro. Ele trabalhava como mecânico e ganhava bem com isso. Depois, eu soube que ele mesmo fazia questão de espalhar pregos e outras coisas capazes de furar e danificar pneus de carro ou moto, pela cidade.

Minha mãe sofria abusos dele constantes. Muitos se iniciavam na minha frente. Ela me olhava com uma expressão vazia. Pedro me olhava com fome.

Um dia, ele não foi trabalhar. No meio da semana era seu dia de folga. E por azar, havia uma reunião entre professores, e não haveria aula. Acordei. Fui silenciosamente para o banheiro. Não gostava de topar com ele pela casa. Pelo o que notei, minha mãe ainda estava dormindo. Passei pela sala e o Pedro estava vendo um filme adulto.. Meu estômago logo ficou embrulhado. Cheguei no banheiro, lavei meu rosto e tratei de esquecer o que vi. Fiz xixi e dei descarga, tentando fazer o mínimo de barulho possível. Sai do banheiro indo para sala. Quando estava na metade do percurso, Pedro me chamou, imóvel no sofá.

-Melody. -Eu parei na mesma hora, então ele se virou para mim. -Você não foi silenciosa o suficiente desta vez. -Ele se levantou tão rápido, e tão bruscamente, que eu não tive reação de correr para o quarto e me trancar.

-Me solta! -Pedi. Ele segurava fortemente um dos meus pulsos. Com a outra mão livre, ele pegou minha outra mão e forçou-a para baixo, me obrigando a segurar em seu p*nis. -Me solta! Solta!. -Esperneei. Pedro me jogou no sofá.

-Dessa vez mocinha, você não me escapa! -Ele jogou seu corpo sobre o meu segurando minhas mãos, enquanto cheirava e lambia meu pescoço. Seu bafo fedia a peixe podre. Enquanto a atriz gemia de suposto prazer na tv, eu gemia de nojo e de dor. Meu corpo pequeno estava sendo esmagado. Eu mal conseguia espirar. -Você finalmente vai ser minha!

-Me solta! Por favor! Me solta!! -Eu implorava. Pedro se levantou. Por um momento de inocência, achei que ele realmente iria me deixar ir. Mas me enganei.

-A v*dia da sua mãe não sabe me ch*par direito. Espero que você saiba. -Ele riu, me obrigando a colocar aquela coisa fétida, na minha boca. -Pedro segurava minha cabeça com força, a levando na direção que ele queria, enquanto eu tentava afastá-lo de mim.

-Me larga!! Me larga seu monstro! -Pedi entre gritos.

-Cof Cof.. -Eu e pedro olhamos para a minha mãe, parada na porta fumando mais um de tantos cigarros. -Estou indo no mercado.. -Ela passou por nós e estava ignorando totalmente aquela cena. "Como pode minha mãe ver algo assim acontecendo bem na flente dela e naum fazer nada? ". Minha mãe passou pela porta e nem olhou para trás.

-Agora, é só eu e você.. -Pedro voltou seu olhar para mim. Lutei contra ele para me soltar, até que ele caiu no chão e me levou junto. Nos embolamos alí no piso frio. Sobre a mesa ao nosso lado, havia um jarro. Foi minha salvação. Sem que Pedro notasse, peguei o jarro e bati na sua cabeça. Ele desmaiou sobre mim. Empurrei com minha dificuldade seu corpo para o lado e me levantei. Ajeitei o cabelo enquanto olhava o corpo de Pedro inconsciente no chão.

-Aqui.. -Respirei ofegante. -Eu naum fico mais..

ᰔᩚ My Little Girl ওOnde histórias criam vida. Descubra agora