Capítulo 10

148 19 114
                                    

— Sim. Tá tudo bem. — Sorri mesmo surpresa com a presença dele.

Ele assentiu com a cabeça e ficou ao meu lado. Olhei para ele de soslaio enquanto ele observava o mar.

Por que razão ele me seguiu até aqui?

Isto está tão estranho.

— A senhorita foi ótima hoje.

Senti o olhar queimar a minha pele e não pude evitar de olhá-lo.

Os olhos dele pareciam escuros à noite. Tão escuros como o céu nesta noite. Mas aquele brilho continuava presente, fazendo o seu brilhante trabalho.

— Obrigada. — Sorri fraco.

Eu realmente acabei de receber um elogio do meu chefe?

Eu não me lembro da última vez que isso aconteceu ou se aconteceu.

O Sr. Edward não desviou o olhar, e eu também não. Era impossível fazê-lo, por mais que eu tentasse. 

O silêncio tomou conta do ambiente. Apenas se ouvia as ondas do mar. A corrente de ar causou um leve arrepio no meu corpo. Ou, talvez, ele seja responsável.

O silêncio era, estranhamente, confortador. Sentia que não era adequado me sentir confortável perante o meu patrão, que antes achava intimidante. Eu não me lembro quando houve essa mudança.

O que a Emie disse há poucos minutos passou pela minha cabeça. Se ela estiver certa, estar aqui sozinha com ele não é o ideal.

— Eu vou voltar pra dentro.

Tomei a iniciativa de ir em direção à porta, mas ele segura a minha mão, me impedindo.

— Espera.

Quando virei os calcanhares, fitei o ponto em que a mão dele abraçava a minha. O seu toque é quente e causa uma sensação estranha em meu corpo, semelhante a um choque elétrico, mas não tão doloroso. Arriscaria dizer que é reconfortante sentir a mão dele na minha. 

Mas isso não está certo.

Soltei a minha mão e cruzei os braços a altura do peito devido à corrente de ar fria.

— Há alguma coisa que queira me dizer? — A tentativa de soar ignorante não deu certo.

— Tenho. — O tailandês me fita em silêncio por um tempo e depois continua. — Por algum motivo, a única coisa que tenho pensando ultimamente é você. 

— O que quer dizer com isso? 

— Em algum momento você passou a ser a coisa que mais tem invadido os meus pensamentos. Talvez foi a partir do dia que ficamos presos no elevador, mas isso não interessa. — Ele dá mais um passo para frente, encurtando a distância entre nós e ficando menos de 2 metros afastado. O suficiente para sentir o aroma do seu perfume. — O que interessa é que, pensar em você tem sido torturante demais, Amanda. 

Eu fitava os olhos dele enquanto balança ligeiramente a cabeça para os lados. Não conseguia dizer nada porque estava presa ao seu olhar. Para poder reagir, desviei os olhos e afastei-me dele, aproximando-me do parapeito.

— Eh... — Tentei controlar o nervosismo e não deixar as palavras dele me afetar mais. — Sr. Edward, — Olhei para ele que logo virou para mim. Evitei olhar fixamente para os olhos dele. — o senhor deve ter confundido totalmente as coisas. Em momento algum dei sinais de alguma coisa. E se dei, peço desculpas, mas não era a minha intenção.

O meu chefe sorriu e empurrou algumas mechas do cabelo para trás.

Como ele consegue ter charme até ajeitando a porra do cabelo?

AmantesOnde histórias criam vida. Descubra agora