16

599 46 6
                                    

Inglaterra📍
12:45pm
Richarlison narrando:.

Paro no intervalo pra almoço e vejo com os meninos pra ir todo mundo junto.

Ligo pra Duda no carro.

- Oi amor- Diz com a voz rouca, o quarto dela tava escuro, oque indicava que ela tava dormindo.

- Te acordei?

- Tecnicamente aqui são 6:35 ainda- da risada e eu aprecio seu sorriso, percebendo um abrir em meus lábios.

- Saudade de tu, preta- Falo vendo ela concordar.

- Dormir sem você é complicado por de mais, demorei um tempão pra conseguir- Vejo ela fazer seu coque, ainda deitada, bocejando.

- Pior que é mesmo, rodei a cama inteira e não te achei, quase que mandava um avião pra tu, papo reto.- Digo

- Tá indo onde, amor?- pergunta se deitando- Alguém quer falar com você.

O focinho aparece na tela, mostrando o creme.

- Tá grandão em pai- Digo sorrindo- Se eu não tivesses que ficar viajando tanto, adotava um pra aqui pra casa.

- Levo o creme quando eu for.- Sussurra- Tá indo pra onde, ce não respondeu.

- Almoçar com os meninos, princesa, te mando foto quando chegar.- Ela apenas confirma- Vai dormir, amor- Dou risada.- Amo você, tá?

- Também amo você.- Boceja denovo, me mandando um beijo.

Encerro a ligação quando vejo que ela dormiu.

Estaciono o carro, descendo pro restaurante.

Faço meu prato, comendo de boa com os meninos.

[...]

Duda narrando:

Levanto rápido, me arrumando pra trabalhar.

Ponho uma calça e uma blusa, após tomar banho.

Passo perfume e desodorante.

Pego a bolsa maior pondo meu celular e carteira.

Desço indo pro meu carro, dirigi tranquila até o trabalho.

Sinto meu peito doer, mas ignoro, já que estou atrasada.

- Bom dia, Aline- Desejo a recepcionista, vejo seu rosto de preocupação.- Aconteceu algo?

- Vai lá na sua sala- Indica e eu concordo.

Vejo o chefe do hospital sentado, me olhando.

- Bom dia, Marcos. Tudo bem?- ele concorda

- Não queria ter que te falar isso, até porque admiro muito seu trabalho, mas você tá despedida.- Encaro ele e solto um sorriso, esperando a brincadeira

- Você tá brincando né?

- Não Duda- Nega- Você sabe como as coisas funcionam, é a prefeitura que manda, não eu. E você não é cargo, então sai com facilidade.- Tenta explicar e eu nego.

- É mesmo verdade?- Ele concorda.- Tá, tudo bem- faço com que pareça normal.- Vou arrumar minhas coisas e ir embora.

Minha cabeça doía, a e as pontadas no peito só aumentavam.

Vejo Marcos sair da sala e meu rosto é molhado por uma lágrima solitária.

Caralho, que merda!

Meu coração doía muito, saio da sala e levo minhas coisas.

Vou direto pra meu carro, indo pra casa.

Abro a porta e me sento no sofá, passando a mão em meu cabelo.

- Puta merda- É a única coisa que sai de minha boca antes de meu rosto ser encharcado.

Anos cursando, dias e noites estudando, tempo perdido, tempo desperdiçado.

Tudo acabado pelo governo, eu sou da pública, impossível conseguir outro emprego na área. Sabe lá Deus o motivo de eu ter saído.

Nada pode piorar, nada.

[...]

Agora são 13:45, procurei todos meus documentos e fiz um currículo.

Preciso manter minha casa.

Meu celular tocou 2 vezes mas era um número estranho, então não atendi.

Bebi o resto de café da minha xícara, mandando mensagem pra uma clinica daqui.

Resmungo após o mesmo número me ligar, atendendo.

- Alô?

- O Richarlison se machucou em jogo, tô tentando contato e você não atende. Ele sofreu uma lesão na perna. Vem pra Inglaterra agora.- Após isso, a chamada foi desligada.

Engoli em seco sentindo meu coração doer mais ainda.

É, tinha como piorar.

[...]

De love- Richarlison || 2°temp.Onde histórias criam vida. Descubra agora