Chapter Three

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Estava no corredor indo direto para o meu quarto. Fiquei horas conversando com a Yoko, e não vi o tempo passar.

Abro a porta e vejo Wednesday tirando os adesivos coloridos que eu pus na janela.

- Que droga você fez com o meu quarto? - Ela me olha.

- Dividi o nosso quarto igualmente. - Se levanta e chuta os adesivos para o lado. - Parece que um arco-íris vomitou no seu lado.

- Eu... - Me interrompe.

- Silêncio é muito bem-vindo. - Se senta. - É a minha hora de escrever.

- Sua hora de escrever? - Como assim a hora de escrever dela? Já está bem tarde pra isso.

- Devoto uma hora por dia ao meu livro. Se você fizesse o mesmo, o seu blog teria coerência. - Ergue as mangas do seu sueter. - Já li diários de assassinos que usavam melhor a pontuação.

- Eu escrevo na minha voz. É a minha verdade. Os meus seguidores adoram.

- Seus seguidores são claramente imbecis. - Ela se levanta e fica na minha frente. - Eles reagem às suas histórias com figurinhas insípidas.

- Tá falando de emojis? - Seguro minha vontade de rir. - É como as pessoas expressam os sentimos, sabe? Imagino que seja um conceito estranho pra você.

- Quando eu olho pra você, os seguintes emojis me vêm à mente: corda, buraco, pá. - Ela se vira. - Aliás, tem dois "Ds" em Addams. Se vai fofocas sobre mim, pelo menos, escreva o meu sobrenome correto.

Então é assim? Ok. Ligo uma caixinha de som que eu tinha com o controle.

- Desliga. - A ignoro e começo a dançar. - Esse é o último aviso. - Ela vem em minha direção e eu imediatamente ponho minhas garras pra fora.

- Rá! Não mexe comigo. - Minha voz engrossa. - Essa gatinha tem garras, e não tem medo de usar.

- Acha que consegue me machucar? - Ela cruza os braços.

- Paga pra ver. - Me aproximo um pouco mais.

- Não, obrigada. - Ela se vira novamente e se senta na cadeira. - O dinheiro dos meus pais é mais significante do que ver você fracassando. - Ela volta a escrever.

- Olha... - Sou interrompida de novo.

- O silêncio é muito bem-vindo. - Ela repete a fala de antes.

Desisto. Aparentemente brigar com essa garota não leva a lugar nenhum. O jeito frio e calculista dela está me deixando estressada.

Desligo a música que ainda estava tocando. Me deito e fico olhando para o teto até o sono me pegar.

[...]

Virava de um lado pro outro tentando dormir, mas a máquina de escrever da Wednesday estava me importunando.

- Wednesday, dá pra parar com isso? - Coloco o travesseiro contra o meu rosto.

- Parar com o que exatamente? - Ela continua a escrever.

- Com isso. - Me sento na cama. - Você me disse que só escrevia apenas uma hora. - Ela me ignora. - Sabe que horas são?

Continua me ignorando.

- Me ignorar não vai resolver. Dá pra parar com isso? - Pego o travesseiro e o coloco no meio da pernas. - Eu preciso ter um sono de beleza. Amanhã já vai começar os preparativos da Copa Poe. Tenho que descansar.

- Pode dormir o que for, a beleza nunca vai aparecer. - Arregalo meus olhos.

- Ei! Eu sei que eu não sou essas coisas. Mas sei que eu não sou feia. - Cruzo os meus braços. - Agora para de escrever, amanhã você pode voltar. - Volto a me deitar.

Pensei que ela iria me ignorar de novo, mas não, ela fez o que eu pedi, parou de escrever e deitou.

- Obrigado. - Coloco o coberto sobre o meu corpo e olho pro teto novamente. - Wednesday...

- O que? - Me viro e vejo ela olhando para mim com os braços em cima do busto.

- Você não gostou de mim, não é?

- Não sei o que eu sinto sobre você ainda. Mas a sua energia colorida que me aborrece. - Suspiro.

- Não consigo evitar. É o meu jeitinho. - Dou um sorriso fechado para ela.

- O seu "jeitinho" me irrita. - Ela volta a olhar pra frente e fecha os olhos logo em seguida.

- Boa noite, Wednesday. - Continuo olhando pra ela, na mesma posição.

- Boa noite, Enid, tenha ótimos pesadelos. - Ela fala, me fazendo soltar um riso nasal.

Antes de cair no sono, dou mais uma olhada nela, como pode ser tão linda? Não deveria estar pesando nela assim, mas não consigo evitar, ela é uma das garotas mais lindas que eu já vi.

[...]

- Yoko, faz direito! - Eu e a Yoko estava preparando o barco para a Copa Poe. Acordei tão animada que a Wednesday quase jogou uma de suas facas em minha direção.

- Quer fazer? - Ela me olha com descrença. - Por que não chama a Wednesday 'pra ajudar?

- A Wednesday? Capaz dela tentar jogar outra faca em mim. - Pego um pincel.

- Tá com medo dela, Enid? - Dá um sorriso ladino.

- O que? Claro que não. - Começo a pintar do outro lado. - Mas não vou correr esse risco de novo.

- 'Ce tá morrendo de medo. - Ela dá uma risadinha.

- Ah, é? - Me levanto. - Então eu vou chamar ela, você vai ver. - Dou pra ela o pincel e vou andando até os dormitórios.

- Ajax! - Avisto o Ajax encostado no corredor mexendo no celular. - Você viu a Wednesday? - Me aproximo.

- Ah... Oi Enid. - Tira atenção do celular e olha pra mim. - Não, não vi não.

- Oh, ok. Obrigado, Ajax. - Vou em direção do nosso dormitório e entro em um impulso.

Vejo a Wednesday escrevendo.

- Aí está você. - Me aproximo. - Ei Wednesday... Você pode me ajudar com o barco da... O QUE É ISSO? - Vejo uma mão decepada do lado da máquina de escrever.

- Esse é o Mãozinha. - Fala com serenidade.

- Uau... Cadê o resto dele? - Faço uma careta.

- É um dos grandes mistérios da família Addams. - Para de escrever. - Agora me diga, para que você queria a minha ajuda?

- Ah, sim. Queria saber se você poderia me ajudar com o barco da Copa Poe. - Ela se vira.

- Não. - Curta e seca, como sempre.

- Ah, 'vamo lá, por favor? - Faço cara de cachorro pidão.

Ela suspira. - Tá. - Se levanta. - Você vem? - Fala olhando para a mão, que faz uns sinais que eu não entendo. - Ok. Vamos? - Olha pra mim.

- Ah, sim. Me segue. - Saio do quarto e ela vem logo atrás.

-

gente, me desculpem pela falta de capítulo, tentando pensar melhorzinho.

escrevi e postei hoje porque pacas feliz, me assumi pro meu pai e ele me aceitou, felicidade :)

boa noite gatinhos.

votem e comentem caso tenham gostado.

beijos<3

Promise - WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora