ℂ𝕙𝕒𝕡𝕥𝕖𝕣 𝕀𝕍 - ℝ𝕖𝕤𝕥, 𝕤𝕠𝕝𝕕𝕚𝕖𝕣.

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Descansar, soldado.

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 O soldado troiano piscou algumas vezes, soltando as pernas da moça, e encarando o peito perfurado.

 Phoebe caiu no chão, com a casca da árvore rasgando suas costas, e, ao seu lado, o soldado grego também caiu, sangue brotava de sua boca.

 Quando o soldado troiano enfim foi ao chão, a imagem encoberta pela escuridão do loiro foi a primeira coisa que viu.

 Outra vez, sentiu mãos rodearem seu braço, e, tomada pelo pânico, se afastou, não conseguindo conter um soluço pesado que escapou do fundo de sua garganta.

 Se arrastando para longe das mãos com angústia, foi que viu Eudoro sair de trás da árvore. Ele pegou a espada cravada nas costas do grego, a limpou na casca e a encaixou na bainha.

 Phoebe sentiu suas costas encostarem nas pernas do loiro, e se afastou um pouco, para olhá-lo de baixo.

 Em silêncio, ele a ajudou ficar de pé e a conduziu de volta até sua tenda, desviando dos olhares intrigados dos outros guardas e se mantendo afastados da barraca de Aquiles.

 Assim que entraram na fortaleza negra, um estrondo do lado de fora indicou que algo havia acabado de acontecer durante a batalha.

 Cíntia e Maia correram na direção da morena, a pondo sentada e já a ajudando a lavar o rosto, começando a trocar os curativos de seus pulsos em seguida.

 Eudoro espiou pela porta e começou a andar para os dois lados, parecendo nervoso.

 - O que você estava pensando em tentar fugir bem debaixo dos nossos narizes? - A voz dele era furiosa. - Se Aquiles descobrir, não terá piedade - avisou, num rosnado.

 Mas Phoebe tinha o olhar distante, inundado por lágrimas quentes e contínuas, que não davam trégua. O seu corpo todo chacoalhava em tremores amedrontados, dando solavancos pelos soluços. Nunca na vida havia ficado tão assustada.

 Reparando isso, o loiro deixou de encará-la.

 - Eudoro, eu falo com ela - pediu, calmo, transfigurando o olhar nervoso do mesmo para ele.

 - Vigie melhor sua serva, Pátroclo, sabe muito bem como Aquiles está!

 - Está bem, está bem - o moço apontou para a porta. - Agora podem voltar a dormir, e obrigado pela ajuda.

 O moreno resmungou alguma coisa, cochichando rapidamente ao moço e saindo, chamando num movimento vago suas servas, que trocaram uma rápida olhada com a morena, como se dissessem "eu avisei" e também "agora tudo vai ficar bem".

 Mais um estrondo foi ouvido, chamando a atenção dos dois. Pátroclo colocou a cabeça para fora da tenda e voltou a entrar rapidamente. Ele foi até ela, se abaixou e olhou o curativo.

 Phoebe tentava controlar o choro, mas toda vez que se lembrava da armadura com detalhes azuis, sentia-se sufocar em agonia.

 - O solado... ele era... - começou, mas não conseguiu terminar.

 - Troiano? - O loiro completou, com raiva, sem a encarar. - É, sinto muito por você só saber agora que seu povo não é um exemplo de mártir a serem seguidos.

 - Eu não podia ficar parada.

 - Eu sei.

 - Que tipo de pessoa eu seria se não tentasse fugir? - Controlou a respiração, conseguindo falar melhor.

𝕊𝕒𝕝𝕧𝕖-𝕞𝕖 - "𝔹𝕝𝕠𝕠𝕕, 𝕝𝕠𝕧𝕖 𝕒𝕟𝕕 𝕔𝕠𝕦𝕣𝕒𝕘𝕖".Onde histórias criam vida. Descubra agora