Capítulo 3

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Enid Sinclair Pov

Acabei de sair da cirurgia, e fui até Yoko que estava na recepção com algumas fixas.

— Demorou hein.

— Pois é! Muitas para atender?

Ela assente e suspira pesado.

— Parece que os pais dessas coitadinha não cuidam delas, eu ainda tenho 12 para atender e 7 para retorno.

Levantei às sobrancelhas surpresa, todos os dias tem uma quantidade maior que outras especialidades. Yoko me entregou a ficha com o número do quarto e eu já sabia quem era.

— Ele acordou quando você tava na cirurgia, é uma criança bem animada esse garotinho.

Sorri fraco e me despedir da Yoko indo na direção do quarto do meu paciente.
   Bati três vezes e escutei um "entra".

— Desculpa a demora, a cirurgia foi de risco.

Falei entrando e escutei um "WOW", olhei para frente e sorri quando vejo o garotinho com a boca entreaberta e seus olhos arregalados.

— Boa tarde, Eugene.

— Mamãe... É uma anja?

Ri do seu comentário e escuto a risada da mãe dele.

—  É um anjo. Você me acha um anjo, pequena abelha?

— Ah! Como a senolita sabe meu nominho?

Eu reparei que ele estava com uma película de abelha.

— Talvez porque você tá segurando uma abelha fofa?

Ele rir e me aproximo da sua cama.

— Quando eu estava fora, sentiu algo pequeninho?

— Ele tentou comer, mas acabou colocando tudo para fora.

A mãe dele fala e eu presto atenção em tudo.

— Vou falar uma coisinha, você sabe que se continuar assim vai ter que colocar a sonda e ela não é legal para você.

— Moxa, o que é somba?

Ri novamente e olho para ele.

— É sonda. A sonda é como um tubinho parecido com esse que está passando o soro para você, a diferença é que vai ser na sua barriga para ter os nutrientes e os cálcio pra você.

Eugene me olha assustado e abraçou a sua mãe.

— Calminha, nós médicos só usamos a sonda quando o paciente tá precisando muito, por enquanto você ainda pode tentar de novo, mas se não conseguir, vou optar a colocar a sonda.

Ele assentiu e olhou para meu jaleco. Esqueci de falar, quando cada criança que eu atendo pega amizade comigo, ela escreve o nome dela quando entram e quando saem.

— De quem saum esses nomi?

— São de todas as crianças que eu já atendi, e todas elas já saíram do hospital. Quer dizer, a maioria.

— Eu posso esceve meu nominho?

Sorri e tirei uma canetinha do bolso do jaleco.

— Pode!

Ele pega a canetinha e procura um local em branco do meu jaleco, achei fofo a sua feição de curioso e depois veio seu sorriso.

— Podi se aqi? — Olho para onde ele apontou — No coação?

MEU DEUS!! QUE MENINO FOFO!!!

Assenti, sinto um pouco de cócegas ao sentir a ponta da canetinha no jaleco, ele sorrir e me devolve o objeto.

— Ponto! Eu gotei de vuce, tia...

— Enid, mas pode me chamar de tia Nid.

Ele me olha surpreso e sorrir mais largo.

— O Matias já falou da tia Nid pra eu!

Fiquei confusa, tinha várias crianças que eu atendi com o nome "Matias", até o filho da Yoko!

Ele apontou para o meu antebraço, olho e solto uma pequena risada.

— Ah! Você é amigo do Matias Tanaka Barclay?! Ele já passou um bom tempo aqui, mas o motivo foi teimosia.

Ele rir e assente.

— Eu gotei muto de vuce tia!

— Que legal, mas agora, vamos ver como essa pressão e o seu coração está, tá bom?

— Tá bom!

Tiro o estetoscópio colocando em em meus ouvidos e direcionando ao seu peito.

— Respira fundo, carinha.

Eugene respirou fundo e depois de alguns segundos soltou o ar que estava segurando. Fiz isso nas suas costas e mais uma vez em seu coração.

— Poso iscuta tabem?

Sorri travessa sendo acompanhada por Eugene, coloquei o estetoscópio nele e direcionei ao meu coração respirando fundo.
   Ele ficou concentrado, mas depois arregalados seus olhos surpreso.

— Wow! Que legal!

— Tá escutando filho?

Ele assentiu sorrindo, tirei o estetoscópio e coloquei de volta do meu pescoço.

— Agora a pressão.

Coloquei o medidor de pressão em seu pulso e comecei a bombear, fazendo apertar o seu braço. Ele mexe o braço.

— Fica quietinho para funcionar, tá? Já tá acabando.

Escuto seu "humrum" e continuei, afrouxei a pressão do medidor e tirei do seu pulso.

— A pressão dele está um pouco baixa, mas é como eu falei, você precisa pelo menos tentar comer, quando se sentir cheio não vai precisar comer a comida, senão pode acontecer a mesma coisa que aconteceu mais cedo.

— Maise, se eu naum senti fome...?

— Aí fica difícil. — Fiz uma careta e escuto sua risada. — Se não sentir, tenta pelo menos 1 colherzinha, tá bom?

Ele assentiu e sorriu. Agora entendi a fala da Yoko.

— Você é bem risonho, né? Seu sorriso é lindo.

Os dois sorriram ao mesmo tempo. Eita... Acho que já sei porque o sorriso dele é lindo, puxou da mãe.

— Bom, por enquanto você tá em observação, mas você está bem melhor de quando chegou. E isso é bom.

Baguncei um pouco seus cabelos, fazendo ele ficar com um bico fofo nos lábios.

— Vejo você mais tarde.

— Obrigada doutora, como se diz, filho?

— Obigado, tia Nid!

Sorri e pisquei para o garoto.

— De nada e até mais tarde!

Sai do quarto e fui até a recepção, guardei a ficha do Eugene e peguei algumas fichas que era das crianças de Yoko. Eu ajudo a Yoko quando estou sem pacientes.

Um Coração Para Bater Por Você °•Wenclair•°Onde histórias criam vida. Descubra agora