Almas gêmeas

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Antes

20 de março de 2018

Jão Romania

Esses últimos dias não foram nada fáceis, e eu sentia que podia enlouquecer a qualquer momento. Já faziam 15 dias que Pedro estava em BH, infelizmente eu precisei voltar por conta dos compromissos do meu álbum, mas desejava do fundo do meu coração permancer lá ao seu lado, dando apoio para ele e sua mãe.

Não consigo imaginar como deve ser difícil para Pedro enfrentar o pai todo dia, mas sabia que o esforço valia a pena, estávamos falando da saúde de sua mãe, tudo valia a pena em troca dela.

Por mais que a distância fosse presente, não deixamos de nos falar nem por um mísero dia, e por mais que eu sentisse que não era o suficiente, era tudo o que eu tinha naquele momento.

Cada segundo que passava eu sentia que precisava cada vez mais dos seus beijos, abraços, carinho e palavra de conforto.

Eu o amava mais do que ele poderia imaginar.

— Jão!
Malu grita.

— Oi

Ela suspira irritada sentando ao meu lado.

— Estou te chamando a meia hora.

— Desculpa eu estava meio destraído.

— É percebi. Eu 'tava te perguntando se você vem hoje a noite.

Eu não vazia ideia do que ela estava falando.

— Ir pra onde, Maria Luísa?

— O Pedro tá te deixando meio burro, certeza.

Ela sorri e eu dou uma tapa na sua cabeça, de brincadeira.
— Não fala assim! Só não prestei atenção.

— Sair com a gente, boate, encher a cara, dançar bem muito e voltar bêbado para casa, topa?

A loira diz tão animada que era como um pecado negar.

— Eu não sei...

Malu se levanta animada.

— Certo, você vai, combinado.

— Não! Eu disse que não sei. Não estou nq vibe.

— Eu te perguntei por educação, não importava qual seria a sua resposta você já iria.

— Maria Luísa!
Ameaço.

— Eu sei, eu posso ser insuportável a vezes.
A loira dá o seu sorriso mais doce antes de sair da sala.

Ela e a Giovana vieram hoje aqui para casa com a proposta de me animar, mas acho que elas se perderam no meio do processo já que Giovana está largada na minha cama com Chicória nos braços enquanto Malu sabe lá Deus onde ela tinha ido.

Eu admirava o "desempenho" e a força de vontade delas mas eu realmente só queria passar uma tarde sozinho no meu canto, então quando elas apareceram hoje mais cedo na porta da minha casa, não foi algo muito felicitado por mim.

[...]

— Eu juro que está bom Jão! Prova pelo menos.

Dou uma mexida na gororoba que estava no meu prato, era uma mistura de todos os restos que estavam na minha geladeira, e isso incluía restos de almoços de 3 semanas atrás.

— Maria Luísa, era para eu ter jogado essas comidas velhas fora a muito tempo, isso deve estar uma nojeira.

— João Vitor você está me estressando! Dá pra fazer o favor de provar? Fala pra ele que está bom, Gi.

Entre Linhas e Ruínas ᵖᵉʲᵃᵒOnde histórias criam vida. Descubra agora