Capítulo 0.

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— Não está sendo uma boa ideia, ou melhor, nunca foi uma boa ideia... você sabe que saiu do seu controle... — Disse, em tom de aviso. Mas ele estava olhando para aquele livro com completa admiração; como se Deus estivesse na palma da sua mão.

Escritura IV; Sete Suicídios.
Capítulo 0; Abençoado.
Parte I.

"Mais um caso não solucionado para a série!
Esse é interessante até, não é?"
"Com certeza, mas é trágico também. Acho que só alguém genial resolveria!"

"Eu nasci para ver casos onde é impossível criar teorias! Seria difícil."

O podcast tocava no fone de ouvido do garoto enquanto ele esperava o elevador, que era parcialmente antigo, chegar no seu andar. Ele batucava os pés no chão, ansioso, e mais cansado do que deveria. Ele havia acabado de voltar do colégio, estava anoitecendo.
Ele também colocava seus longos cabelos no lugar constantemente, mas ele colocava as mãos no bolso da sua calça em seguida.

— Blusão preto é realmente calorenta como dizem... — Ele resmungou para si mesmo enquanto analisava atentamente sua blusa com a estampa da sua banda de metal favorita.

Quando o elevador finalmente chegou, ele andou ligeiramente em direção ao seu apartamento; o oitenta, no qual ele tinha acabado de realizar sua mudança.

Enquanto andava com as mãos nos bolsos, ele passou por um apartamento muito específico; apartamento setenta e sete. Era apenas uma porta branca com detalhes em preto... não deveria lhe chamar tanta atenção.

Ele parou um pouco depois dele e olhou de canto; ele viu perfeitamente que a porta estava entreaberta. Olhar para aquilo lhe causava uma sensação na qual ele não sabia nomear. Entretanto, com certeza ele poderia dizer que aquilo lhe dava agonia.

Ele estendeu o braço para a maçaneta e juntando toda a sua coragem, ele fechou a porta cautelosamente.

— E é assim que se aquieta uma alma penada. — Ele disse para si mesmo dando um sorriso orgulhoso de canto. Colocando a mão no bolso, ele anda até seu apartamento. Quando chegou em frente a ele, ele começou a procurar sua chave no bolso de trás e mesmo tentando, ele não conseguia não pensar no quão estranho aquele prédio era, mas não era nada com o qual ele já não estava acostumado.

Achando a chave, ele a coloca na fechadura, gira, e logo depois, abre a porta.

A sua vista era de uma sala simples, mas hoje, lhe esperando logo em frente à porta, estava um gato cinzento com lindos e grandes olhos cor de mel. Ele miou com a sua chegada.

— Fumaça! 'cê não sabe o quanto eu senti a sua falta! — O garoto pegou ele no colo e fez carinho na sua cabeça. No momento em que o gato mia novamente, a luz da sala pisca de forma rápida, mas perceptível.

— É só ignorar. — Resmungou, enquanto colocava Fumaça no chão.

O garoto pegou uma toalha e foi até o banheiro, é nessas horas que ele costuma pensar no que está acontecendo com a sua vida.

— Matheos... não precisa dar corda pra espírito... — Ele murmurava na banheira. Matheos costuma ficar um bom tempo no banho, mas desta vez, ele saiu mais depressa, pois ele tinha comprado algo interessante. Enquanto enxugava seus cabelos, Matheos foi até sua mochila e tirou dela um livro pequeno com uma capa de couro marrom.

Indo até a mesa do seu quarto, ele pega uma caneta e começa a anotar no livro.

"Vai fazer três dias que eu mudei de estado... eu vim de carro com uns amigos do meu pai, e o Rio de Janeiro é legal quando você tá no lugar certo, esse prédio fica bem perto da praia, isso é ótimo. Mas isso não anula o fato do prédio ser um lar de espíritos mal intencionados, e aquele apartamento me incomoda desde que eu cheguei."

Sete Suicídios.Onde histórias criam vida. Descubra agora