Giro o copo de uísque lentamente no balcão, e penso que estar apaixonado é uma merda.Ou eu simplesmente não tenho sorte com isso.
Estou sentado em um dos banquetas no balcão do Rita's, a música soa bem longe para mim, assim como o barulho das pessoas se divertindo.
Fico pensando, por que de todas as pessoas que eu poderia me apaixonar seja o namorada da minha irmã?
Isso é simplesmente sufocante, ver eles dois juntos e desejar estar no lugar dela, sempre me faz sentir nojo de mim mesma.
Mas uma coisa é estar interessada em um cara comprometido e outra coisa é fazer algo sobre isso.
Então seria melhor eu me mudar, essa ideia já vinha muito antes disso acontecer então só vou estar adiantando meus planos.
Porque não sou muito boa em esconder o que estou sentido, e acho que quase todo mundo já notou isso, então para não ficar desconfortável e humilhante, é melhor eu me afastar... Só por enquanto.
Tomo a minha decisão, tomo o último gole do meu uísque, e fico encarando as pedras de gelo no fundo do copo.
Mas sinto um cheiro diferente, um perfume forte com um toque de ... Névoa? Desde quando névoa tem cheiro? Não sei, algo pesado e reconfortante.
- Gostou do perfume?_ ouço uma voz rouca ao pé do meu ouvido, e abro meus olhos... Pera tinha fechando os meus olhos? Olho para o balcão e vejo uma mão enorme com alguma cicatrizes, e acompanho o braço... Coberto pelo manga da camisa branca e consegui ver um rastro de tatuagem.
Quando ergo o meu olhar encontro olhos âmbar, de tirar o fôlego me encarando com diversão.
Seus rosto é bem marcado, sua sobrancelhas grossas, o nariz afilado e uma boca que estava mostrando um lindo sorriso expondo seus dentes bastante brancos.
- Hã?_ pergunto feito idiota.
- Nada..._ ele esboça um sorriso novamente_ Afogando as mágoas? Ou tentando esquecer alguma paixão?
Levanto as minhas sobrancelhas em surpresa , ao mesmo tempo que ele puxa o banco do meu lado esquerdo e se senta de costas para o balcão.
- Sim... Como sabe?
- Porque eu tô fazendo o mesmo que você..._ a sua voz agora soa mais arrastada, dou um sorriso amargurado.
- É, isso é uma merda._ ele apenas balança cabeça em afirmação, depois me olha fixamente.
- Você é bonita, muito bonita... Que idiota te rejeitaria?
- Esse idiota não me " rejeitou", não contei mas com certeza notou.
- Oh... Então o que te impede?
- Várias coisas, meu amor pela a minha irmã, consciência... Vergonha na cara, e cérebro._ ele solta um risada, e por um motivo muito louco acho linda a sua risada... É tô bebada_ E você?
- Meus irmãos, consciência..._ ele balança a cabeça com se tivesse mais motivos mas preferisse não comentar.
- Então um brinde para os amores impossíveis._ levanto o copo e bato no seu mesmo ambos já estando vazios, rimos.
Passamos o resto da noite, entre sorrisos, bebidas e história malucas um do outro.
Acordo com um feixe de luz no meu rosto, resmungo e viro o corpo, encontro algo sólido, mas logo sou coberta novamente, e me aconchego mais.
Uma respiração quente acima dos meus cabelos, e uma mão nua por debaixo da minha blusa, são os sinais de que não estou sozinha na cama.
Mas está tão quentinho, me aconchego mais, e me sinto tão bem, não lembro ter dormido do tão bem.
- Bom dia...
- Bom dia. _ viro o meu rosto para cima e demoro um pouco para reconhecer o rosto.
Era o homem de ontem, seu rosto na luz do dia parecia tão clássica, sinto a sua mão nas minhas costa fazendo círculos calmante.
Franzo a minha testa e tento me lembrar do aconteceu ontem, para acabamos aqui, ele parece ler meu pensamento.
- Não transamos se é isso que você quer saber, acho que estava muito bêbado você disse que ia me trazer de volta, mas esse não é o meu quarto.
Olho para cima e vejo sua asa nos cobrindo, quando ele retira, vejo o lugar o do meu quarto, com as decorações um pouco toscas.
Fecho meus olhos envergonhada, ele também fica em silêncio, mas por que sinto que ele está se divertindo?
- Temos companhia..._ sua voz soa bem no pé do meu ouvido, estremeço e ao atentar minha audição ouço o som de passos vindo em direção o meu quarto.
Segundo depois batida suaves soam pelo quarto.
- Ei, o café tá pronto não vai se levantar? Voltou tarde ontem._ a voz da minha irmã soa suave e com tom leve de curiosidade.
- Já vou!!_ grito.
Viro o meu rosto para o illyriano bonitão na minha cama.
- Ei é hora de ir embora._ digo e me levanto rapidamente, fico tonta ao observá-lo melhor na minha cama.
Só agora percebo sem o véu da embriaguez consigo reconhecer o homem.
- Encantador de Sombras..._ solto baixinho, vejo apenas ele esboçar um sorriso.
- Você é bem mais bonito de perto._ solto do nada, ele me olha surpreso, e solta uma breve risada_ Ei o que eu contei pode ficar só entre nós?
- Tudo bem, peço o mesmo._ me olha atentamente, assinto concordando.
- Uhum, quer tomar um café?_ ele ergue a sobrancelha para mim.
" Não disse agora pouco que era para me mandar?"
- Mas se quiser comer algo pode ficar...
- Na verdade, eu queria comer algo mas acho que não vai ser possível...
Me olha se um jeito quase predatório, não desvio do seu olhar, mas depois de alguns segundo tiro o rosto, pego um travesseiro e fico brincando com a ponta da fronha.
- Eu já vou indo... Foi bom como conversar com você... Quem sabe podemos conversar e beber assim novamente?
- Claro... Se nos esbarrar novamente e chamo você para tomar um café comigo.
- Por favor... E perto do quarteirão dos artistas, tem alguns apartamentos a venda e outro para alugar, se você quiser dar uma olhada.
- Oh obrigada..._ ele se levanta e me levanto também, ele se aproxima e me dá um leve selar na testa.
- Até breve..._ seu corpo e asas fica meio encobertas pelas sombra e no momento seguinte ele não está mais lá.
- Até breve._ falo e baixinho com mão no local do seu beijo.