Volto aos poucos a consciência me sentindo confusa, por um breve momento imagino que ainda estou na 'Red House', que toda a minha fuga não passou de um sonho, mas começo a sentir o colchão ridicularmente macio sob meu corpo, aos poucos abro os olhos e passo a olhar ao redor, noto que estou em um quarto com portas de vidro e uma pequena varanda a sua frente, não tem ninguém neste cômodo além de mim, então começo a me recordar de ter visto a casa, ouvido vozes de crianças e visto um homem...
'Droga, ele não deveria ter me visto, ele não pode chamar a polícia... Eu não vou voltar para lá..'
Em um sobressalto ao levantar da cama me sinto tonta, o que me faz cair sentada novamente a mesma, então respiro fundo e olho novamente ao redor com mais calma, procuro pela arma que tinha em mãos, ou qualquer coisa que possa me servir de defesa, mas é uma casa com crianças, é claro que não haveria foices e espadas espalhadas pelo local ou ao menos algo útil, então pego o que seria mais próximo de uma arma, um abajur, e quando me viro para sair do quarto levo um susto que me faz dá um pulo no lugar.
"Oi" é tudo o que ele diz (com uma cara nada simpática, me arrisco a pensar).
''Quem é você?'' Não é a pergunta mais coerente que eu posso fazer, mas preciso ganhar tempo, percebo que o homem que me observa é muito maior do que eu, se me atacasse eu não teria chances, necessito pensar urgentemente em uma forma de distraí-lo para poder fugir, mas havia horas que eu não comia e estou muito fraca. (E meus óculos, estou sem eles por isso a tontura, droga.)
''Você invade a minha casa armada e me pergunta quem eu sou? Quem é você?'' (eu preciso muito de uma distração agora, ele parece irritado)
''Quando eu cheguei aqui ouvi vozes de crianças, elas estão bem?''
''Estão seguras, de você especificamente, já que era você com um revolver em mãos. O que faz aqui? Ninguém conhece este endereço, não é uma stalker, é?''
''Eu não tenho ideia do que você está falando, eu encontrei esta casa por acaso... Você não chamou a policia, chamou?''.
''Ainda não, mas isso não significa que eu não vá ligar.''
Suspiro aliviada e coloco o abajur no lugar, o que aparentemente parece tê-lo deixado intrigado, mas isso não importa, até ele chamar a polícia eu pretendo já estar bem longe daqui. Mas antes eu preciso ingerir algo, não vou consegui fugir sem comer, e daqui a algumas horas vou começar a sentir os efeitos da abstinência das drogas.
''....Eu te fiz uma pergunta.''
''O quê?'' Eu realmente preciso me alimentar... e os óculos, eu não consigo ver direito sem eles, isso está aumentando a minha enxaqueca.
''Estou te perguntando se está mais confortável com essa roupa, não tive intenção de tocá-la, mas você estava muito exposta com aquele vestido rasgado, então imaginei que essa camisa fosse mais cômodo quando para você.''
É a primeira vez que noto a camisa branca quase me engolindo por completo, tinha um perfume amadeirado nela que me deixava surpreendentemente mais calma (Por favor que ele não seja um maníaco sexual).
''Você tirou a minha roupa?'' talvez eu tenha perguntado isso um pouco alto demais.
''O seu vestido ainda está em você, só pus a blusa por cima. Como disse, não tenho interesse tocá-la. Agora por favor me diga, o que você estava fazendo no meio da mata armada e seminua?''
"Não é da sua conta'' Respondi um pouco mais seco do que deveria.
''Na verdade você invadiu a minha propriedade colocando minhas filhas em risco com uma arma de fogo, então sim, passa a ser da minha conta.''
Essa conversa está me cansando, minha cabeça doí a cada segundo, meu estomago não para de se contorcer e isso não está levando a nada. Eu preciso sair daqui, mas antes necessito me alimentar, o que me leva a tentar fazer amizade com um homem desconhecido, e pra ser honesta 'homens' são os últimos seres vivos no momento que eu quero ser obrigada a socializar.
''Escuta, a situação não está a meu favor, mas eu não sou a vilã pode acreditar.''
''Então quem é?'' Ele inclina a cabeça, não consigo enxergá-lo direito por estar sem meus óculos, mas ele parece bonito, e alto, incrivelmente alto.
''Você não vai querer ir por esse caminho.'' Eu disse e então sento na cama novamente, sentindo uma onda de vertigem.
''Sim eu vou, se você não quiser ter que se explicar para a policia.''
Droga a policia não pode descobrir meu paradeiro, eles também estão envolvidos, eles sabem tudo o que acontece naquela casa, todas aquelas meninas e a Blenda... A minha querida amiga Blenda... 'Não Alessia, não vá por esse caminho concentre-se no presente, você só precisa respirar, vamos um.... dois.... três....' droga eu não posso surtar agora, 'um... dois.... três....' o ar está fugindo dos meus pulmões, de novo, 'um.... dois... três.... respira, respira...'
"Você está bem?'' Sinto ele se aproximar de mim e se agachar a minha frente
''Ei, escuta, é só uma crise de pânico ok? Você vai ficar bem, você está segura agora, está tudo bem, apenas respire, e concentre-se no som da minha voz, está tudo bem, aqui sinta as minhas mãos, está tudo bem.''
Ele coloca suas mãos sob a minha, sua voz era calma e suave, me fazendo relaxar gradativamente, suas mãos são macias, ele cheirava a madeira e terra molhada, era um cheiro que poderia me tirar da realidade por horas.
''Obrigada'' Foi tudo o que eu consegui dizer.
''Você está com fome? Parece pálida... Eu vou preparar algo pra você comer, venha.''
É tudo o que eu preciso no momento, me sinto grata a este homem desconhecido por adiar a conversa que não estou preparada para ter. Sei que isso não vai durar muito e se eu desejo que ele confie em mim o suficiente para não entrar em contato com a polícia, preciso planejar o que irei lhe dizer.
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Tudo Por Nós
FanfictionBill Skarsgård fugiu de todo o caos que a fama trouxe para morar com sua família em uma casa luxuosa, no meio de uma bela floresta na cidade próxima ao Congo, ele pretende criar suas filhas em um lar longe de todos os holofotes que a mídia trás e on...