Guilherme
Breno pegou outra lata de cerveja, sentando-se na canga de Nanda. Jéssica, que se bronzeava com o rosto para cima, abriu o olho e perguntou ao ver a cara de Breno:
— O que houve? — Ela se apoiou sobre os cotovelos, olhando de Breno para Guilherme.
Breno ia começar a responder, mas Guilherme o cortou:
— Nada, amor. — Ele se inclinou e a beijou. — Só tava zoando ele, como sempre.
Breno o olhou de esguelha, depois bebeu a cerveja. Jéssica, balançando a cabeça e passando a mão nos cachos de Guilherme, sorriu e disse:
— O Erik vai virar um peixe daqui a pouco.
Guilherme quase comentou que sabia bem o peixe que ele queria, mas ficou quieto. Pegou uma lata de cerveja e, antes de qualquer objeção de Jéssica, bebeu um pouco.
— Ainda tem aqueles sanduíches aí? — disse ele, deitando com a cabeça nas pernas dela. — Quer, não, mano? Tá gostosão, pô.
Jéssica esticou o corpo e tirou dois de dentro da bolsa térmica. Estendeu um para Breno.
— Pô, claro que quero — disse Breno, voltando a sorrir. — Valeu, Jéssica.
Guilherme estreitou os olhos para ele, analisando como seu humor mudava quando envolviam comida. Sorriu de canto, abrindo o papel alumínio e dando uma mordida no sanduíche.
— Aí, Jéssica, você curte futebol? Se curtir, “brota” lá no clube com esse daí — disse Breno, terminando de engolir um pedaço de sanduíche. Guilherme franziu a testa, olhando para cima para ver a reação dela. — Vai ter uma partida entre os moleques de lá mesmo.
Jéssica olhou para Guilherme, pensou um pouco e deu de ombros.
— Tá. Se o Gui quiser ir, vamos, sim.
Guilherme assentiu, dando outro gole na cerveja, ignorando as olhadas que Jéssica lhe dava. Breno já estava acabando de comer o sanduíche e tinha um pouco de maionese no queixo. Guilherme levou a mão até o rosto do amigo, que se afastou com cara de quem achava que Guilherme fosse aprontar alguma coisa.
— Calma aí, menor. Tá sujo, pô. — Guilherme inclinou o corpo e limpou seu queixo.
Enquanto Guilherme limpava o dedo na canga de Jéssica e ela lhe dava esporro, notou que Breno tinha ficado sem graça e o olhava.
Nanda e Erik voltaram, conversando, super entrosados. Ele explicava para ela sobre a sua tatuagem, que cobria metade da panturrilha e se espalhava para o resto da perna. Era o Simbionte Venon. Guilherme, Jéssica e Breno trocaram olhares.
“Acho que a mina dele vai de arrasta pra cima se a Nanda der condições", pensou Guilherme, começando a abrir espaço para que eles se sentassem.
Biel surgiu atrás deles e largou a camiseta na cabeça de Breno. Cumprimentou o grupo com um gesto de cabeça e já foi tirando a bermuda. Jéssica baixou o óculos escuro, mas Guilherme percebeu que ela olhava para o corpo do mais velho.
— Falo nada — disse Guilherme, fechando a cara. Agora mesmo é que ele iria para o luau.
Biel tomou a lata da mão de Breno e bebeu um pouco. Ele entregou uma caixinha de som bluetooth para o irmão mais novo, que a pegou, injuriado.
— Ah, qual foi, Gabriel? — reclamou Breno. — Sabe que não gosto quando tu faz essa porra.
— Sei — disse Biel, sério. Entregou a lata, mas Breno não quis mais aquela. Já tirava outra da bolsa. — Ó, o tio falou que é pra nós dar nosso jeito que ele não vai fazer rango hoje não.
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Aceita o desafio? (Gay) (Degustação)
RomansaAlerta! Esta história é um spin-off do livro "o infiltrado no morro", portanto, se ainda não tiver lido o livro anterior recomendo que não inicie esta história. Breno dos Santos, periférico e de criação humilde, após começar a trabalhar como Jovem...