Entre amor e jardas

0.6

Harrisburg, Pensilvania.
Flora point of view.

– Vocês tem sanduíche de peito de frango com salada?– pergunto quando chega minha vez na fila e a atendente gira a cabeça como se não entendesse o que eu quero dizer.

– Eles não tem– Ethan diz passando um dos braços por mim para pegar o cardápio que esta na minha frente– Pede um hambúrguer ou um cachorro quente.

– Mas eu vou passar mal se comer muita gordura– digo.

– Não vai passar mal– ele diz enquanto vejo o cardápio.

– Tem gente na fila. Não tem como pedir logo o lindona?– escuto um homem gritar a algumas pessoas de distância de nós.

– Com quem você acha que ta falando?– Ethan pergunta se virando para trás.

– Com essa garota do seu lado mesmo. Não sei se estão vendo que a fila ta cheia, se ainda for decidir o que comer volta para o final– ele reclama.

– Se abrir sua boca mais uma vez vou ficar mais uma hora decidindo o que comer para aprender a parar de ser abusado– Ethan diz andando em sua direção.

– Eu já decidi– digo puxando Ethan para voltar aonde estávamos– Pode ser um hambúrguer com fritas e um suco de laranja.

– Não temos suco– a atendente diz.

– Uma pepsi– digo entregando de volta o cardápio– E você?– pergunto para Ethan.

– Quero dois cachorros quentes, batata frita grande e uma coca-cola– ela concorda escrevendo nosso pedido e Ethan paga e esperamos em frente ao balcão.

Assim que o pedido chega o homem da fila passa por nós novamente comentando alguma provocação. Antes que ele pudesse responder peço para mudarem nosso pedido para viagem, digo que prefiro comer no meu quarto porque o cheiro de fritura do lugar esta me enjoando, sei que não fui convincente na história mas mesmo assim ele não contesta. Pegamos nossos pedidos e voltamos para o dormitório.

– Sabe que eu não ia brigar com aquele cara né?– ele pergunta enquanto caminhamos pelo corredor– Não precisávamos ter ido embora.

– Sei lá. Preferi evitar– digo.

– É para eu entrar também?

– Quer que nossa saída seja só comprar a comida e cada um come no seu quarto?– brinco.

– Não– ele ri repousando uma das mãos no meu quadril.

– Pietra vai está no quarto só mas não liga– digo abrindo a porta com a chave e assim que entro não vejo ninguém.

Ligo as luzes e o quarto está igualzinho a como deixei.

– Ela deve chegar já já– digo fechando a porta e coloco as coisas no chão para me sentar.

– Essas coisas são suas?– ele pergunta apontando para a escrivaninha enquanto se senta no chão apoiando as costas na minha cama.

– Sim, estava estudando antes de sair.

– Você gosta muito de estudar né?– ele ri e me junto a ele.