Red Jacket - Depois da Vida(CONTO)

Capítulo 12.

"Mas eu fiquei mais inteligente, fiquei mais forte com o passar do tempo
Querido, eu me levantei dos mortos, faço isto o tempo todo
Tenho uma lista de nomes e o seu está sublinhado em vermelho."

Taylor Swift.

Narrado por Any.

ㅡ Nem ela conseguiu te amar, porque você é um monstro!

A faca que ele segurava rapidamente desceu de meu pescoço para o meu abdômen, onde senti algo rasgar minha pele e a queimar. Meus olhos marejaram e aquelas lágrimas desceram ainda mais rápido.

A sensação de ser atingida por uma faca com certeza não era nada do que eu imaginava, é ainda mais doloroso. Porém, havia outra coisa que também me enganei, eu imaginava que a sensação de estar morrendo seria desesperadora, mas mesmo com todo aquele sangue esvaindo do meu corpo, minha sensação era de liberdade, eu estava tranquila, não sentia mais medo. As lágrimas eram de alívio. Minhas mãos que estavam agarradas em seus ombros, por conta da fraqueza acabaram escorregando e ficaram soltos junto com meu corpo que era largado sobre o chão, ainda assim com cuidado da parte de Josh.

ㅡ Eu achei que você era diferente, querida. Acontece que me enganei mais uma vez. ㅡ Consegui sentir o beijo que deixou em minha testa.

A ardencia foi sumindo aos poucos.

Josh se colocou em pé, mas logo sua imagem sumiu da minha frente e no seu lugar estava Noah, sorrindo para mim.

ㅡ Eu estou livre... ㅡ Sussurrei com o pouco de voz que me restava. Consegui sentir uma lágrima percorrer toda minha bochecha e parar em meu queixo.

ㅡ Agora você está segura. ㅡ Seu sorriso era reconfortante.

A escuridão tomou conta de toda a paisagem em minha frente, logo eu não sentindo mais nada. Era como se a luz do abajur estivesse apagado e todo mundo tivesse ido dormir.

Essas eram as últimas coisas que lembro antes de acordar em um lugar sem muita iluminação e que cheirava a fumaça, por conta de uma lareira, eu estava deitada em um sofá. Eu havia acordado assustada, e com uma ardência enorme em meu abdômen. E quando olhei ao redor, ali estava um homem velho, com a barba enorme por fazer e roupas velhas. Seu nome era Anthony, ele havia me achado caída nas margens do rio, e me tirou dali, me levando até sua casa no meio da floresta.

Passei alguns dias com Anthony, o homem queria avisar a polícia, mesmo sem nenhum tipo de meio de comunicação e tecnologia naquele lugar, mas eu o implorei para que não fizesse isso. Eu tive que mentir que não me recordava do que aconteceu para não ter que lhe contar sobre Josh, e se ele o denunciasse? Josh saberia que sobrevivi e viria atrás de mim. Até onde sei, ele acha que estou morta, já que me jogou em um rio.

Aliás, Anthony era tão habilidoso com plantas e ervas que com algumas misturas, ervas, curativo, agulha e linha ele tratou de meu ferimento.

Passei algumas semanas em sua casa, e eu o ajudava com alguns serviços leves, como larvar a louça e organizar a casa, enquanto ele caçava alguns animais, pescava ou colhia alguns vegetais em sua horta.

O lugar era antigo, com a tinta descascando nas paredes e muita poeira, mas era aconchegante, Anthony era sozinho, nunca teve esposa e nem filhos, mas era um homem tão bondoso. Ele adorava contar piadas para tentar me alegrar, já que boa parte do tempo eu me lembrava de Josh e acabava tendo algumas crises de choro.

Quando o ferimento cicatrizou, disse a Anthony que teria que ir até a cidade, mas não para minha cidade, e sim para uma cidade próxima que havia ali para conseguir um emprego, e que se ele não se importasse, eu queria passar mais algum tempo em sua casa. Anthony concordou.