Guilherme
Rindo do áudio de Breno, Guilherme Siqueira andava na rua de casa, segurando o presente de Jéssica, sua namorada, quando a ouviu chamar por ele.
“Ai, ‘carai’…”, pensou ele, tentado a enfiar a bolsa no meio das plantas na frente do muro da vizinha.
— Que isso? — perguntou ela, aproximando-se e o abraçando. Seus olhos castanhos fixos no embrulho.
— Ah… isso? — Guilherme olhou para o embrulho, pensando no que dizer. — Espera. Tá fazendo o que aqui essa hora?
Ele a beijou, e, discretamente, tirou o embrulho da direção de seu olhar.
— Mudei o horário da minha aula para a noite. Mas anda, o que é isso aí? — disse ela, tentando pegar o embrulho.
— Sai, garota! — Guilherme riu, aproveitando-se do seu um metro e oitenta e erguendo o presente. — Você não quer que eu fale alto, no meio da rua, o que eu comprei pra gente usar mais tarde, né?
Imediatamente, Jéssica ficou vermelha, olhando para os lados tão rápido que o cabelo castanho esvoaçava, acompanhando o movimento. Deu um beliscão na barriga dele e disse:
— Garoto! Não fala essas coisas aqui.
— Amor, você acha que o pessoal pensa que a gente fica fazendo o quê quando ficamos sozinhos? — Guilherme ria, provocando-a, uma das suas maiores habilidades. — Seus pais vão dormir fora mesmo? Sem risco de eu ter que sair pelado pela janela?
— Meu Deus do Céu! — disse Jéssica, morrendo de vergonha e saindo na sua frente.
Ao menos, ela não ficaria mais perguntando sobre o embrulho. Porém, agora,ele precisaria inventar alguma coisa para a noite. Ele a seguiu e disse:
— O Breno falou que vai com a gente pra praia amanhã.
Ela parou na frente do portão de casa e soltou um grunhido muito familiar, mas pouco apreciado por Guilherme. Ele franziu a testa e disparou:
— Ah, mano. Você ainda tá com essas palhaçadas? — Abraçou a cintura dela. — O moleque é de boas, pô. Para de bobeira.
— Sei lá… Não curto esse lance de ele fumar você sabe o quê. — Ela baixou a voz ao terminar a frase, olhando por cima do ombro para dentro do quintal.
— Ele já te ofereceu? Já fumou perto de você? — Guilherme ficou sério, e ela negou com a cabeça. — Então para com isso, Jessica. Bagulho maior nada a ver, esse teu comportamento aí.
Jéssica respirou fundo e revirou os olhos.
— Já tá até falando que nem ele — disse ela. — Mas tá bom, Guilherme. Agora tenho que dar um jeito na casa, antes da hora de ir pra igreja.
Ela abriu o portão e entrou. Guilherme ficou parado uns segundos, coçando a cabeça, depois deu de ombros e foi para casa. Cadete, seu cachorro de estimação, correu e começou a pular em suas pernas, mas Guilherme estava aborrecido demais para brincadeiras.
O garoto passou direto pela sala e foi para o quarto. Bateu a porta com mais força do que planejara e, logo em seguida, a abriu e gritou:
— Foi mal!
Os passos de sua mãe logo se aproximaram da porta de seu quarto. Ele jogou o embrulho na cama box de solteiro e virou-se para a entrada.
Dona Janice, parada à porta, de lábios franzidos e semblante contrariado, ajeitou o brinco na orelha esquerda e, enquanto arrumava o vestido azul turquesa, disse:
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Aceita o desafio? (Gay) (Degustação)
RomanceAlerta! Esta história é um spin-off do livro "o infiltrado no morro", portanto, se ainda não tiver lido o livro anterior recomendo que não inicie esta história. Breno dos Santos, periférico e de criação humilde, após começar a trabalhar como Jovem...