dear spouse

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Sasuke não era um marido ruim, disso tinha certeza.

Ele não era a melhor pessoa do mundo. Não era um cara muito gentil, era muito ranzinza e tinha um temperamento bem ruim, porém, ao menos como marido e alfa, Sasuke se garantia. Não era ruim, nem um pouco. Para seu pequeno esposo, Sasuke se certificava de sempre entregar o melhor de si. Nem era uma pessoa de muitos sorrisos, mas com Naruto ele sorria sempre que possível tamanha era a alegria trazida pelo ômega para sua vida.

No entanto, no último mês essa alegria não andou dando muito as caras.

Começou no quarto mês da gravidez de Naruto. Inicialmente, seu ômega tinha apenas sentimentos felizes por estar grávido, o que era esperado, já que planejaram o bebê por bastante tempo até tomarem a decisão de tê-lo. Ambos queriam — e muito — aumentar a família. Tudo foi feito com minúcia, nos mais mínimos detalhes: começaram a fazer o quarto do bebê meses antes; foram atrás de médicos especializados para acompanharem o procedimento e, assim, evitar uma gravidez de risco; separaram opções de nomes para a menininha ou menininho e até escolheram os padrinhos. Estavam prontos, planejados e arquitetados para serem pais. Sasuke até mesmo fora atrás de aulas para pais de primeira viagem!

Talvez devesse ir atrás de terapia de casal também. Nunca imaginou que fosse precisar.

A partir do quarto mês de gravidez, seu esposo outrora brilhante foi pouco a pouco perdendo o brilho característico. As ações foram tão sutis que Sasuke só notou que eles estavam anormalmente afastados quando estavam.

A primeira de todas as coisas foi seu esposo parar de desejar toques mais íntimos. Sempre tiveram uma vida sexual ativa, ambos incapazes de manter as mãos longe um do outro por muito tempo, e a gravidez potencializou isso. Naruto estava com os hormônios à flor da pele, desejava Sasuke o tempo todo, a qualquer hora do dia. Muitas foram as vezes que Sasuke teve que dar uma desculpa barata e sair às pressas do trabalho, apenas porque Naruto ligava para ele choramingando sobre quão vazio se sentia, sobre quão necessitado estava e sobre o quanto precisava de Sasuke dentro dele. Isso, claro, sempre desarmava o moreno e o fazia voltar para casa como um cachorro em busca do dono.

Naruto ainda estava com os hormônios à flor da pele. Sasuke notava quando o cheiro de seu esposo ficava com nuances excitadas, percebia o olhar desejoso sobre seu corpo sempre que se trocava na frente dele. Apesar de claramente querer, Naruto não lhe dava mais aberturas para fazer nada, tampouco iniciava algo entre eles. Sasuke não queria forçá-lo, então apenas fingia que não havia sentido a excitação dele e deixava para lá. Imaginava que seu ômega apenas não estava no humor para fazer sexo, o que não era problema. Sexo nunca foi e nunca seria a base do relacionamento deles. Se Naruto não queria, tudo bem.

Entretanto, não parou por aí. Depois dos toques íntimos, veio a própria intimidade, a começar com Naruto não querer mais tomar banho com ele. Era algo que sempre fizeram, antes mesmo de serem casados. Era íntimo e bom. Sasuke amava ter o corpo pequenino do esposinho nos braços, amava como Naruto se deixava ser cuidado por ele, ficando maleável e apenas descansando em seus braços protetores. Não era apenas uma tradiçãozinha criada por eles, era confiança. A confiança de Naruto para se deixar ser cuidado e mimado por Sasuke e vice-versa. As primeiras negações magoaram Sasuke, bem como as desculpas de "já tomei banho", porém, o alfa não fez nenhuma tempestade em copo d'água. Aquilo não era motivo para discussão. Por mais vazio que se sentisse após longos e tortuosos dias sem poder ter o corpo molhado do esposo deitado em seu torso, Sasuke aprendeu a conviver.

Parou por aí? Não.

A próxima coisa foram os toques. Toques simples: beijos, abraços, coisas normais de casais que eles sempre compartilharam sem vergonha. Se abraçavam tantas vezes por dia que Sasuke nunca conseguira contar. Era o mesmo com os beijos. A primeira vez que Naruto negou seu abraço, Sasuke se sentiu um lixo. Ainda se lembrava, com lástima, de quão alto seu alfa interior chorou. A pura rejeição daquilo o fez ter pesadelos.

little pregnancy problems | sasunaruOnde histórias criam vida. Descubra agora