Capítulo 2

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Amanda's POV

Acordei com o toque estridente do despertador. Joshua resmunga ao meu lado. Desliguei o aparelho e me levantei da cama contra gosto, mas o meu corpo é puxado pelo seu braço.

— Fica mais um pouco. — Ele solicita com a voz sonolenta.

— Não posso, amor. — Passo a mão pelo seu cabelo escuro. — Hoje é a apresentação do novo presidente da empresa, lembra? — Joshua suspira e me deixa levantar.

Deixo o meu namorado na cama e vou tomar banho. Lavei o meu cabelo, hidratando os meus caracóis de cor de chocolate. Finalizei o banho e saí do banheiro com uma toalha no corpo e caminhei em direção ao meu quarto.

Procurei uma roupa formal para usar no meu guarda-roupa e obtive por uma saia xadrez bege e uma blusa branca de manga cumprida. Nos pés um salto alto branco.

Enquanto colocava os brincos preteados diante do espelho, vi o Joshua se levantar e caminhar em minha direção. Os seus braços entrelaçaram a minha cintura e seu rosto afundou  na curva do meu pescoço.

— Isso tudo é para o seu novo chefe, é? — Ele brinca.

— É claro que não. — Respondi de forma sarcástica.

— Acho bom. — Ele fala com a voz baixa e distribui beijos no meu pescoço.

Antes de me deixar envolver pelos seus beijos e carícias, virei-me para ele e fitei o seu rosto.

— Me faz o favor de ir se arrumar porque você vai me levar para a empresa, tá. — Me afastei dele, indo pegar minha bolsa na cama. — A a Emie já foi para a empresa, e ela tá com o meu carro.

— Mas... — Joshua olha as horas marcadas no relógio digital em cima do criado mudo. — Ainda nem são 8h. Por que ela saiu mais cedo?

— Porque ela é a secretária e precisam dela. — Respondi, verificando se havia todos os itens  o necessários em minha bolsa. — Eu vou preparar o café da manhã. Não demora. — Saí do quarto.

O percurso até a empresa foi demorado devido ao trânsito. Ao nos aproximarmos da empresa, foi possível notar o movimento impaciente de alguns jornalistas, esperando pelo novo presidente em frente ao edifício.

Joshua parou o carro um pouco mais distante devido a dificuldade de estacionar o carro em frente à empresa.

— Te vejo mais tarde?

— Uhum. — Respondi tirando o cinto de segurança. —Tchau! — Beijei os seus lábios e saí do carro.

— Tchau!

Corri para dentro da empresa tentando me desviar dos jornalistas, mas foi difícil, mesmo com a assistência dos seguranças. Assim que adentrei no estabelecimento, foi recebida com o entusiasmo dos funcionários da empresa no saguão. Alguns caminhavam para lá, para cá, me arrastando para direções erradas.

Perdi o elevador e tive que esperar uns minutos até o outro chegar. Tive o azar de estar no elevador quase lotado, o que não foi um bom benefício para a minha claustrofobia. Concentrei-me em respiração e não pensar muito até chegar o sexto andar, onde, ao sair, pude respirar de alívio.

O sexto andar apresentava um clima mais tranquilo. Caminhei até a minha sala, cumprimentando alguns dos secretários. No exato momento em que pendurei o meu sobretudo no cabideiro, Sarah entrou na sala.

— Finalmente você chegou.

Verifiquei as horas no meu celular para confirmar se estava a tempo. Faltava apenas quatro minutos para as 8h, hora prevista para a chegada do novo presidente.

— Cheguei a tempo, não? — Afirmo.

— Sim, você chegou. A Geórgia mandou te dizer que você vai ficar responsável pelo pessoal quando a gente descer.

— Sim, claro.  — Me acomodei na cadeira atrás da mesa de secretaria. — Ela ainda não chegou?

— Já chegou e já tá lá embaixo. Parece que o Sr. Richard quer falar com todos os responsáveis dos setores antes.

— Ok.

— Você viu como tá tudo pelos ares? — Sarah senta na cadeira à minha frente.

— Vi. Lá embaixo tá uma bagunça total. Nunca tinha visto tanta gente.

— Verdade.

— Como será o nosso novo chefe?

— Não faço ideia.

— Só espero que ele não seja tão arrogante como o Sr. Kun.

— De certeza que é.

Além da Sarah ser a secretária da Geórgia, minha chefe, a gente se dá muito bem e eu gosto de conversar com ela.

— O chefe tá chegando! — Alguém exclama do lado de fora da minha sala. Sarah me olha.

— Chegou a esperada hora.

Saímos da sala e recebi os olhares de todos que já estavam de pé à espera.

— Muito bem, pessoal. Parece que chegou a hora de conhecermos o novo presidente da empresa. Vamos!

Descemos para o saguão, onde ia seria feita a apresentação da nova presidência, e nos juntamos aos outros. Todos em volta comentavam sobre o novo presidente.

— Será que ele é lindo? 

— Deve ser igual o pai."

— Ouvi dizer que ele tá solteiro.

— Pelas fotos que vi, ele é um gato.

Essas foram as opiniões mais comentadas. 

Todos os murmúrios cessaram quando a porta de vidro se abriu, revelando o Sr. Richard, o Sr. Kun e homem de porte alto, cabelos finos e escuros, bem como os olhos puxados. 

Sem dúvida, era o novo presidente. 

Os jornalistas e fotógrafos entraram atrás deles, acompanhados pelos seguranças. 

Novos murmúrios começaram.

— Meu Deus, ele é um gato!

— Que lindo!

— Bom dia, senhoras e senhores! — A voz grave do Sr. Kun interrompeu os murmúrios. — Espero que estejam bem-dispostos nesta manhã. Como é do conhecimento de todos, estou me aposentando do cargo de diretor da Saetang Cosmetics Industry. Agradeço a todos que estiveram ao meu lado ao longo destes vinte e nove anos proporcionando o crescimento da empresa. Mas é com grande satisfação e orgulho que vos apresento o vosso novo diretor, o meu filho mais velho, Edward Saetang.

O som de palmas tomou conta de todo o ambiente, com os flashes das câmaras fotográficas.

Edward, que, até então, mantinha os olhos atentos, analisando cada detalhe, deu um passo à frente. Ele sorriu diante da salva de palmas, esperando que cessasse. Quando isso aconteceu, a sua voz ecoou pelo saguão.

— Obrigado a todos por comparecer hoje. — Ele fez uma pausa, mantendo a postura de confiança. — Desejo que, juntos, possamos aumentar significamente o crescimento da empresa. — O novo CEO encerrou com um sorriso franco e batemos palmas mais uma vez, dessa vez incentivados pelo Sr. Richard.

— Ok, isso foi bastante simples. — Sarah falou ao meu lado.

— Talvez ele seja um homem de poucas palavras.

— Talvez. — Ela diz, encolhendo os ombros.

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