cartas

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Eu gostava dela, com a minha alma, queria muito poder ter a chance de poder sentir seus lábios, e poder passar a maior parte do tempo com ela.

Talvez sua pessoa não percebia, mas eu a observava durante as aulas, sabia quando ela estava interessada no assunto, quando estava achando a aula chata, achava fofo quando ela fazia desenhos aleatórios em alguma folha do caderno para o tempo passar rápido.

S/n não era aquela garota de chamar muito a atenção, sua amiga Liz as vezes a deixava sozinha no intervalo por conta das diversas tarefas atrasadas por ser trainee, então ela ficava em algum canto isolado da escola escutando música ou olhando ' pro chão esperando o sinal bater.

Sabia muito bem quando ela estava desanimada, triste, animada alegre ou triste em um nível alto.

Ou seja, a pessoa certa para Aeri, era eu.

Quando a garota saiu da sala, fui até a sua mochila, sem que invadir a privacidade dos outros não é nada legal, mas ultimamente andei recebendo cartas anônimas, como se fosse declarações, no primeiro dia até joguei fora caso a garota seja mais uma obcecada, mas ela continuou escrevendo, até que ela parou.

- Você não vai lanchar? - Jungwon disse se aproximando.

- Aí que susto! Achei que era a
S/n. - Coloquei a mão no peito.

- Por que mexendo na mochila dela? É por quê tão inquieto esses dias? - Arqueou a sombracelha.

- Tô procurando algo importantíssimo. - Peguei o bloco de notas e coloquei dentro da minha mochila para que pudesse ler com mais calma depois.

- Cara, você roubando caderno dos outros?! Se quiser eu te passo a resposta. - Me olhou.

- Jungwon! Depois eu te explico, agora não , tenho um evento importante. - Falei e saí dali.

Andei até o refeitório e vi a mesma sentada em uma das mesas perto das janelas, me sentei ao seu lado o que tinha feito a garota se assustar com minha presença.

- Oh, você me assustou. - Riu sem graça.

- Sou tão feio assim? - Ri.

- O que? brincando ?! Você é o garoto mais lindo dessa escola inteira. - Falou e depois logo virou o rosto, certamente com vergonha.

- Whoa... não sabia que você era minha . - Provoquei.

- Eu não sou sua .

- Claro que é, até vermelha você ficou! - Sorri da expressão da mesma.

Aeri S/n era simplesmente a melhor garota que eu havia conhecido, tínhamos o mesmo gosto, fomos feitos um para o outro literalmente.

🩹 . . .

Minha reação naquele momento foi tão espontânea, cada parágrafo que ela escrevia tinha feito meu coração acelerar, saber que alguém sentia algum sentimento verdadeiro por mim era algo de fazer uma festa, tentaria não demonstrar muito mas em breve a pediria em namoro.

Mas, acho que aquele bloco de notas era algo como um diário, ela não conseguia explicar, mas sentia, ela pensava demais, e fazia pouco, ela me amava, mas não sabia o que fazer.

Tantos problemas familiares, escolares, sua mente estava uma completa confusão, a atenção era teu detalhe mais bonito, seu sorriso escondia a guerra que a matava por dentro.

Eu não queria que ela fosse como Van Gogh, precisou morrer para ser reconhecido.

Não, querida entenda, você não vai precisar morrer para ser reconhecida por tua escrita, eu vou te levar para longe de toda essa bagunça.

– Essa aula foi um saco, e a professora teve a incrível ideia de passar a droga de retrospectiva desse ano escolar. – Sunoo falou sentando ao meu lado.

– Todos sabemos que foi uma merda. – Disse atento ao telefone.

Não sabia que tinha um diário, por quê nunca me contou? Sempre quis ter um. – Pegou o caderno que estava em cima da mesa.

– EI! Isso não é meu! Não leia, será falta de privacidade. – Tomei o objeto do mesmo.

– Se você leu, invadiu a privacidade da pessoa. – Revirou os olhos.

– É emergência, preciso ir. – Falei e saí dali.

Fiquei com o pé atrás ao ver a última nota da garota, havia tantas palavras melancólicas e tristes, eu não queria perder a oportunidade de perde-la.

Wicked Game | Niki Onde histórias criam vida. Descubra agora