Chapter Four

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- Tô morta. - Yoko fala se jogando na grama.

- Você desejaria isso. - Preciso dizer quem que falou isso?

Tínhamos trabalhado no barco o dia todo, já estava anoitecendo. A gente arrumou toda a bagunça e ficou olhando o céu azul.

- Wednesday! Não diga isso. - Repreendo a morena, que só me olha.

- É melhor nós entrarmos. - Yoko se levanta.

- Verdade. - Me levanto também. - Já tá escurecendo, se a Weems ver a gente aqui, vai nós dar bronca, e eu não tô afim.

- Eu não tenho medo dessa diretora cara de cu. - Yoko fala começando a andar.

- Yoko!! - Seguro pra não ri.

- Vocês só sabem falar dos outros? - Minha atenção vai para a morena que estava nos seguindo.

- Só de quem nos interessa. - Yoko fala passando pelo saguão.

- Tchau Yoko, Boa noite. - Aceno pra ela e ela retribui. Entro no dormitório junto de Wednesday.

Pego um conjunto de roupa leve e vou para o banheiro. Tomo um banho pesado, já que a gente passou o dia todo trabalhando. Saio do banheiro com a toalha no cabelo, e vejo a Wednesday tocando violino.

Entro na varanda. - Como é que você conseguiu passar esse violino gigante pela janela?

- Tive uma mãozinha. - Olho para a mão – que estava em cima do suporte – acenando pra mim.

- Ah, oi mãozinha. - Aceno de volta. Desceu do suporte e entrou no quarto.

Escuto os lobos uivando. Era lua cheia. Toda lua cheia o meu desânimo sempre fica tão claro.

- Por que não tá se transformando? - Wednesday me pergunta.

- Não consigo. - Ponho minhas garras pra fora. - Só tenho isso. - Coloco as de volta. Vou até o murinho e me apoio nele. - Minha mãe diz que alguns lobos amadurecem mais tarde, mas já fui a melhor licantropista.

Escuto ela se aproximando.

- Ela diz que tem uma chance de eu nunca... Sabe?

- E o que acontece?

Wednesday pov's

- Eu viro loba solitária. - Isso é incrível, por que ela parece estar triste?

- Parece perfeito.

- Tá me zoando? Minha vida vai oficialmente acabar. Seria expulsa da minha alcateia sem perspectiva de achar um ompanheiro.

- Não consigo ver o problema aqui.

- Poderia morrer sozinha! - Ela olha com rapidez pra mim.

- Todos morremos sozinhos, Enid.

- Você é muito ruim nisso. Em animar pessoas. - Ela abaixa a cabeça.

- Essa não era a minha intenção de qualquer forma.

Começa a chorar.

- Por que tá chorando?

- Porque eu tô chateada! - Esbraveja. - Você nunca chorou, ou tá acima disso também?

Tiro a minha atenção dela e olho para frente.

- Foi depois do Dia Das Bruxas. Eu tinha seis anos. Levei meu escorpião de estimação, Nero, pro passeio da tarde, e fomos atacados. - Não tem necessidade de contar isso pra ela. Então por que eu estou contando?

- Queriam saber que tipo de esquisitona teria um escorpião de estimação.

- Olha!

- Esquisita.

Promise - WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora