Capítulo 2

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Kamol esperou pacientemente, observando os convidados que já chegavam à festa. Quase uma hora depois do horário combinado, Luke finalmente apareceu.

Kamol: Até que enfim você chegou. Achei que não viesse mais. - comentou, tentando esconder o alívio.

Luke: Calma, cara. Você está muito estressado, não acha?

Luke riu, notando a inquietação do amigo. Kamol, apesar de relutante, sabia que ele tinha razão. A busca por alguém interessante na festa estava sendo frustrante; este ano, parecia como procurar uma agulha no palheiro.

Pond, seu irmão, se aproximou deles e completou, provocando: - Ele está assim desde que cheguei. Parece que as coisas não estão saindo como o planejado.

Kamol revirou os olhos, irritado. - Cala a boca, Pond, ou você vai ficar sem sua mesada esse mês. Tá me entendendo?

Pond ergueu as mãos em rendição, um sorriso travesso no rosto. - Não tá mais aqui quem falou. Vejo vocês mais tarde.

E se afastou em busca de alguém que havia chamado sua atenção no dia anterior.

Quando Pond se afastou, Luke comentou: - Não precisa ser tão duro com ele, Kamol.

Kamol: Não me diga como devo educá-lo. - retrucou , já impaciente. - Aproveite a festa.

Então Kamol abriu caminho entre os convidados.

- Espera, onde você vai? - insistiu Luke, vendo o amigo se afastar.

Kamol: Vou dar uma volta. Não tem ninguém interessante aqui mesmo.

Luke: Quer que eu vá com você?

Kamol balançou a cabeça. - Não precisa. Quero ficar um tempo sozinho.

Luke assentiu, aproveitando a saída de Kamol para procurar um jovem que havia conhecido mais cedo na piscina, alguém que, surpreendentemente, despertara seu interesse.

☆☆☆

Talvez Kim estivesse um pouco arrependido de não ter acompanhado Phuwin à festa. O tédio chegou mais rápido do que ele esperava, e a noite tranquila que havia planejado estava longe de acontecer. Kim queria assistir à sua série preferida, mas o sinal de internet do hotel estava péssimo. Ele tentou falar com a recepção, que informou que um dos aparelhos de conexão havia queimado, e que o técnico só conseguiria resolver no dia seguinte.

Decidiu, então, dar uma volta pela praia para aproveitar a paisagem e o luar. O lugar estava deserto, já que, aparentemente, todos haviam ido à festa. Kim, no entanto, não se incomodou muito com a solidão; ele sempre preferiu a própria companhia e já estava acostumado a isso. Desde sempre, Kim tinha dificuldades para fazer novos amigos, e os mais próximos sempre foram sua irmã, Nira, e seu amigo Phuwin. Quando Nira se mudou para a Inglaterra, ficaram só ele e o amigo, que decidiram voltar à Tailândia para continuar os estudos.

Sentado em uma cadeira perto de uma barraca um pouco afastada do hotel, Kim se pegou refletindo sobre a própria vida. Tudo parecia mais complicado do que ele gostaria. Depois do término de seu último relacionamento, ele evitava se envolver com alguém; encontros casuais, jantares sem compromisso, tornaram-se sua única forma de interação. Contudo, por mais que insistisse que isso era suficiente, ainda sonhava com uma relação onde alguém realmente o amasse.

Imerso em seus pensamentos, Kim não percebeu quando alguém se aproximou da barraca.

- Você não tem medo de andar por aqui essa hora da noite?

Kim virou-se, surpreso, e avistou um homem próximo à barraca

- Desculpe se te assustei; essa não era minha intenção. - continuou o homem, agora visível sob a luz suave da lua.

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