um breve encontro no tempo

488 19 11
                                    

         notas: peço desculpas desde já, esse foi um surto de uma hora onde eu escrevi sem parar, não consultei muitas coisas, então provavelmente nada será muito coeso.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

  Eu lembro da primeira vez em que a vi, como não lembrar, afinal, a cidade estava uma loucura, foi a primeira vez que os seres humanos entraram em contato com seres de outro mundo, a primeira vez que ficamos frente a frente com alienígenas; e dizer que foi assustador seria pleonasmo. Estávamos sob ameaça, a raça humana iria deixar de existir, seriamos extintos, voltando a ser poeira. Se não fosse por ela. Cabelos loiros, emaranhados numa longa trança, imponente, assim como tudo nela, dos coturnos pretos até aquele sobretudo flanelado de cores amarelas.

Escondido atras de um carro, estava eu, tremendo de medo e com o arco em mãos, sem flechas, sem poder proteger ninguém. Minhas flechas não perfuravam a carapaça rígida daqueles seres, então eu só perdi tempo, pelo menos eu os atrasei, assim as pessoas que estavam próximas conseguiram fugir, bem... nem todas. Havia uma, ela estava com a mulher de trança, eu vi, quando ela foi atingida por uma espécie de taser, eu não sei direito o que era aquilo, mas a garota simplesmente desintegrou, sumiu.

Vendo isso, não pude segurar um ruido, um grito apavorado; eu não sabia o que fazer, o que eu poderia fazer, nós humanos não erámos páreos para essas criaturas, nossas armas não eram o suficiente. E o que acontecia com era desintegrado, simplesmente paravam de existir? Ou eram teletransportados para uma prisão? Serviriam de alimento ou seriam escravos? Droga, eles nos comeriam vivos?

Minhas suposições infantis e repletas de medo tiveram de ser interrompidas; já que meu breve e audível grito de pânico havia chamado a atenção deles, me tornei um alvo em minutos. As rajadas sobre minha cabeça eram rápidas e destruíam tudo no caminho, sabia que se fosse pega seria meu fim, mas não havia para onde ir.

Minha talvez morte era certa, mas eu não morreria me escondendo como se não tivesse força, eu lutaria, pela minha vida na terra e por quem amo. Assim, juntei meu arco e me levantei, patético, minha arma para combater os invasores era um arco retrátil sem flechas. Bem, quem não tem cão caça como gato. Me aproximei vagarosamente e assim cessou se fogo, eles haviam parado de atirar, acho que seu objetivo era me levar como prisioneira talvez? "Ah, eu serei e eles comerão minhas tripas!'' Era o que se passava na minha mente.

"Humana, a hora do juízo final chegou.'' Um deles disse, mas eu não sabia como poderia entender o idioma deles. A horas atrais, quando falavam, era como ruídos, não havia como compreender, mas agora, é como se falassem na minha cabeça. "Por muitas eras vocês, nos subjugaram. Viveram e usufruíram da terra enquanto nos éramos como minhocas, abaixo dela, com vocês pisando em nossas cabeças. Poluindo o solo, como se fossem donos.'' Sua voz era carregada de ódio e rancor, percebi que eles não estavam interessados em fazer prisioneiros, sua única vontade era exterminar a raça humana.

Senti minhas pernas fraquejarem quando um deles apontou sua arma para mim, pensei que fosse cair no chão, lagrimas se formavam em meus olhos. Eu não queria morrer, não agora, eu tinha tanto a fazer. "Por favor, por favor, não me deixe morrer!"

"Você não irá morrer.'' Sua voz, num sussurro gentil e cheio de confiança me acalmou, e seus braços agarraram minha cintura, me firmando em pé. "Não deixarei que morra." mais uma vez. Eu senti que podia acreditar nela.

Uma voz rouca, semblante sério, trança, sobretudo é uma postura rígida; assim que percebeu que eu podia me manter em pé, deu um passo adiante, ficando em frente as criaturas. Eu já tinha a visto antes, correndo por ai junto a mulher de madeixas vermelhas, as duas sempre apareciam quando coisas estranhas, tipo essa, estavam ocorrendo, mas eu nunca pude vê-la assim, de tão perto. Ela parecia não ter medo, como? Ela não parecia algo diferente de um humano comum, como ela não tinha medo?

Breves Contos De KatelenaOnde histórias criam vida. Descubra agora