Capítulo 8

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-Mel? O que foi? Por que está chorando? -Vovó também perguntou quando me viu correndo. Subi as escadas e me joguei na cama. Desabei em chorar mais ainda. Fazia tanto tempo que não me sentia uma estranha maluca! Agora tudo voltou. Todos os sentimentos ruins! Todas as piadas de mal gosto! Meus traumas..

-Melody? -Era a voz de Dario. -Melody você está bem?

-Vai embola.. -Disse com cabeça enfiada no travesseiro.

-Estamos aqui.. Eu sinto muito que você teve que ouvir aquilo.. -Sophia veio até a cama e se sentou. Ela me abraçou e falou coisas para me acalmar. Parei de chorar um pouco. -Se sente melhor?

-Naum..

-Oh.. Eu vou ter que ir agora.. Minha mãe está precisando de mim. Dario, me conte tudo depois.. -Sophia me beijou e se levantou da cama. Ouvi seus passos indo embora.

-Você quer uma água?

-Naum..

-Melody.. -Ele se sentou. -Eu sei que machuca ouvir aquelas bobazeiras mas, nem todos vão entender você. Sei que você vai se magoar, eu me magoaria.. Mas eu também sei que existem pessoas que te amam do jeitinho que você é: Seus avós, Sophia e.. Eu... -Ele alisou meus cabelos. -Então.. Você vai ter que ser uma garota forte e enfrentar esses babacas. -Fiquei uns segundos ali, imóvel. Me movi apenas para pular em seu colo. -Ahn? Isso foi..

-Discupa.. Desculpa.. Vou me esforçar para falar direitinho.

-Não me importo em como você fala. Por mim, pode continuar. Acho.. Fofo.

-Acha? Mas eu ple-preciso. Voxe vai ver. Amanhã eu vou falar tudo direitinho.

-Se você acha que é melhor, então por mim tudo bem. -Ele me abraçou. Levantei a cabeça e ele estava me olhando. Ele baixou a cabeça e nossas bocas ficaram tão próximas... Eu sentia sua respiração batendo contra a minha. -Melody..

-Dario.. -Fechei os olhos. Parecia um instinto.

-E-Eu não posso.. -Dario me colocou na cama e se levantou.

-Não pode?

-A real é que eu gosto de você, Melody! Gosto muito! Faz pouco tempo, eu sei. Mas.. Eu não sei explicar! Só quero te proteger de tudo e de todos.. Eu.. Mas eu não posso.. Sou mais velho que você..

-Eu tenho 17..

-Eu tenho 22.. 5 anos à frente.. Você não se assusta? Se formos ter algo Mel.. Eu vou esperar.. -Ele se ajoelhou nos meus pés. -Vou esperar o tempo que for..

-Dario.. Eu.. Eu também gosto de você.. -É a primeira vez que me sinto estranha perto de um galoto. Achei que nunca iria sentir isso um dia. -Eu gosto muito.. Quero ficar com você..

-Eu também quero, mas não posso.. É muito cedo..

-Está bem. Eu também vou esperar..

-Ótimo! Eu preciso ir. Minha mãe vai me matar se eu me atrasar para o jantar. Qualquer dia desses eu te levo pra jantar com a gente. -Ele se levantou, mas antes de sair, deu um beijo em minha testa. -Se cuida.. -Ele foi embora. Desci para tomar um banho.

-Filha, o que houve? -Vovó perguntou. Ela estava preparando o jantar.

-Só uma coisa bem chata..

-Sério? Foram seus amigos?

-Não.. Um estranho na rua.. -Entrei no banheiro. Tomei um banho quentinho. Subi, me vesti e desci para comer.

-Então não foi ele? -Vovô perguntou.

-Não, Zé. E eu também dúvido que fosse. Ele é muito bonzinho.

-Do quê estão falando? -Me sentei a mesa.

-Nada de mais. Aconteceu algo?

-Não vovô. Nada com o que se preocupar, tá?

-Vamos mudar de assunto e jantar. Vamos. -Vovó nos serviu e começamos o jantar. Quando terminamos, lavei a louça e deixei que eles fossem dormir. Quando acabei fui para a cama. Tive outro pesadelo daqueles. Mas logo passou o susto e o medo quando vovô e vovó me abraçaram.

●●●

Sábado de manhã. Hoje não iríamos abrir a loja. Nos arrumamos e saímos para o centro. Fomos comprar decoração para o Natal, roupas e o que mais precisasse.

-Essa árvore é pequena. Lá em casa não tem muito espaço. -Vovô analisou a árvore.

-É verdade. Posso até pôr na mesinha perto do sofá. -Vovó concordou. -Vamos levar. -Eles colocaram no carrinho.

-Que legal. Tem enfeites ali! -Apontei para os vários enfeites natalinos. Pegamos alguns. Compramos pisca-pisca também. Vovó resolveu comprar um Peru.

-Olá Senhor Zé e Dona Marta. -Alguém disse atrás de nós. -Como estão?

-Olha, Dona Silvanna! Faz dias que não a via. Como está? -Vovó perguntou.

-Estou bem. Sabe como é né? Dona de casa nunca para. E o Natal chegando em então.. Olha só, você deve ser a Melody. -Sorriu para mim. -Prazer. Eu sou a mãe da Sophia e do Dario.

-Pla-Prazer.. -Sorri, tímida.

-Meu filho foi ali, ver se conseguia um Peru, mas já levaram tudo. -Ela olhou para trás.

-Sério? Acabamos de comprar. -Vovô apontou para o carrinho.

-Pois é. Mas parece já terem levado.

-Se a senhora quiser ficar.. -Vovó ofereceu.

-N-Não gente! Não vou aceitar.

-Mas a senhora tem uma família maior. A gente pode comprar um frango. -Todos riram.

-Muito gentil da parte de vocês.. Então faremos assim: Venham comer a ceia na minha casa, amanhã. A senhora prepara o Peru, dona Marta. E pode deixar que eu preparo o resto. Que tal?

-Não vamos atrapalhar? -Vovô quis saber.

-Mas é claro que não. Estão oficialmente convidados. -Ela sorriu.

-Mãe, não tinha mais. Acabaram. -Dario se aproximou. -Bom dia gente. -Ele cumprimentou-nos.

-Bom dia.

-Bom dia, querido.

-B-Bom dia, Dario.. -Respondi.

-Eu estava aqui convidando eles para jantar a ceia amanhã. -Silvanna disse.

-Olha só. Que legal. A mesa vai está cheia de comida saborosa. -Rimos e continuamos andando juntos no super mercado. -Você tá melhor?

-Tô sim.

-Quer dar uma volta?

-E-Eu tenho que ficar aqui. Eles podem precisar de mim. -Falei.

-É verdade.. -Dario segurou na minha mão. Corei.

-O que você acha, filho? Devo levar? -Silvanna perguntou. Ela nos olhou de mãos dadas e sorriu.

-Claro que sim. -Ele respondeu.

-Ótimo. -Continuamos andando e Depois de comprar tudo o que precisávamos, pagamos e saímos. -Vocês vieram a pé?

-Foi. -Respondi. Ainda segurava a mão de Dario.

-Vamos. Eu levo vocês.

-Não precisa, Dona Silvanna. -Vovó respondeu...

-Vocês tem muitas compras. Vamos. Podem usar meu porta malas. -Ela abriu o porta malas e colocou suas compras dentro. -Podem colocar. -Vovô e vovó colocaram tudo nosso lá. Entramos no carro. Vovô foi na frente, junto com a Silvanna. Enquanto vovó, eu e Dario ficamos no banco de trás. Ele segurava minha mão. Em um momento pego o celular e me mostrou vídeos engraçados. Rimos juntos. Ele também me mostrou vídeos e fotos da Sophia, em momentos cômicos. Acho que se ela soubesse, o mataria.

ᰔᩚ My Little Girl ওOnde histórias criam vida. Descubra agora