Eu quero ser sua.

#11

•Yara•

01:19 hrs

Mensagens:

Mãe: Yara, faz dias que mando mensagens e mensagens pra você, cadê você? Sumiu, mas quando eu te encontrar saiba que vamos ter uma conversa bem séria! Joguei fora a maioria dos seus perfumes, maquiagens e algumas roupas. Se é assim que você quer, vai ser assim então!
Estou embarcando no avião em 3 minutos, volto em 7 dias e quando eu voltar eu quero você em casa![Ah 53 min atrás]

...

X: Olá. Tem certeza de que estão sozinhos? [Ah 2 min atrás]

Olhei pro visor do celular tentando assimilar a mensagem, credo.

Trovão: Tá vendo o que aí gatinha?- Perguntou percebendo que minha expressão mudou.

Mostrei o celular pra ele que na mesma hora se levantou, eu fiz o mesmo.

Yara: Você não acha que pode ser alguém brincando com a nossa cara?- Perguntei.

Trovão: Sei lá, andar comigo é a mesma coisa que andar com o perigo.- Disse ele com os olhos na direção do chão, meio cabisbaixo.

Quando eu ia falar algo meu telefone toca.

Yara: O que o Ryan quer essas horas?- Perguntei enquanto atendia o telefone.

Chamada de voz 📳

Ryan: Tu tá com o Trovão?- Perguntou ofegante.

Yara: Tô sim, porque? Tá tudo bem?

Ryan: Porra, some daí Yara! Leva o Trovão pra sua casa, lá é o lugar menos provável de alguém acha vocês!- Disse com o som de passos, provavelmente dele correndo.

Trovão pegou o celular da minha mão e colocou no viva-voz

Trovão: Tu tá aonde agora? Tá correndo de quem?

Ryan: Você sabe de quem eu tô correndo! Agora sai dá porra da praia e vai pra um lugar que não seja a favela.

Trovão: Eu não vou te deixar na mão, caralho. Tô com a Yara e nem posso deixar ela sozinha, vou mandar o Falcão te encontrar, ele bola um plano pro bagulho e nois sai dessa furada!

Ryan: Tô sem carro, sem nada. Vim aqui na pista curtir, do nada deu essa treta, tô correndo a uns 12 minutos!

Trovão desligou a chamada e subiu na moto e eu fiz o mesmo, passei a localização certa do condomínio da minha mãe.

Daria certo pois eu tenho um cartão da portaria que sempre fica atrás da capinha do meu celular e logo depois posso pedir a chave reserva pro porteiro, minha mãe foi viajar pra trabalho hoje então vai demorar a voltar.

⌛

Faz 20 minutos em que chegamos no condomínio, o Trovão não se aquieta desde a hora em que entramos na casa da minha mãe, concordo que nem eu mesma consigo me aquietar mas evito deixar isso visível pois odeio parecer "sensível" na frente de qualquer pessoa.

O meu telefone toca "Portaria" está escrito no visor. Atendo.

Porteiro: Boa noite, posso liberar dois homens? Henrique e Ryan?- Perguntou o porteiro do condomínio.

Yara: Ah, boa noite, pode liberar sim!

Porteiro: Ok, tenha uma boa noite senhorita!

Desliguei o telefone e no mesmo momento vi o Trovão se "aliviar" da ansiedade. Sentou do meu lado e colocou a cabeça no meu ombro.

Trovão: Te devo milhares explicações mas não tô afim de falar nenhuma agora. Preciso esquecer essa merda.- Disse colocando a mão no rosto.

Yara: Não precisa explicar nada agora!- Digo beijando a bochecha dele e ele me encara com os olhos brilhando, quase rola um beijo mas somos interrompidos pelo Ryan e o Falcão.

Falcão: Toma.- Disse jogando uma pistola pro Trovão.- Era essa?- Perguntou e o Trovão confirmou com a cabeça.

Ok, jamais pensei que eu ia achar uma arma bonita mas essa pistola tem uns detalhes azuis que me chamam bastante atenção.

Yara: Me senti excluída.- Digo assim que percebo que os 3 estavam com arma menos eu.

Trovão: Tá loucona, oh. Acha que eu vou deixar tu mexer com esses bagulho? Jamais.- Disse me encarando.

Ryan: Bora, vamo vê as mensagens logo!- Disse pegando o celular dele.

Nessa horas nós 4 entramos na conversa com o número desconhecido, no celular do trovão tinha mais de 10 mensagens.

Mensagens do telefone do Trovão:

Desconhecido:
Oi.

Vontade de fazer uma visitinha, o que acha?

A Yara parece ser uma carne nova, já experimentou? Ou vai comer e fingir que não existe mais?!

Seu "irmão" tá correndo perigo, faz 20 minutos que coloquei ele pra correr.

Se assustou foi? Sumiu tão rápido da minha vista.

Não adianta se esconder Trovãozinho, quem tá vivo sempre aparece não é mesmo!

Não vai me responder?

Você é fraco.

Não digo fraco de musculação, digo de sentimentos.

Não consegue lutar contra isso e vai acabar se ferrando igual anos atrás. E eu vou rir muito, muito mesmo.

O Trovão ficou com tanto ódio que apertou a minha mão com força.

Yara: Se acalma, ficar desse jeito não vai resolver nada. E outra, ninguém disse nada sobre essa pessoa desconhecida, isso já tá me deixando com medo.

Trovão: Eu tenho um irmão 5 anos mais velho que eu. Na minha a adolescência ele começou a usar droga e a vender, a Amanda era pequeninha e nem lembra dele. Anos atrás, quando eu tava voltando do colégio numa terça-feira ele me parou no beco e pediu pra colocar as droga que ele tava vendendo dentro da minha bolsa e em minutos os porco parou nois e me revistou e o pau no cu do Diogo me deixou sozinho. Os porco não me levaram preso por eu ser menor de idade mas de tanto eu negar dizendo que as drogas não eram minhas, um dos porco cravou a faca na minha cintura.- Disse levantando a camisa e mostrando a cicatriz.- Quando eu voltei pra casa cheio de sangue a mãe do Ryan perguntou o porquê que eu tava daquele jeito e eu expliquei tudo, desde aí, eu comecei a pegar ódio do meu irmão.

Eu tô completamente paralisada, o próprio irmão do trovão, Diogo, está ameaçando todos nós, mas pra que?

Yara: Mas o que ele iria ganhar ameaçando nós?

Ryan: Não seria apenas ameaçar, seria tortura. Tá ligado que ninguém aqui quer ser torturado até a morte né?! Então o bagulho é não dar vestígio, aqui é o único lugar que ele não conhece.

Trovão: O Diogo é um filho da puta, uma hora ele vai me encontrar, ou eu mato ele ou ao contrário.

Acho que gostei bastante de escrever esse capítulo, espero que gostem! Comentem bastante e tchau.
Amo vcs.
♡♡♡