Capítulo VI

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 Irina seguiu Isaac em posse da taça que fora dele

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 Irina seguiu Isaac em posse da taça que fora dele. Assistia-o em silêncio, sendo sua maior função a de garantir que o irmão não passasse dos limites na bebida e desse algum vexame. Tinha certeza que a mãe chamaria sua atenção caso isso acontecesse e falaria sem parar sobre o evento quando retornassem para casa.

Naquele momento, Beatriz provavelmente continuava junto de Cornélio Melquiades, procurando brechas para entrar em alguma conversa relevante dos bruxos em volta do líder do Clã. Entre um e outro, preferia ficar com Isaac.

— Ou acaba de encontrar companheiros mais interessantes do que eu?

Após a fala de Isaac, Irina teve vontade de levar a mão em direção ao rosto, sentindo-o esquentar um pouco, no entanto, somente parou ao lado do irmão, percebendo os olhares dos três homens fixarem-se sobre ele.

— Não era nenhum relato de contrabando, espero — um dos bruxos zombou junto de uma gargalhada chamativa, fazendo uma ou outra pessoa do grande grupo logo atrás olhar de relance para eles.

— Você nunca se importou com a procedência de nenhum de meus tecidos, Katsaros, o que o fez mudar de ideia? — Isaac provocou, movendo a mão no ar, parecendo em busca de algo. Ao invés de passar-lhe a taça, a irmã aproximou-se, fazendo o possível para não dar um beliscão no braço dele ou o que fosse para que se comportasse.

Irina já havia visto antes aquele bruxo que Isaac decidira provocar e, pelo nome, sabia da rivalidade velada entre Katsaros e o irmão. Ambos possuíam o mesmo interesse de ingressar no Conselho e aparentemente usavam de suas melhores armas para consegui-lo. Mesmo que não conhecesse o homem, podia ter certeza de que ele estava sendo mais bem-sucedido do que Isaac.

Ela relanceou os olhos pelos outros dois bruxos, vendo Eduardo Paduletto aproveitar que o foco tinha saído dele para se retirar discretamente, enquanto o outro tomava o tempo para encará-la. Irina susteve o olhar, sabendo que era um pouco mais demorado do que o decoro ditava, mas o desconhecido pareceu não se intimidar com isso. Por fim, ele sorriu para ela e, parecendo sem jeito, desviou os olhos novamente para o amigo.

— Contrabandeado ou não, não é mais do que sua obrigação de oferecer um material de boa qualidade — Katsaros retrucou, um sorriso brincando pelo rosto. — Mas acredito que nem isso consegue cumprir, pelo que ouvi dizer de algumas pessoas...

— Fico feliz de saber isso. Principalmente ao ver como meu tecido cai perfeitamente bem nas curvas de sua esposa.

Irina se engasgou com a própria saliva e começou a tossir, usando daquele artifício para que Isaac prestasse pelo menos um pouco de atenção nela. Pressionou um dos cantos dos lábios, usando da intimidade para passar o recado. Torcia para que o irmão estivesse num estado em que ainda pudesse compreender a mensagem silenciosa.

— Vamos, meu amigo, acredito ser melhor procurarmos Rebeka e companhias mais educadas. — Katsaros parecia lutar para controlar a própria raiva, porém, diferente de Isaac, sabia como se portar.

Dualitas (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora