Porto seguro.

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Antes

5 de março de 2018

Jão Romania.

— Como você se vê daqui a 5 anos
Pedro me pergunta.

O garoto esperava animado pela minha respostas enquanto se aninhava ainda mais nos meus braços, passavam das duas da manhã e Pedro se encontrava com toda a energia possível.

Umedeço meus lábios antes de falar sendo acompanhado pelos olhos espertos do moreno.

— Me vejo com você.
Digo primeiramente e continuo.
— Espero que no auge da minha carreira, sendo muito feliz em cima de vários palcos ao redor do Brasil e compondo um novo álbum, quero até lá, lançar três.

Sua cabeça estava apoiada em meu peitoral, ele me olhava com toda a sua atenção envolvida, qualquer um que olhasse os seus olhos fascinados diria facilmente que Pedro está vendo a mais bela obra de arte já feita, mas felizmente não era o caso, seus olhos dedicados e atentos era exclusivamente para mim.

— E como será a nossa relação?

— Iremos morar juntos.

Pedro sorrir e pede para eu prosseguir com os seus olhos brilhando.

— Vamos adotar mais 2 gatos, Chicória e Vicente precisam de irmãos. Vamos sair desse apartamento, vou querer um lugar maior, com uma grande mesa para recebermos todos os nossos amigos, também vai ter um escritório bem grande para discutirmos sobre as minhas turnês, porque até lá eu terei feito várias, e por último, quero que a gente tenha um terraço maior do que o desse prédio para que vejamos a cidade toda de lá de cima e que lá seja a nossa fonte de inspiração, tanto para quando estivermos entediados quanto para quando estivermos sem ideia do que compor.

O menino escala o meu corpo até minha boca onde gruda os lábios nos meus por um bom tempo. Eu sentia, aquilo não era só um beijo, era uma promessa, uma promessa de que se dependesse dele, tudo o que eu estava falando se realizaria.

— Você gostou da ideia?
O pergunto quando nos separamos.

— Eu amei! É tudo o que eu mais quero.
Seus olhos brilhavam de felicidade. Ele segura o meu rosto com as duas mãos e beija ele todo me fazendo rir.

O ajeito em meu colo abraçando com toda a força possível, tinha medo de cair no sono e ele fugir, duvidaria muito que ele fizesse isso, mais não poderia correr o risco, já mergulhei fundo demais na nossa relação para perde-lo por uma simples correnteza.

O celular de Pedro toca e ele se levanta para buscar um pouco preocupado, não era normal receber ligações a essa hora da madrugada.

Observo seu rosto empalidecer enquanto ele ler o nome do contato, rapidamente o moreno atende a ligação.

— O que aconteceu?
Ele pergunta eufórico.

Um silêncio preenche o quarto enquanto Pedro atentamente ouve o outro lado da linha.

Me levanto as pressas a tempo de ver sua respiração vacilar. Seus olhos se enchem de lágrimas enquanto ele falava

— Vou me trocar e já estou indo para aí, pai.
A voz do meu amigo falha e cada vez mais a preocupação me preenche.

Apenas quando a chamada é encerrada que eu consigo sua atenção.

— Pedro o que está acontecendo?

uma única lágrima solitária desce pelo seu rosto mas o garoto limpa ela com pressa tentando não demonstrar fraqueza.

— Pedro que porra está acontecendo?

Entre Linhas e Ruínas ᵖᵉʲᵃᵒOnde histórias criam vida. Descubra agora