HISTÓRIA

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Eu fui preso cerca de cinco horas depois do acidente.

Um carro de um desconhecido estava rodando a cidade e passando em todos os lugares possíveis procurando por um homem desaparecido chamado Kim Namjoon, era uma pena.

Despertei ao sentir algo apertando meus pulsos, algemas. Um homem idêntico ao Kim estava parado conversando com policiais. Sabia que ele o irmão de Namjoon, provavelmente. Sabia pois o irmão desaparecido vivia comigo.

Não avistei Jimin. Em nenhum lugar.

Olhei em direção ao carro, estava completamente amassado. Sentia um líquido escorrer continuamente da minha cabeça até o pescoço.

Jimin não estava ali.

Mais barulho.

Mais carros se aproximando com o passar do tempo.

Mais pessoas entrando na minha propriedade livremente.

Meu sangue escorrendo.

Desmaio.

•••

A cela é suja e fede.

Não tenho companheiros, eles estão em outro espaço. Todos juntos. Eu sozinho.

Quanto mais passa o tempo, mais minha angústia aumenta. Não tenho notícias sobre Jimin. Tentei perguntar ao policial. Ele me chamou de doente.

Sinto saudades dele.

•••

O juíz me olha de modo imparcial, mas sei que ele me julga mentalmente. Todos me julgam, até mesmo meu defensor público. Eu tinha condições de arranjar um advogado melhor, mas todos com que falei disseram a mesma coisa: não.

Eles sabiam que a sentença não ia ser bonita.

•••

Recebi uma carta.

Faz exatamente quatro meses que estou no presídio. Quatro meses de 33 anos. Vão ser longos anos.

A carta é de Jimin.

Ele me julga, me xinga, me humilha... E revela que quase me amou.

Não sei se consegui sentir isso por ele, parece ser algo tão grande e inigualável.

Mas chego a uma decisão.

Eu amei ele.

Isso, pois não é possível que tudo o que eu sinta seja apenas desejo ou ânsia de tê-lo.

Também, suas palavras me machucam. Sou chamado de monstro, assassino e novamente aquela palavra: doente.

Também conta o que aconteceu com a minha casa e meus companheiros. A casa iria ser leiloada. Pelo pouco que Jimin sabe, os corpos de meus amigos e meus objetos de trabalho foram levados.

No final da carta, ele explode completamente. Questiona a razão de ter feito o que fiz com Yoongi e os outros, e pergunta se seria o próximo.

Realmente gostaria que pudesse enviar cartas para alguém. Ele. Mas é impossível. Então respondo suas palavras mentalmente. Acabo soltando um desculpe no meio de frases sem muito nexo.

O COLECIONADOR | JJK + PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora