Oi

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Oi.

Não vou falar meu nome, nem minha idade, se é isso que quer saber, e entregaria muito sobre mim.

Vou falar um pouquinho sobre minha infância, sem dar detalhes. No momento, estou indo no mercado, a pé, o que é um milagre, mas já você vai entender o motivo.

Eu sempre fui uma criança curiosa, e, sabe aquele ditado, "a curiosidade matou o gato"? Pois é, eu quase conheci esse gato do ditado.

Minha mãe faleceu quando eu tinha dois anos, e meu pai... ele não é carinhoso e nem se importa tanto comigo, então eu cresci sem saber o que é receber carinho e amor.

Normalmente, meu pai me castigaria por estar indo a pé e sozinha pro mercado.
O castigo que ele me dava, era me prender no porão de casa. Mas aquilo não me assustava tanto. Ah, olha, cheguei.

Fui direto pra parte dos doces. Tinha um garoto lá e.. caramba, ele era muito bonito.
Sabe, não é normal eu dizer isso sobre algum garoto, já que eu estudo em casa e não conheço muitas crianças da minha idade. Ele estava se aproximando, eu poderia puxar assunto, mas não sei como fazer isso. Se vocês me conhecessem, diriam que eu sou mantida em cativeiro.

-ah... garota, pode falar o preço dessa bala aí, não estou achando

-da última vez que eu vi, estavam dois dólares

-quando foi a última vez que você viu?

-semana passada

Meu tio foi comigo no mercado, me lembro que quando ele viu o preço, ficou em choque. De acordo com ele "esse preço é um roubo, quem paga dois dólares em um pacote de balas?"

-acha que o preço mudou em uma semana? - ele deu um sorrisinho, que sorriso lindo...

-é o mercado... nunca se sabe - eu sorri de volta pra parecer simpática

-prazer, sou Robin Arellano

Ele estendeu a mão

-S/N

-acho que já te vi antes... qual o nome da sua escola?

-eu estudo em casa

-serio? Que incrível

-parece legal, mas na verdade é horrível

Eu não vejo minha professora, ela manda as atividades por correio, eu respondo e mando pra ela por correio também. Meu pai não gosta que leve convidados pra casa, é um milagre ele deixar o tio max morar com a gente durante um tempo.

-eu ia gostar, acho que seria mais fácil entender matemática- ele colocou a mão na nuca e deu risada, era uma risada boa de ouvir

-acha matemática difícil?

-óbvio, por que? Você não?

Balancei a cabeça de forma negativa e dei risada

-uuuh, quer dizer que a senhorita S/N é uma garota inteligente

Eu dei uma risada verdadeira, fazia muito tempo que não ria assim. Ele ficou olhando meu sorriso e senti minha bochecha ficando vermelha.

-vou pra casa agora, tenho que estudar... se eu tinha outro F em matemática vou ser suspenso, te vejo por aí Senhorita inteligente

-tchau..

Ele pagou os doces e saiu. Eu saí logo em seguida, e vi... ah não.

Tá, a esse ponto você já deve saber quem é meu pai, e caso não saiba, meu pai é o sequestrador mais "famoso" que tem atormentado a cidade. Meu pai sequestrava alguns garotos e fazia.. coisas que me deixam com nojo, raiva e tristeza ao mesmo tempo, e só pra deixar claro, eu não me orgulho disso.

Meu pai sequestrava os garotos, prendia eles no porão e abusava deles, depois, os matava.
Eu me escondi atrás de um muro que estava lá e fiquei ouvindo a conversa.

-ei garoto, pode me ajudar

-desculpe, tenho que voltar pra casa

O Robin ia se afastar quando meu pai puxou ele pelo braço

-me solta Hijo de Puta

Ele deu um soco com o outro braço no meu pai, e, talvez seja errado, mas eu estava torcendo pro Robin fugir.
Meu pai se irritou, abriu rápido a parte de trás da van dele, jogou alguma coisa nos olhos e na boca do robin e soltou os balões pretos.
Ele saiu e eu fui um pouco atrás.

Assim que cheguei em casa, meu pai já tinha prendido o robin, então eu fingi que não vi a cena no estacionamento do mercado.

-voltei, tio max, trouxe sua bala, pai, trouxe o doce que você pediu

-deixe aqui em cima querida

Deixei o doce do tio max na frente dele. Ele estava no sofá vendo um quadro que ele montou pra achar o sequestrador

-ainda tentando saber onde ele mora tio?

-estou quase encontrando

Mal sabe ele, que o próprio irmão sequestra e mata as crianças, e que as crianças foram mortas no porão da casa que ele está morando enquanto está desempregado...

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Esse foi o primeiro capítulo, espero que gostem dessa fic nova.

A filha do sequestrador Onde histórias criam vida. Descubra agora