Capítulo 05

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Nota: perdão pelo sumiço,vou continuar a fic, amos todos vocês que estão lendo.<3

Rio de Janeiro- 30 de janeiro de 2012.

Sabiá🕊

S

ei nem dizer a quantos dias eu não via a luz do sol, não sentia outro ar a não ser o da jaula. Pereira me largou no pote, com uma refeição e água pra minha sorte.

Pelo visto minha audiência fez o verme se soltar e ter o prazer de me torturar querendo que eu abra o bico sobre a facção. toda noite ele enche meu saco com perguntinha besta, o cara parece oque?jumento po!

Afinal, não caguetar é um dos mandamentos do comando vermelho e ele sabe muito bem disso.

Qual foi? Tá maluco?

— Olha só Sabiá vamos começar com uma pergunta simples, quantos membros do comando vermelho ainda estão vivos?

Fiquei calado, tô entendendo porra nenhuma esse caara so pode ta de caô.

- Parece que o passarinho perdeu a língua..

Senti um zumbido forte e o gosto de sangue, o filho da puta me bateu com cassetete e segurou meu pescoço com força.

— Responde porra, ta surdo ou oque?

— Sei de nada não, seu verme.- Cuspi o sangue na cara dele

Se tá achando que vai me por medo ele tá maluco, pô.

— passarinho, passarinho, ta brincando com fogo...

Tá na cara que não é só pra tirar informações esse cara gosta, sente prazer em me torturar Choque, agulhada, me bate com ferro pau e tudo que se puder imaginar todo santo dia.

Sei nem como tô vivo, na moral.

Levantei da cama, tava mortão! tirei minha roupa pra tomar um banho senti minhas costas ardendo e logo as lembranças vieram novamente.

— Vai preferir ser chicoteado até a morte? Igual seus ancestrais...macaquinho?

Respirei fundo sentindo as chicotadas nas minhas costas, estava amarrado de ponta cabeça, sentindo o sangue descer pelos meus braços...

— Vou te dar outra chance...onde fica os boieiros onde vocês escondem as drogas? Fala.

— Não.sei.de.nada- falei pausadamente, pra ver se esse cara entende

— Quanto mais você nega,mais você vai sofrer.

vesti minha roupa, olhei pro meu tórax e estava todo roxo, meu olho esquerdo inchado e minhas mãos feridas, to praticamente morto.

Respirei fundo, sentindo meu pulmão arde, só queria traga um cigarro mané, Quando caralho vou sair daqui?

Me deitei de novo e começei a pensar na Ray e no Ryan..porra, saudade dos meus filhos, eles deve ta enorme pior que depois que a doida la começou a vim no lugar do teco não tive mais notícias deles.

A porta foi aberta e Pereira entrou todo sorridente falou pra eu me levantar que ia ter visita íntima e fiquei felizão, ia ver aquela doida mais pelo menos ia sair desse inferno particular.

Tirei minha roupa com uma puta dificuldade, porque mesmo todo fudido é bem capaz de eu tá carregando uma ak47.

Pereira: Caminha na minha frente passarinho, sem dar um piu.- sorriu e eu bufei, cheio de ódio.

Uma coisa eu digo não, melhor, eu afirmo é que se eu sair desse caralho vivo eu vou fazer ele sofrer o dobro do que eu sofri, ou até mais.

Entrei na sala e sentei na cama como de costume, logo a doida entrou abrindo mó Olhão.

Letícia: O que aconteceu com você? Ta meio feio isso aí em.- sentou na cama.

Sabiá: jura?eu nem percebi.- bufei e ela me deu um soco de leve.- Para, filha da puta.

Letícia: Pera, vou te ajudar.- ela disse pegando umas coisas da bolsa.- me responde, o que aconteceu?

Sabiá: Pereira po, ta me pressionando.- suspirei- querendo informações. 

Letícia: E pra isso ele tá te machucando dessa forma?

Sabiá: Ele sabe que meu julgamento ta perto, quer tirar informações e meu coro junto.

Letícia: ele não pode te tratar assim.- Eu soltei uma risada amarga.

Sabiá: em qual mundo tu vive garota?Aqui é Brasil,sou só um neguinho e ele um branco com poder.

Letícia: o neguinho que domina uma das maiores facções do Brasil.- debochou e eu sorri.

Sabiá: Você é bem engraçada Ratinha.- soltei uma risada, com a cara que ela fez

Letícia: Ratinha?.-  ela pressionou minha ferida e eu gemi - sem apelidinhos, se não quiser outro hematoma. 

Filha da puta.

Sabiá: mas vem cá ratinha, qual foi do bagulho lá.- encarei ela, que entendeu o recado.

Letícia: Tá tudo certo, meu amor, seu julgamento é daqui a 15 dias.- concordei, olhando pra frente.

Depois dela limpar meus ferimentos eu fiquei encarando ela olhando bem para ela é a cara do Miguel, branquela, olhos castanhos e com um sorriso maneiro.

Passou um bagulho aqui pedir ajuda pra ela, Podia ta sendo besta em querer confiar nela?óbvio, mas to precisando de alguém pra me contar as coisas, precisamente das minhas crias.

Sabiá: Ai, queria um favor teu.- ela me olhou confusa.- A um tempo não tenho notícias dos meus filhos. 

Letícia: Filhos?quem diria, sabiá papai.- cruzou os braços com um sorriso debochado.

Sabiá: Qual foi garota?fica de graça não rapa, vai me ajudar indo ver minhas cria ou não?

Ela ficou me olhando por um tempo, parecendo pensativa mas ela tem oque pensar?é aceitar e pronto.

Letícia: vou sim amor, e você vai ficar me devendo.

Sabiá: é oque?.- fechei a cara e ela começou a rir.- fica de graça, pra ver se tu não aparece com a boca cheia de formiga.

Letícia: que gentileza a sua ameaçar sua mulher.- senti o deboche dela.- Bem, a hora de visita já vai acabar..tchazinho, sabiá.

O garota pra gostar de debochar, nunca vi.

Sabiá: Tchau, ratinha.

Vi ela se afastar mostrando dedo do meio, sorri e me deitei na cama esperando o filho da puta vir me buscar.

Faltam 15 dias. 


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