Capitulo 0; Part II

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Pelo menos era o que ele achava.

Escritura VI.
Capítulo 0; Abençoado.
Parte II.

Matheos caiu no chão e direcionou sua mão para o seu pescoço, e ele estava no lugar; mas a dor era insuportável. De repente Matheos chorava como nunca havia chorado em toda a sua vida. Ele se encolheu naquele chão gelado e não paravam de sair lágrimas dos seus olhos. Ao mesmo tempo, ele puxava todo o ar que podia... ele colocou sua mão no seu peito e apertou sua camisa com toda a força.

— Eu não deveria ter vindo... — Ele dizia em soluços. Suas pernas não aguentavam ficar de pé, então Matheos se arrastou até a porta; ele ia devagar, mesmo dando seu melhor. Ao chegar na porta, ele levantou seu braço com dificuldade e o direcionou para a maçaneta; estava trancada.

Matheos olhou para a porta com os olhos arregalados e seu braço relaxou, tirando sua mão da maçaneta. Matheos achou que nunca mais o encontrariam, e que ele morreria da pior forma possível; mas antes mesmo de ele pensar um pouco mais no pior, ele ouviu um miado atrás da porta. Matheos reconheceu perfeitamente e naquele instante, alguma coisa boa lhe surgiu dentro de si.

Em seguida, Matheos tentou abrir a porta novamente e desta vez ela estava aberta; ele se arrastou para fora e deitou no corredor, ainda em prantos. Contudo, ele estava aliviado por estar respirando ar puro. Mas ainda tinha algo em Matheos que o dizia que aquilo não acabou ali.

Fumaça chegou mais perto do rosto de Matheos no chão e deitou na frente dele. Matheos estava chorando, mas ele estava muito feliz em ver Fumaça. Ele não conseguia levantar, então ele se apoiou nas paredes enquanto tentava ficar de pé. Devagar, Matheos andava com auxílio das paredes até seu apartamento, e Fumaça o acompanhava. Ao chegar, Matheos abre a porta e anda até seu quarto. Nessa altura dos fatos, Matheos já chorou tudo o que tinha que chorar; seus olhos estavam inchados e ele estava extremamente cansado. Ao entrar no seu quarto... ele teve uma surpresa.

Tinha uma porta na sua parede. Ela é exatamente igual a porta do apartamento setenta e sete e havia rachaduras em sua volta; ela também não estava bem colocada, estava torta e um pouco acima do chão... parecia ter sido cravada lá de qualquer jeito.

Matheos pendeu para trás e olhou com os olhos arregalados. Aquilo era impossível para ele.

Ele se recusou a pensar naquilo naquele momento; ele apenas se ajoelhou perto de uma mala que estava no chão e a abriu; seu olhar já entregava seu estado atual, e ele só queria esquecer o que ele sentia.

Ele tirou as roupas da mala e pegou um saquinho com cinco remédios brancos dentro dele. Ele tirou três deles do saquinho e tomou a seco. E nesse momento ele viu que suas mãos ainda estavam ensanguentadas. E depois de tirar os papéis que ele achou do bolso e colocar em qualquer lugar do chão, ele levantou se apoiando na cama e andou devagar até o banheiro.

Matheos não pensou muito quando decidiu entrar na banheira com roupa e tudo; ele deitou encolhido e fechou os olhos, enquanto estendia a mão para ligar a torneira e encher a banheira novamente.

Matheos já não sabia o que sentir, ele não conseguia chorar ou lamentar, não mais. Ele só estava com muito sono. Ele nem sabia exatamente o que o remédio que ele tomou fazia... ele só queria dormir pelo tempo que ele quisesse.

Aquela coisa e a sensação que ela lhe dava não sairia da sua cabeça tão facilmente. Fazia muito tempo que ele não sentia tanto medo, ele só queria acabar com aquela situação... não de forma isolada.

— Se eu parasse de ver fantasmas... — Ele sussurrava quase sem voz.

A banheira estava enchendo devagar; e suas mãos deixavam a água avermelhada. Suas roupas e seus cabelos se molhavam com aquela água fria; a chuva estava forte, mas Matheos não ouvia nada...

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⏰ Última atualização: Oct 27, 2023 ⏰

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