Estrada Fantasma

Os Dois Espíritos (17)

Seth cruzou os braços atrás do pescoço e se recostou na cadeira. "Então você quer que eu patrulhe hoje?"

"Claro, preciso que você se acostume com o horário. Amanhã, Paul e eu iremos para o Quinault Rez." Espetei o último pedaço de panqueca e passei os dedos na capa lustrosa do livro de biologia que Rose havia colocado dentro da sacola, tomando cuidado para não borrá-lo com xarope de bordo. Eu queria verificar o capítulo do cromossomo.

"Nós vamos precisar mudar e correr, cara." Paul começou seu sétimo ou oitavo waffle; Eu tinha perdido a conta deles. Francamente, me irritava a facilidade com que ele se sentia em casa.

"Uh, Paul, da próxima vez você pode querer tomar café da manhã antes de aparecer?" Apontei para o armário com o garfo. "Essa foi a última caixa de mistura de farinha e estou muito ocupado para ir às compras." Acariciando suas costas, eu disse com um sorriso: "Vocês sabem que eu como como um lobo faminto."

Ele encolheu os ombros. "Claro, Jake."

"Não podemos entrar no Quinault Rez como lobos e arriscar a detecção porque essa tribo desconfia de nós; teremos que dirigir até lá." Olhei para a janela e suspirei. "Vou usar a moto; faz um tempo que não ando com ela."

A verdade é que não consegui me transformar e tive que inventar uma desculpa para esconder essa fraqueza do bando. Eu sabia que tinha que mostrar força nos primeiros dias como Alfa porque o bando tinha que ter certeza de que seu destino estava nas garras de mandíbulas firmes.

Eu tentei me transformar depois que todos saíram, mas foi em vão. Eu tentei ficar com raiva e puxei todas as paradas, lembrando quando mudei pela primeira vez. Foi inútil e a mudança não veio; Fiquei frenético e liguei para Edward no telefone. Ele conseguiu me acalmar; não exatamente pelas palavras que ele disse, cheias de conselhos práticos como eram, mas pela preocupação e cuidado que transpareciam em sua voz.

Voltei ao presente quando senti os caras chegando. Era o cheiro de Quil, Embry e Jared. Eu endireitei meus ombros quando visualizei Jared. Ele pode ser difícil de lidar.

Quil abriu a porta e entrou, Embry ao seu lado.

"Olá pessoal." Quil sorriu para mim, e a visão do meu amigo corpulento me acalmou um pouco.

"Entre; estávamos discutindo a situação de Quinault." Eu olhei para Embry e inclinei minha cabeça para Seth. "Eu quero que você patrulhe com ele."

"Ok, Jake." Embry sentou-se na cadeira.

Olhando para Jared, eu disse, "Você vai substituí-los, pegando o turno da noite com Quil e Leah. Cuidado com a escuridão; eu acho que é o momento mais perigoso." Tamborilando meus dedos contra a toalha de mesa xadrez, eu disse: "Vou entrar em contato com Sam; ele e Colin vão substituí-lo. Enquanto isso, Paul e eu vamos conversar com o Quinault".

"Por que você não leva Sam com você?" Jared disse, arrastando o chão com seus tênis. Era óbvio que ele achava que Sam tinha mais sabedoria para lidar com o Quinault.

"Eu preciso de alguém experiente em lidar com o bando enquanto estou fora." Olhando diretamente nos olhos penetrantes de Jared, expliquei pacientemente: "O Beta deve fazer um bom trabalho."

Na verdade, eu não queria Sam perto do pessoal da Quinault porque ele não era confiável perto deles; Eu tinha um pressentimento de que ele teve experiências traumáticas com eles. Não poderia expressar isso em voz alta, porque isso prejudicaria a autoridade de Sam como Beta. Além disso, Jared era o homem de Sam por completo.

Sorri ao ouvir o rangido da cadeira de rodas de papai vindo de seu quarto. Era bom estar de volta em casa, embora eu sentisse falta de Edward de todo o coração.