Estrada Fantasma

🔞Epílogo: A estrada sem fim (22)

6 meses depois

As fileiras de lajes brancas erguiam-se perfeitamente no gramado cuidadosamente cuidado ao lado da Callawah Way. As árvores ao longe davam uma aparência desamparada, no entanto.

Segurando o buquê de suas flores favoritas, caminhei lentamente em direção ao último local de descanso de Bella no cemitério de Forks. Abaixei-me e coloquei as frésias ao lado da lápide, estremecendo quando meus dedos roçaram a laje fria.

Respirei fundo, tentando desfazer o nó na garganta e dissipar a tristeza que me envolvia como um cobertor. Cullen se ofereceu para vir comigo, mas eu recusei. Eu sabia que meu Edward ficaria arrasado com as memórias que o fariam pensar. Seu lindo rosto se contorcia em uma careta de desespero, e o sorriso que fazia meu coração bater loucamente desaparecia.

Eu tinha que fazer isso sozinho.

Meu vampiro era muito teimoso, então recrutei a ajuda de Rose. Ela o convenceu a fazer um test drive no Porsche Carrera. Por mais que eu quisesse vê-lo dirigindo o carro que reformamos e ver o vento bagunçando seu cabelo, eu sabia que tinha que vir aqui para prestar meus últimos respeitos a Bella. Afinal, eu ia me casar em uma semana.

"Ei, Bella," eu disse em um sussurro rouco.

O que eu poderia dizer aos mortos que sabem tudo? Olhei para o céu nublado, imaginando o rio de estrelas que rodopiava acima de nós. Era onde moravam os espíritos de nosso povo, a Estrada Fantasma sobre a qual meu pai me contou. Quil me ajudou a apaziguar seu espírito fantasma, oferecendo pequenas quantidades de comida ao longo do ano, mesmo quando eu estava muito ocupado. Em breve eu a alimentaria pela última vez, para que ela pudesse descansar em paz em sua fogueira na Via Láctea.

Fechei os olhos, imaginando uma das estrelas brilhantes segurando a tenda de Bella. Ela estava sentada ao lado da lareira, calorosa e feliz enquanto olhava para nós.

"Sinto sua falta, mesmo que minhas memórias sejam nebulosas." Abrindo os olhos, olhei para o bosque ao longe, e os galhos balançando na brisa me acalmaram.

"Estava com raiva de você, Bella." Curvando meus ombros, eu disse baixinho, "Você não me escolheu e você me enganou. É por isso que eu saí."

Eu estava determinado a abrir meu coração e deixá-la saber de tudo. "Sinto muito por não ter voltado. Apesar do que Edward diz, às vezes parece que se eu estivesse aqui, poderia ter salvado você."

Mordi o lábio, pensando nas escolhas que me trouxeram até aqui. Claro, vencemos o plano dos Volturi e salvamos a tribo. No entanto, havia pedaços que ainda me intrigavam. As dicas de Kiepel eram estranhas, e eu não entendi completamente por que o vírus acabou sendo mortal para os vampiros também.

Deixei esses pensamentos de lado por um momento, mexendo na gola da camisa de algodão. Ela arranhou meu pescoço e o terno preto estava quente demais.

Tirei do bolso o apanhador de sonhos que fiz para Bella. Edward me deu meses atrás.

"O ressentimento é menor, Bella. Eu entendo você um pouco mais, porque você agiu do jeito que agiu. Você amava Edward e queria seu filho. Eu respeito isso."

Deitei o apanhador de sonhos na grama, sabendo que o tendão murcharia e desapareceria, tão efêmero quanto tudo sob o sol.

"Eu também amo Edward. Amo-o mais do que jamais amei você." Agachei-me sobre seu túmulo, olhando para as letras que formavam seu nome. "Sinto muito, mas essa é a verdade. Você ficou com raiva de mim muitas vezes, Bella, mas eu sempre lhe disse a verdade. Gostaria que você pudesse ter feito o mesmo comigo."

Respirei fundo e lembrei dos bons momentos que tive com Bella, para poder me despedir da garota que um dia amei.

"Eu sinto sua falta, Bella. Sinto falta da minha melhor amiga. Quando eu ando de moto, isso me lembra você." Senti a umidade escorrendo pelas minhas bochechas. "Às vezes eu faço uma piada e me lembro de quando consegui arrancar um sorriso de você, e ainda estou com raiva de você, Bells. Furioso porque você não vai voltar."