Estrada Fantasma

O Alfa (16)🔞

As folhas estalavam sob meus tênis enquanto eu corria pela floresta; de vez em quando eu pulava sobre troncos caídos e pedras. Respirei fundo e rapidamente enquanto o rico aroma da floresta pela manhã me enchia de energia. Olhando rapidamente para o dossel espesso acima, vi raios de sol salpicando as árvores como toalhas de mesa estampadas.

Correr fazia parte do meu treinamento. Odiava me sentir fraco e queria minha força total.

Senti a necessidade de mudar, mas não ousei tentar. As palavras de Doc Cullen me deram uma pausa: meu cérebro estava um pouco danificado e isso estragou a impressão, o que era ótimo para mim. Mas o que eu faria se isso também destruísse minha capacidade de mudar?

No entanto, eu senti o lobo dentro de mim bufando e ganhando tempo. Passei a palma da mão pela testa suada enquanto balançava a cabeça, lembrando de como lutei com unhas e dentes contra ser um lobisomem. Odiava ser controlado pelos impulsos do lobo e queria permanecer humano, mas agora eu ansiava por ele.

O lobo e eu éramos dois aspectos do mesmo ser, entrelaçados como a corda de cânhamo e a renda de couro do apanhador de sonhos que teci para Bella. Os últimos dias me ensinaram que esses lados não se chocam, mas se fundem em algo muito melhor. Pena que levou um tiro e quase morrer para chegar a essa conclusão, mas sempre fui teimoso.

Agora eu estava com tesão pra caramba; a outra razão pela qual eu queria ser forte era para derrubar Edward no chão. No outro dia, foi ótimo esfregar nossos paus, mas eu precisava de mais. Eu ansiava por ser um com ele. A presença do lobo, espreitando sob a superfície dos meus pensamentos, concordava com isso. Eu não lutei com ele desta vez porque tínhamos uma só opinião.

Esfreguei a sola do tênis no chão para me livrar de uma folha presa enquanto passava os dedos na penugem de pêssego na lateral da cabeça. Tinha crescido, mas não rápido o suficiente. Eu queria estar no meu melhor, para fazer Edward esquecer o tiroteio para que ele não fosse assombrado por memórias.

Minhas narinas dilataram, captando seu cheiro fraco bem antes de Edward chegar ao meu lado. A brisa estava fria contra meu pescoço quando me virei para o lado e vi seu movimento borrado, como um trem compacto vindo em minha direção.

Ele diminuiu a velocidade, dando passos largos enquanto corria ao meu lado.

"Oi, Ed." Eu sorri para ele e bebi a visão dos músculos magros de seu braço flexionando enquanto ele corria, a pele pálida contrastando com as mangas arregaçadas. Os primeiros botões de sua camisa preta estavam abertos, revelando a clavícula pálida que eu ansiava por mordiscar. Passei por cima de um pequeno arbusto e, conforme nossos caminhos se aproximavam, estendi minha mão em sua direção, roçando meus dedos em seu cabelo. Era macio e desgrenhado, da cor de bronze derretido à luz da manhã.

Eu poderia olhar para seus olhos verdes brilhantes o dia todo; minha excitação estremeceu com a bela visão enquanto Edward sorria para mim. "Você saiu sem mim, lobo."

"Sim." Limpei meu rosto com a palma da minha mão, mas a mão de Edward se estendeu para mim. Ele segurou meu pulso e se inclinou. Estremeci quando o senti lambendo o suor da minha mão. A visão de sua língua vermelha e a sensação de arranhão na minha pele me fez vacilar. Estendi meu braço em direção a ele, agarrando seu ombro para não cair de cara no chão.

Estávamos flertando desde que voltei para os Cullen. Obviamente ele queria fazer amor tanto quanto eu, mas havia dúvida em seus olhos quando ele ergueu o queixo para olhar para mim. Eu amaldiçoei esse ferimento que o impediu de ler minha mente, porque isso seria muito útil agora.

Eu tive que balançar a cabeça com a ironia de tudo isso. Eu odiei a princípio a facilidade com que Edward se intrometeu em meus pensamentos mais íntimos, mas agora eu queria que ele fizesse exatamente isso. Fiquei com raiva por ele saber todos os meus segredos, mas uma parte de mim ansiava por essa vulnerabilidade. Eu poderia ser travesso com ele sem falar nada.